Saúde: Estado reduz número de casos de aids transmitida de mãe para filho



Entre os fatores de queda, está a entrega gratuita de anti-retrovirais às gestantes soropositivas

Caiu em 72% o índice de transmissão de aids da mãe para o filho no período de 1996 a 2005 no Estado de São Paulo. É o que indica balanço fechado no final do ano passado pela Secretaria de Estado da Saúde. Também chamada de transmissão vertical, o contágio pelo vírus, nesse caso, ocorre durante a gestação, parto ou até durante o aleitamento.

Em 2005 foram notificados 106 casos de aids por transmissão vertical no Estado, ante os 372 de 1996. Na avaliação de técnicos da secretaria, a entrega gratuita de anti-retrovirais, como AZT, às gestantes soropositivas e a realização de teste para detecção do vírus HIV durante o pré-natal (obrigatório em São Paulo desde 1999) foram fundamentais para garantir a redução.

Além disso, o Estado segue as diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS), que assegura substituição do aleitamento materno pelo produto em pó ou o leite humano pasteurizado no caso de gestante portadora de aids. Os filhos menores de seis meses de mulheres infectadas recebem gratuitamente o leite artificial que substitui o materno. As ações para a redução da transmissão do HIV de mãe para filho compreendem ainda assistência especializada e capacitação dos profissionais de saúde.

Se o contágio for detectado nos testes do pré-natal, a mulher toma os remédios, entre eles o AZT, durante a gestação e na hora do parto. E a criança também, nos primeiros quatro meses, período em que será alimentada com leite em pó. Embora seja obrigatório, há mães que não se submetem ao pré-natal e o médico não sabe se ela é portadora ou não do vírus. Nesse caso, faz-se o teste rápido no momento do parto e o AZT injetável é aplicado, se necessário. O bebê também terá tratamento nos primeiros meses.

Notificações

A coordenadora do Programa Estadual de DST/Aids, Maria Clara Gianna, informa que geralmente 15% das crianças cujas mães são portadoras do vírus nascem infectadas. "Com os procedimentos de pré-natal, distribuição de medicamentos, teste rápido, uso de leite em pó, entre outros, o índice cai para 1%", assegura a médica.

De 1980 até 30 de junho de 2006 foram notificados ao Sistema de Vigilância Epidemiológica do Estado de São Paulo 151.961 casos de aids. Entre estes, 70,5% (107.058) são homens e 29,5% (44.903), mulheres. Maria Clara informa que a notificação no Estado é compulsória: "Cada cidade, por intermédio do seu órgão municipal de saúde, informa a secretaria estadual".

Teste gratuito, rápido e discreto

O teste para detecção de aids é realizado gratuitamente em unidades da Secretaria de Estado da Saúde e o resultado sai em 20 dias. O serviço é discreto, sem necessidade de identificação ou de pedido médico. Interessados devem ligar para o Disque Aids (0800-162550) e se informar sobre o local mais próximo de casa para fazer o exame.

Dados mais completos sobre aids no Estado de São Paulo, bem como o histórico da doença, estão disponíveis no site www.crt.saude.sp.gov.br.

Da Assess

01/16/2007


Artigos Relacionados


Saúde: Estado reduz número de casos de aids transmitida de mãe para filho

Trabalho de médicos brasileiros em Angola reduz casos de transmissão do vírus da Aids de mãe para filho

Programa de saúde do Estado reduz mortalidade em doentes de Aids

Sarney celebra queda no número de casos de Aids

Brasil reduz em 3 mil número de novos casos de tuberculose entre 2008 e 2010

Saúde: SP reduz em 72% transmissão de Aids das mães para os filhos