Presidente do Parlamento do Mercosul diz que órgão ajudará a resolver conflitos comerciais e políticos entre países do bloco



O presidente do Parlamento do Mercosul, senador Alfonso González Núñez, do Paraguai, disse que a instituição deverá ajudar a desenvolver políticas econômicas e comerciais adequadas e negociações diplomáticas efetivas para minimizar as diferenças entre os países e colaborar no processo de integração da região. Ele ficará no cargo até a 1ª sessão ordinária do colegiado, programada para março de 2007, em Montevidéu, Uruguai.

Durante a sessão de instalação do Parlamento do Mercosul, realizada nesta quinta-feira (14), no Plenário do Senado, Núñez destacou a importância do diálogo e intercâmbio de idéias entre os países, observando que a política de integração e as relações internacionais não se fazem apenas no âmbito burocrático das chancelarias.

Nesse sentido, observou, o Parlamento do Mercosul deverá ajudar na política de integração dos países que formam o bloco, tanto nas negociações comerciais, pendências econômicas e políticas, diferenças entre os países e até conflitos e tensões em fronteiras.

O senador citou conflitos vividos entre o Paraguai e o Uruguai, relativos ao trânsito de produtos e pessoas nas fronteiras, alegando que há, por vezes, descumprimento de pactos institucionais firmados na região. Disse que impedimentos burocráticos nas alfândegas provocam, muitas vezes, o apodrecimento de mercadorias.

Outra área de crise no Mercosul, segundo o senador, ocorre entre a Argentina e o Uruguai, devido a conflitos sobre o Rio Uruguai. Núñez disse que não há instituições fortes que permitam a esses dois países superar o conflito, nem mesmo o Mercosul. Mas o Parlamento do Mercosul, acrescentou, poderá ajudar na solução dessa questão.

- Esses temas terão um foro adequado dentro do Parlamento do Mercosul para impulsionar as trocas e as metodologias que nos aproximam aos maiores níveis de igualdade e justiça nas relações com nossos povos - afirmou.

Núñez também reiterou que o mercado e as políticas mercantilistas não resolverão isoladamente os problemas de marginalização e pobreza da América Latina, observando que o Parlamento do Mercosul foi criado para devolver à política a função que sempre devem ter os processos de integração: uma articulação econômica, política, técnica e com a marca da cidadania.



14/12/2006

Agência Senado


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