Programa Mais Médicos é jogada eleitoreira, diz Cyro Miranda



O senador Cyro Miranda (PSDB-GO) classificou o programa Mais Médicos, do governo federal, de "populista, obra de marketing e jogada eleitoreira". As críticas feitas durante pronunciamento, nesta terça-feira (6), foram direcionadas à presidente Dilma Rousseff.

- Esse programa é produto acabado de uma presidente pouco afeita ao diálogo com o Congresso e com as entidades representativas de classe. Uma atitude desesperada de quem quer salvar o governo a qualquer custo - afirmou.

Na avaliação do senador, a falta de um devido estudo da assistência à saúde no país "beira a irresponsabilidade", pois está "crucificando" os médicos, atraídos por bons salários para o interior do país, mas sem condições de trabalho. Clinicando quase como "redentores", segundo observou.

- É temerário pensar que, por um milagre, o médico, muitas vezes recém-formado, consiga atender adequadamente a população sem dispor de um laboratório para fazer exames clínicos, aparelhos básicos como raio-x ou eletrocardiograma, por exemplo -  disse.

Nesse sentido, o parlamentar apontou problemas na implantação do programa desde a contratação. Nenhum dos candidatos brasileiros se interessou em trabalhar nos 700 municípios sem médicos da rede pública de saúde.

Ao reiterar que apenas o salário atraente não resolverá o problema da saúde, e enfatizar que a situação pode piorar, Cyro Miranda apontou possíveis soluções. Para ele, o governo deveria reunir municípios em consórcios para criar hospitais regionais de média complexidade. Além disso, com o auxílio dos sistemas de saúde locais, com as unidade de pronto atendimento, haveria também hospitais estaduais de alta complexidade.

A remuneração dos médicos e o valor das consultas, ressaltou o senador, seriam compatíveis com o mercado, mas seria cobrada a devida contrapartida dos profissionais, com dedicação exclusiva e aplicação no desempenho das funções.

- É evidente que um sistema descentralizado como esse passa necessariamente pela revisão do pacto federativo e da forma como os recursos são arrecadados e distribuídos entre os estados, os municípios e a União - concluiu.



06/08/2013

Agência Senado


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