Produtores de carne bovina se reúnem em Brasília para discutir redução de CO2



O engajamento dos pecuaristas no esforço de redução das emissões de gases de efeito estufa, que causam o aquecimento de nosso planeta, foi um dos assuntos discutidos nesta terça-feira (5), em Brasília, na 24º Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de Carne Bovina.

O apoio dos produtores deve ocorrer, segundo o Plano Agrícola e Pecuário (2010-2011), por meio de boas práticas de manejo na Agropecuária. Um dos programas federais, o Agricultura de Baixo Carbono (ABC), lançado há três meses, prevê a redução de grande parte das emissões com a recuperação de pastagens degradas e a utilização do sistema Integração Lavoura-Pecuária-Florestas (ILPF).

Produtores de carne bovina

A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), acreditam que as duas técnicas, juntas, colocadas em prática pelos produtores de carne bovina, podem representar uma redução de até 12% nas emissões nos próximos 10 anos.

Denise Deckers, da assessoria de Gestão Estratégica do Mapa, disse acreditar que o setor produtivo tenha demonstrado ser extremamente sensível à questão das mudanças climáticas. "Eles têm essa preocupação de continuar produzindo, mas olhando e cuidando da questão ambiental", afirmou.

"A sensação que eu tive é que nós temos mais uma vez um parceiro, que o governo brasileiro pode contar com o setor da pecuária para cumprir com esse compromisso assumido no ano passado, em Copenhagem (Cop15)", complementou  Deckers.

Para apoiar o pecuarista, o Estado brasileiro destinou um total de R$ 2 bilhões em financiamento para o setor. A liberação desse recurso está sendo feito por meio de linha de crédito com juros favoráveis, segundo Deckers. Cada beneficiário terá R$ 1 milhão, com prazo de reembolso de até 12 anos e com juros de 5,5% ao ano, "a menor taxa do crédito rural", afirmou a Deckers.

Atual presidente da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva da Carne Bovina, o pecuarista Antenor Nogueira disse que as pesquisas atuais refutam a informação de que a pecuária brasileira é grande emissora de gás carbônico. "Estudos de ordem científica, feitos por várias faculdades brasileiras, demonstram que as emissões são muito menores do que aquilo que foi dito em Copenhagem".

De acordo com o pecuarista, as pastagens brasileiras sequestram o carbono devido à qualidade das pastagens e número de animais por hectare. "Qualquer pecuarista que tenha consciência e pense um pouquinho, não planta pastagem direto, ele sempre a planta consociada com lavoura. Há muito tempo que ele  já faz isso", salientou.


Fonte:
Portal Brasil



05/10/2010 20:19


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