Presidentes de Furnas e Eletronorte defendem privatização do setor
Assim como o relator da comissão, senador Paulo Souto, José Antônio Muniz Lopes e Luiz Carlos Santos criticaram a forma como a privatização do setor elétrico foi administrada pelo governo, Para o senador, o governo não podia ter deixado de investir no setor "de uma hora para outra", e sim traçado uma estratégia de transição do modelo estatal para o privado. O senador observou, no entanto, que o governo está, agora, tomando as medidas corretas para solucionar a crise.
José Antônio Muniz Lopes considerou a dinâmica de privatização adotada pelo governo muito ruim, dizendo que a indefinição levou, por exemplo, à demora na privatização de Tucuruí. Ao mesmo tempo, a falta de investimentos estatais atrasou a obra em dois anos.
- A segunda parte de Tucuruí deveria ficar pronta em dezembro deste ano. Seriam mais 2.500 MW, suficiente para solucionar a escassez de energia no Nordeste - afirmou, acrescentando que a Comissão de Gestão da Crise quer, agora, agilizar a obra.
Como solução a curto prazo para a crise, Lopes vê apenas o racionamento. A longo prazo, sugeriu o uso de fontes alternativas de energia, aceleração de obras e especialmente a implantação de um plano estratégico para a energia elétrica. A Eletronorte cobre a Amazônia Legal, que equivale a 58% do território nacional.
O presidente de Furnas, Luiz Carlos Santos, informou que a empresa, que atende o Sudeste e Centro-Oeste - 49% da população brasileira - pretende investir este ano R$ 1,5 bilhão, mais R$ 1,6 bilhão no biênio 2002/2003 e no ano seguinte, R$ 3 bilhões. Atualmente, a empresa vem investindo principalmente nas obras emergenciais. Na avaliação de Luiz Carlos Santos, a crise energética deixa como legado uma mudança cultural: "a população está economizando o equivalente a uma Itaipu", destacou.
28/08/2001
Agência Senado
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