Procuradores revelam no Senado: 200 pessoas funcionaram como "laranjas" em fraudes cambiais
Durante audiência pública na Comissão de Fiscalização e Controle (CFC) nesta quarta-feira (14), a procuradora Raquel Branquinho Nascimento afirmou que o caminho para a criação de um esquema de lavagem de dinheiro e evasão de recursos foi aberto com a autorização, pelo governo, da abertura de contas CC-5 - usadas por pessoas não residentes no Brasil.
Essas contas permitiam a realização de compras no Paraguai. Por intermédio de -laranjas-, os recursos passavam por Foz do Iguaçu (PR), Paraguai e seguiam para a filial do Banestado em Nova York. Segundo a procuradora, foram examinadas mais de 162 contas destinando recursos a 50 mil titulares, mas apenas nove dessas contas foram filtradas pelo critério de altos valores de depósitos, que sozinhas movimentaram US$ 1 bilhão.
A procuradora da República Valquíria Quixadá Nunes informou que, em investigação que já dura quase cinco anos, foram identificados 200 -laranjas- participantes do esquema. Segundo Valquíria, autoridades norte-americanas que estão participando da investigação acreditam que os recursos movimentados sejam realmente ilícitos, uma vez que não haveria necessidade de tantos meandros para enviar recursos legais.
A procuradora lembrou que as investigações têm que ser aceleradas, pois, de acordo com a atual legislação, passados cinco anos não é mais possível recuperar os recursos. O procurador Luiz Francisco de Souza pediu a ajuda de 30 auditores fiscais da Receita Federal nas investigações para que haja tempo de apurar as informações antes do vencimento do prazo de cobrança de impostos.
14/05/2003
Agência Senado
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