Presidente do BNDES diz que banco aumentou volume de desembolsos e financiamentos para empresas



 O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Demian Fiocca, disse, na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), que em março deste ano foi registrado um aumento de 28% nos desembolsos do banco para financiamentos e de 49% no volume de aprovação de projetos. Com isso, ressaltou, o BNDES contribui para elevar os investimentos no país e acelerar o crescimento da economia. Fiocca foi convidado pelos senadores da CAE para falar sobre a evolução dos empréstimos, linha de crédito e assuntos da instituição, em reunião realizada nesta terça-feira (17).

O presidente da CAE, senador Aloizio Mercadante (PT-SP), observou que os dados mostrados por Fiocca mostram "uma aceleração espetacular de desembolsos, a eficiência do BNDES e seu papel de fomento ao crescimento da economia". O senador disse também que Fiocca teve destacada carreira no setor privado e agora presta relevantes serviços na administração pública.

Fiocca informou que o BNDES está estendendo seu financiamento para grandes projetos no país e que a tendência do banco é a de aumentar ainda mais o volume de desembolso. Também na área das pequenas, micro e médias empresas, informou, o BNDES aumentou em 12% o volume de operações.

- Houve maior democratização, ou seja, um maior número de empresas obteve financiamento. Há uma política de estímulo para que bancos façam mais financiamentos para as pequenas empresas - disse Fiocca.

Outros programas desenvolvidos pelo banco são o de microcrédito produtivo para cooperativas e o cartão BNDES - a modalidade mais simples para financiamento da instituição. Segundo Fiocca, o banco elevou de 46 mil para 106 mil o número de cartões e os empresários podem solicitar esse tipo de crédito pela Internet. Disse também que o banco tem atuado de maneira mais sólida no mercado de capitais.

Na área de empréstimos, o banco refez sua programação no final de 2005, com a adoção de nova política, novos programas e nova escala, incluindo uma previsão para devedores duvidosos, segundo relatou o presidente do BNDES. Foram feitas várias reduções no spread (taxa adicional de risco cobrada no mercado financeiro; é variável, conforme a liquidez do tomador, o volume de empréstimo e o prazo de resgate).

Essas reduções na taxa de spread foram realizadas nos financiamentos para setores de logística, energia, indústria e ferrovias. Nas áreas sociais, segundo contou, a queda foi mais intensa e, na área de gás, a taxa também foi bastante reduzida.

Fiocca relatou ainda aos senadores quatro casos de projetos considerados mais complexos, que foram viabilizados pelo BNDES para as seguintes empresas: Transpetro; Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM); Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa); e Brasil-Ferrovias (antiga Fepasa e Ferronorte), que foi vendida para a ALL Logística.

O presidente do banco detalhou as operações, informando que o BNDES conseguiu construir uma estrutura de financiamento para setores fragilizados, como a Transpetro, numa operação complexa, e pôde, por meio de "segurança bancária e boa técnica", viabilizar a operação, instalando um estaleiro no Nordeste.

A Brasil Ferrovias estava há muitos anos sem investimento e inadimplente com o governo e o BNDES. Fiocca disse que havia dificuldade de gestão na empresa e o banco resolveu reestruturar a dívida e colocar capital novo na instituição. A operação, segundo contou, foi polêmica, mas o resultado hoje é excelente, pois o BNDES recuperou toda a dívida e o Tesouro Nacional também pôde reaver seus débitos de R$ 400 milhões. A empresa voltou a investir cerca de R$ 500 bilhões e adquiriu capacidade de investimento.

17/04/2007

Agência Senado


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