Projeto arboriza Faculdade de Odontologia da USP com árvores nativas



21 espécies serão plantadas por alunos, professores e funcionários

Canela preta, peroba, cedro rosa, pitangueira, jequitibá branco, jatobá. A partir de sexta-feira, 30, essas e outras espécies nativas da cidade de São Paulo poderão ser encontradas na Faculdade de Odontologia (FO) da USP, que terá sua área externa (jardins e estacionamentos) arborizada. O plantio de mudas ocorrerá a partir das 9 horas, no estacionamento da unidade.

Funcionários, alunos e professores participarão do plantio, com o objetivo de integrar os trabalhadores locais, bem como levar princípios de educação ambiental aos participantes. “Serão plantadas 30 árvores, de 21 espécies diferentes, doadas pelo Instituto Florestal do Estado de São Paulo. Em contrapartida, os funcionários carentes do Instituto serão atendidos na nova clínica da Odonto”, conta o idealizador do projeto, o dentista Ricardo Cardim.

Segundo Cardim, a idéia surgiu a partir da constatação de que a maioria das árvores do município foram trazidas de outros estados ou países. “Além disso, na Odonto, não foi feita a arborização que inicialmente havia sido prevista para a unidade, tornando-a muito escassa em árvores”, conta. “Então conversei com o diretor da FO [professor Carlos de Paula Eduardo] e fiz a proposta de arborização com árvores nativas, por meio de um convênio com o Instituto Florestal.”

A professora Maria Cecília Miluzzi Yamada se prontificou em ajudar, doando algumas horas do dia para a triagem, o cadastramento e o atendimento dos pacientes vindos do Instituto. “Vale ressaltar que os funcionários do Instituto Florestal não tiveram nenhum tipo de privilégio no atendimento. Nós apenas localizamos professores que doaram algumas horas de trabalho, após o horário normal de expediente, para atendê-los”, esclarece Cardim.

Nativas x exóticas

De acordo com o dentista, nos séculos XIX e XX, com a fase de urbanização da cidade, as espécies nativas foram sendo desprezadas. “Havia uma idéia generalizada de que aquilo que era “nativo” era de má qualidade e deveria ser descartado, dando prioridade às espécies exóticas, trazidas de fora.”, afirma Cardim.

Ele comenta que hoje a cidade é muito pouco arborizada e que a maioria das espécies é exótica. “Algumas árvores nativas podem ser encontradas em alguns parques da cidade, como o Alfredo Volpi e o Trianon, e em bairros como a Granja Julieta. Porém, a grande maioria das árvores dos parques e ruas da cidade é na verdade, exótica. Até na Cidade Universitária”, conta.

Outro aspecto apontado pelo dentista é a escolha inadequada de espécies para as ruas da cidade e as podas erradas. Ele lembra que na década 1960 a planta da moda era a Ficcus Elástica (conhecida como falsa seringueira). “Ela foi plantada em calçadas, apesar de atingir grandes proporções, sendo totalmente inadequada ao ambiente urbano. O mesmo ocorre atualmente com a Ficcus Benjamin, de características semelhantes à falsa seringueira.”

A primeira etapa do projeto será neste dia 30 com o plantio das 30 mudas. A segunda etapa está prevista para o mês de fevereiro de 2008. A Faculdade de Odontologia fica na Av. Prof. Lineu Prestes, 2227, Cidade Universitária, São Paulo.

Mais informações: (0XX11) 9493-6693 ou e-mail [email protected], com Ricardo Cardim

Valéria Dias

Agência USP de Notícias

(I.P.)

 



11/29/2007


Artigos Relacionados


DNIT transplanta árvores nativas em Pelotas (RS)

ARLINDO DEFENDE REFLORESTAMENTO COM ÁRVORES NATIVAS

Produtores de árvores frutíferas nativas poderão ficar isentos do ITR

370 árvores nativas da flora brasileiras reforçam área verde do Memorial

Meio Ambiente: Fundação Florestal lança livro sobre mudas de árvores nativas

Meio Ambiente: Fundação Florestal lança livro sobre mudas de árvores nativas