Programa Mais Alimentos apoia agricultores africanos e impulsiona indústria nacional



Brasil e Zimbábue assinaram, na quinta-feira (3), acordo de cooperação técnica para implantação do programa Mais Alimentos África. O acordo tem como objetivo estruturar a agricultura do país - com financiamento, pessoal e maquinário brasileiro - e modernizar a infraestrutura produtiva dos agricultores familiares africanos.

Políticas públicas brasileiras para redução da pobreza e desenvolvimento social têm atraído o interesse de outros países, principalmente da África, da América do Sul e da América Central. Algumas ações têm se tornado objeto de transferência de conhecimento e tecnologia. O Mais Alimentos, do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), é um desses programas que começa agora a ser implantado no exterior.

De acordo com dados do MDA, em três anos de existência, o Mais Alimentos fez a produção de máquinas e equipamentos agrícolas crescer 275%, passando de sete mil unidades para 26.277. O aumento correspondeu a um crescimento de 32% de empregos na indústria e impulsionou o processo de substituição de componentes, fazendo com que o País começasse a produzir peças para a manutenção do maquinário. Nessa esteira, foram comercializados mais de 26 mil tratores até o final de 2010, representando aproximadamente R$ 1,7 bilhão em vendas.

A renda do agricultor familiar aumentou 33% e foram produzidos 7,8 milhões de toneladas a mais de alimentos.


Gana

Uma semana antes, outro acordo de cooperação técnica com Gana foi assinado pelo MDA. Foi acertada a destinação de R$ 158 milhões para projetos de modernização da infraestrutura produtiva da agricultura familiar ganense.

Os recursos vão financiar a compra de máquinas e implementos agrícolas que serão destinados a 171 centros de mecanização em implantação pelo governo de Gana. A liberação será feita em três etapas: em junho de 2011 e em janeiro e julho de 2012.

"As parcelas permitem o acompanhamento, por técnicos brasileiros, do processo de implantação do programa semestre a semestre. Se tudo ocorrer bem com a primeira etapa, a segunda parcela será liberada. A mesma coisa acontecerá com a terceira parcela", explicou o chefe da assessoria internacional do MDA, Guilherme Brady.

Brady explicou ainda que o financiamento brasileiro é de uma modalidade chamada de empréstimo consensual. Ou seja, o Brasil vai emprestar dinheiro para os países africanos em condições diferenciadas que foram negociadas pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), por intermédio da Câmara de Comércio Exterior (Camex).

Eles terão 15 anos para quitar a dívida, três anos de carência e 2% de juros ao ano. "É uma linha de crédito especial e muito vantajosa para eles. Foi acertado também que os equipamentos brasileiros comprados com esse dinheiro vão ser disponibilizados com até 30% de desconto", afirmou Brady.

Outros países já demonstraram interesse no programa: o Senegal já está em processo avançado de negociação. Sudão, Paraguai, Bolívia e El Salvador também podem aderir a esse projeto no futuro. "E a tendência é que outros países se interessem, após bons resultados alcançados no Zimbábue e em Gana", ressaltou Brady.

A implantação do Mais Alimentos África foi definida no encontro Diálogo Brasil - África sobre Segurança Alimentar, Combate à Fome e Desenvolvimento Rural, realizado em maio de 2010 em Brasília.


Produção agrícola cresce após investimentos

O Mais Alimentos no Brasil destina recursos para investimentos em infraestrutura da propriedade rural e, assim, cria as condições necessárias para o aumento da produção e da produtividade da agricultura familiar. O limite de crédito é de R$ 130 mil, que podem ser pagos em até dez anos, com até três anos de carência e juro de 2% ao ano.

Com isso, os agricultores familiares conseguiram elevar a produção de produtos da alimentação básica dos brasileiros, como leite, mandioca, milho, feijão, café, arroz e trigo, para 7,8 milhões de toneladas.

O programa é uma política pública de ação estruturante que permite ao agricultor familiar investir em modernização e aquisição de máquinas e de novos equipamentos, correção e recuperação de solos, resfriadores de leite, melhoria genética, irrigação, implantação de pomares e estufas e armazenagem.

Esta linha de financiamento contempla também projetos associados à apicultura, aquicultura, avicultura, bovinocultura de corte, bovinocultura de leite, caprinocultura, fruticultura, olericultura, ovinocultura, pesca e suinocultura e a produção de açafrão, arroz, centeio, feijão, mandioca, milho, sorgo, trigo, cana-de-açúcar e palmácea para produção de palmito.


Fonte:
Em questão



24/02/2011 16:25


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