Prioridade às exportações será discutida pela CAE



A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) deverá abrir um ciclo de debates sobre a prioridade anunciada pelo governo às exportações do país, com vistas a se atingir a meta de US$ 100 bilhões. O primeiro convidado a participar de uma audiência pública no âmbito da comissão será o ministro Sérgio Amaral, do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. No ano 2000, o Brasil exportou um total de US$ 55 bilhões de dólares. A proposta de se instalar uma subcomissão para estudar o comércio exterior do país partiu do senador Ney Suassuna (PMDB-PB), sendo do senador Paulo Hartung (PPS-ES) a sugestão da convocação do ministro antes que seja instalada a subcomissão.

Para Hartung, o atual governo "dormiu no ponto" com relação às exportações. Somente agora, ele lembrou, é que o presidente Fernando Henrique Cardoso chama a atenção para o setor, ao declarar, na solenidade de posse do ministro Sérgio Amaral, que o lema do governo é "exportar ou morrer". O presidente da CAE, senador Lúcio Alcântara (PSDB-CE), lembrou que, nas últimas horas, em visita ao Ceará, o presidente mudou o lema para "exportar para viver".

Os senadores Osmar Dias (sem partido-PR), Arlindo Porto (PTB-MG) e Jefferson Peres (PDT-AM) chamaram também a atenção da comissão para a importância do tema. Ao comentar o assunto, o senador Lauro Campos (PDT-DF) considerou a nova prioridade do governo um retorno à era do mercantilismo. O tema do estímulo às exportações era efervescente nos séculos XVI, XVII e XVIII, quando os países centrais procuravam estimular ao máximo suas companhias de navegação. Essa fase, para o senador, encerrou-se em 1750. Os defensores do "neonada" (disse, referindo-se ao neoliberalismo) do atual governo estão muito atualizados - comentou, irônico.

O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) concordou com a oportunidade de se discutir o tema, mas advertiu a respeito da discussão do ingresso do Brasil na Área de Livre Comércio das Américas (ALCA), já aprovada pela comissão. O senador Lúcio Alcântara informou, então, que o debate sobre esse tema está sendo devidamente providenciado.

Também por iniciativa dos senadores Lúcio Alcântara e Arlindo Porto, será convidado a comparecer à CAE o presidente da Caixa Econômica Federal, Emílio Carazzai, a fim de prestar informações sobre as últimas mudanças na instituição, suspendendo o financiamento habitacional para a classe média.

04/09/2001

Agência Senado


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