Presidente e vice da CRE apoiam criação de comissão para analisar crise
A criação de uma comissão especial destinada a acompanhar a crise econômica internacional, sugerida pelo presidente José Sarney logo após a sua eleição, poderá ajudar o Senado a buscar novas alternativas para o país, no momento em que a recessão se espalha por diversas nações desenvolvidas. Essa é a avaliação do presidente e do vice-presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE), senadores Heráclito Fortes (DEM-PI) e Eduardo Azeredo (PSDB-MG).
Após conversar com Sarney nesta quinta-feira (5), o presidente da CRE observou que ainda será necessário estabelecer o formato da comissão. Mas as suas principais atribuições, como adiantou o senador, seriam as de alertar para as dificuldades a serem enfrentadas pelo país e sugerir medidas de combate aos efeitos da crise.
- A proposta de criação da comissão é muito interessante e ajudará o Senado a não ficar a reboque dos acontecimentos - previu Heráclito.
Eduardo Azeredo também considerou "muito oportuna" a sugestão apresentada pelo novo presidente do Senado. Ele recordou que a crise econômica tem demonstrado que pode ser bem mais longa do que se imaginara antes. E, depois de abalar os mercados, provocando quedas nas bolsas de valores, já causa estragos na economia real, levando milhões de trabalhadores ao desemprego em diversas partes do mundo.
O senador citou como exemplo dos efeitos da crise a redução da produção de ferro gusa em Sete Lagoas (MG). Dos 38 fornos existentes no município, informou, apenas quatro se mantêm em funcionamento. Por isso, já existem na cidade mais de cinco mil novos desempregados. Em sua opinião, o Senado pode desempenhar um papel importante na tentativa de evitar que situações como essa se espalhem pelo país.
- A comissão pode acompanhar os fatos internacionais e as providências nacionais, além de apresentar sugestões e cobranças. Podemos fomentar a discussão sobre a crise, lembrando que várias cabeças pensando juntas levam a melhores resultados - afirmou Eduardo Azeredo.
Um dos temas que poderiam ser analisados pela comissão, na opinião do senador, seria o combate à burocracia. As obras de construções de rodovias, por exemplo, estariam mais lentas do que o esperado, na sua opinião, por causa das complexas normas legais para as desapropriações de áreas por onde passarão as estradas. Para Azeredo, o atual arcabouço legal vem dificultando a realização de obras de infraestrutura que seriam capazes de gerar milhares de empregos.
05/02/2009
Agência Senado
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