Programa de saúde do Estado reduz mortalidade em doentes de Aids



Furp produz remédios anti-aids que são distribuídos pelo Ministério da Saúde

Furp produz remédios anti-Aids que são distribuídos pelo Ministério da Saúde A aprovação pela Comissão de Direitos Humanos das Nações Unidas (ONU) da proposta brasileira de acesso a medicamentos utilizados no combate de doenças epidêmicas, como o HIV/AIDS, ocorrida na 57ª Sessão, do último dia 23 de abril, foi uma vitória para todo o povo brasileiro. E foi também a confirmação de que os resultados do trabalho realizado pelo Governo do Estado de São Paulo deram base à decisão dos cinqüenta países que apoiaram o governo brasileiro no pedido de quebra de patentes de remédios. Foram 52 votos a favor, nenhum contra e uma abstenção (Estados Unidos). Os dados amplamente divulgados, inclusive no exterior, do trabalho realizado em São Paulo pelo Centro de Referência e Treinamento em Doenças Sexualmente Transmissíveis/Aids (CRT DST/Aids), vinculado à Secretaria Estadual da Saúde, apontam queda de 54% de mortalidade em doentes de aids no Estado nos últimos quatro anos. Sede paulista da coordenação das ações que se referem à doença, o Centro de Referência e Treinamento presta atualmente atendimento a quatro mil pacientes. O CRT DST/Aids oferece assistência médica e psicossocial a portadores de doenças sexualmente transmissíveis, entre elas o HIV/Aids. Ali são distribuídos os medicamentos e realizadas atividades de prevenção da doença. O Centro de Referência e Treinamento DST/Aids se destaca como capacitador dos profissionais que atuam na assistência dos doentes na rede pública e na difusão de tecnologias de trabalho para os demais serviços de saúde do Estado. São 143 ambulatórios, 29 hospitais, 26 serviços, 27 unidades de atendimento domiciliar e 840 leitos, entre públicos e privados, destinados à assistência aos portadores de HIV. Em todo o País, a epidemia praticamente se estabilizou nos últimos três anos. A redução foi de 50%, um número significativo que também aponta para o sucesso do programa paulista de produção e distribuição do AZT, medicamento essencial para os portadores do vírus HIV de todo o país. Os remédios que compõem o coquetel antiaids são produzidos pelo laboratório estatal paulista Fundação para o Remédio Popular (Furp), que também fornece os medicamentos ao Ministério da Saúde para distribuição para outros estados. Desde 1980 foram identificados 200 mil casos da doença, dos quais 90 mil em São Paulo. Com as novas drogas desenvolvidas e o acesso mais amplo ao coquetel antiaids, muitos dos soropositivos estão prolongando sua expectativa de vida, o que não ocorria nos primeiros anos da epidemia. Hoje, o Brasil tem cerca de 100 mil pacientes em tratamento, do quais 40 mil em São Paulo. Artur Kalishman, coordenador do CRT paulista, lembra que o Estado foi pioneiro na distribuição de AZT nos anos 90 e explica que o papel dos laboratórios públicos no Brasil é fundamental. 'A Furp tem colaborado na produção do AZT, que é distribuído pelo Ministério da Saúde para todo o País.' Kalishman lembrou que, pelo fato de o Estado deter praticamente metade dos casos da doença, a vitória passa pela organização da área de saúde paulista. “Os resultados positivos no combate a aids são fruto do trabalho envolvendo os municípios e universidades, além do Sistema Único de Saúde (SUS)', afirmou. O coordenador do CRT disse ainda que o apoio recebido na ONU caracteriza o reconhecimento de que os remédios não são bens de consumo, por isso suas patentes devem ter tratamento diferenciado. 'A organização da sociedade civil, com a atuação das ONGs que participam do combate à doença e apoio aos portadores do HIV é outro importante fator de diminuição da doença no Estado'. Furp foi primeiro laboratório público a produzir o coquetel anti-aids No ano passado a Furp, laboratório estatal de São Paulo, produziu 20 milhões de comprimidos do AZT e 50 mil frascos de Novodina oral, medicamentos específicos que compõem o coquetel antiaids. Nos primeiros meses do ano 2000 o Estado de São Paulo tinha 37 mil pacientes infectados com o vírus da Aids. Esse número não ultrapassava poucas centenas no início dos anos noventa. A pro

05/03/2001


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