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Após reunião realizada nesta terça-feira (27) com o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, parlamentares da Frente de Combate à Corrupção afirmaram que o procurador enviará ao Supremo Tribunal Federal o pedido de abertura de inquérito para apurar o envolvimento de parlamentares com o empresário Carlos Cachoeira, preso na Operação Monte Carlo, da Polícia Federal sob a acusação de explorar o jogo do bicho e máquinas caça-níqueis. De acordo com a assessoria de imprensa do senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), que faz parte da frente, o procurador se comprometeu a investigar todas as denúncias contra parlamentares.

Entre os parlamentares acusados de se associar a Cachoeira está o senador Demóstenes Torres (DEM-GO).

Já senador Jayme Campos (DEM-MT) admitiu em entrevista que as denúncias recentes contra Demóstenes fragilizam o partido. Matérias publicadas nos últimos dias apontam que, de acordo com inquérito da Polícia Federal, o senador teria envolvimento com o esquema de exploração de jogos ilegais de Carlos Cachoeira.

- É um fato político que naturalmente ninguém estava esperando, diante da participação ativa, proativa do senador Demóstenes Torres. Ninguém pode desconhecer que esse caso fragiliza o DEM, como ocorreria com qualquer outro partido se eventualmente o mesmo acontecesse com um de seus membros – afirmou.

Jayme Campos, no entanto, não quis comentar o afastamento do colega da liderança do partido. Para ele, foi essa uma decisão pessoal do senador, motivo pelo qual não lhe cabe emitir opinião. O posto de líder do DEM será ocupado pelo presidente do partido, senador José Agripino (RN).

Conselho de Ética

Para Jayme Campos, ninguém deve ser condenado por antecipação e é preciso esperar o resultado das investigações. Ele reconheceu, no entanto, que o caso reforça a necessidade de se escolher o novo presidente do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar do Senado. O posto está vago desde que o senador João Alberto (PMDB-MA) se afastou do mandato para assumir um cargo de secretário no governo do Maranhão, em setembro de 2011. Vice-presidente do Conselho de Ética, Jayme Campos não precisou uma data para a decisão, mas afirmou que o cargo deve ser ocupado por um senador do PMDB.

- Mais para a frente, vamos reunir o conselho e decidir o novo presidente. O partido majoritário, nesse caso o PMDB, teria direito a indicar o novo presidente do conselho – afirmou.

“Figurões da República”

Também em entrevista, o líder do PSDB, senador Alvaro Dias (PR), afirmou que não se pode negar a gravidade das denúncias. O senador disse que a Casa precisa conhecer o inteiro teor do inquérito que cita o senador Demóstenes Torres (DEM-GO) para tomar as providências, “por mais rigorosas que sejam”.

- Há especulações de que figurões da República estariam envolvidos e, por isso, não se tem conhecimento do inteiro teor do inquérito – disse Alvaro Dias.

O senador também admitiu que as denúncias não são boas para a oposição, mas afirmou que esse não deve ser um pretexto para acabar com o papel dos oposicionistas no Senado. Por lado, Alvaro Dias elogiou a decisão de Demóstenes de deixar a liderança do DEM no Senado.

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