Presidente do Banco Central é questionado sobre tarifas bancárias



O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, foi questionado nesta terça-feira (25), durante audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), sobre o custo das tarifas que os bancos cobram de seus consumidores. Ao criticar essas instituições financeiras, o senador Valter Pereira (PMDB-MS) declarou que "isso é uma roubalheira, porque cobram o que querem; há uma leniência por parte do governo e, especialmente, do Banco Central". Segundo Aloizio Mercadante (PT-SP), presidente da comissão, as tarifas são responsáveis por cerca de 20% das receitas bancárias no Brasil.

Já o senador Flexa Ribeiro (PSDB-PA) disse que "falta apenas cobrarem o ingresso para se entrar nas agências bancárias, como fazem os cinemas". Ele também destacou os lucros registrados pelas instituições financeiras do país, "maiores que os lucros de muitos bancos estrangeiros".

Ao responder a esses questionamentos, o presidente do Banco Central afirmou que, ao contrário de países como os Estados Unidos, o sistema de pagamentos no Brasil é quase que totalmente processado pelo sistema bancário, o que justificaria em parte as tarifas cobradas no país. Meirelles também argumentou que, até 1994, uma grande parcela das receitas dos bancos provinha dos ganhos propiciados pela inflação - mais especificamente, com o chamado floating. Com a baixa da inflação, esses ganhos teriam sido gradualmente substituídos por aqueles provenientes das tarifas.

- Portanto, é um pouco difícil fazer uma afirmação genérica - concluiu Meirelles.

Em entrevista à Agência Senado logo após a audiência, Valter Pereira declarou que "a explicação de Meirelles foi pífia; ele não quis responder [às perguntas sobre as tarifas], embora conheça as respostas".

Aloizio Mercadante reiterou que a CAE deve realizar em breve uma audiência pública com o presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) para também discutir a questão das tarifas bancárias.



25/09/2007

Agência Senado


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