Programa Ciência Inovadora poderá ajudar fixar doutores na Amazônia, afirma ministro



Em participação no Fórum de Reitores das Universidades da Amazônia, nesta terça-feira (28), que debateu estratégias para o desenvolvimento da pesquisa e da pós-graduação na região, o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Marco Antônio Raupp, afirmou ser necessário estimular associações com programas de investimento junto a órgãos regionais e informou que será criado até o final do ano o Programa Ciência Inovadora.

O programa, explicou, complementa o “Ciência Sem Fronteiras” e está em fase final de detalhamento pelos técnicos do Ministério e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Para ele, a medida será uma das ações que poderão contribuir para estimular a formação e fixação de doutores na Amazônia.

- Precisamos estimular os pesquisadores. Será impossível haver crescimento no país sem investir no desenvolvimento da Amazônia - ressaltou o ministro.

O Fórum foi presidido pelo senador João Capiberibe (PSB-AP). Na avaliação do parlamentar, a região brasileira que mais precisa de conhecimento é a Amazônia. Segundo Capiberibe, a Amazônia é invisível à sociedade apesar do seu tamanho. Ele considera necessário desenvolver ações para superar essa invisibilidade e fomentar o desenvolvimento local.

O encontro teve por objetivo buscar meios para o desenvolvimento cientifico da Amazônia, para a construção do conhecimento, atraindo e fixando mestres e doutores na região.

Investimentos

Para o coordenador do Fórum e Pró-Reitor de pesquisa e pós-graduação da Universidade Federal do Pará, Emmanuel Zagury Tourinho, “é preciso tratar os desiguais como desiguais”, para superar a desigualdade no país. Segundo informou, a Região Amazônica contribui com 10% do Produto Interno Bruto (PIB) e recebe apenas 5% dos recursos destinados à ciência e tecnologia.

- A Amazônia está investindo nos estados desenvolvidos – afirmou.

Para Tourinho, as dificuldades de se manter novos doutores na região estão ligadas à falta de investimento e de recursos destinados aos profissionais. Atualmente, informou ele, há menos de quatro mil atuando na Amazônia, de um total de mais de 70 mil no país.

Coordenação

Segundo o vice-presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), Ennio Candotti, há 20 anos se discute o progresso da Amazônia. Para ele, falta coragem para desenvolver a ciência e tecnologia na região. Um dos problemas para fomentar o desenvolvimento na Amazônia, acredita Candotti, é a falta de coordenação entre os ministérios e planos de governo.

Incentivos

Uma das sugestões do coordenador do fórum, Emmanuel Tourinho, para fixar mestres e doutores na região, é a instituição de uma bolsa de pesquisa, a exemplo das bolsas de produtividade em pesquisa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), no valor de R$ 3 mil. O auxilio seria pago mensalmente durante os cinco primeiros anos de contrato com a instituição de pesquisa.

Outra sugestão debatida por Tourinho foi a destinação de parte do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT) para fomentar pesquisas na Região Amazônica.

Também participou do encontro o secretário de Educação Superior do Ministério da Educação, Amaro Lins, que representou o ministro da Educação, Aloízio Mercadante.



28/08/2012

Agência Senado


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