Projeto com objetivo de divulgar na internet dados sobre pedófilos aguarda votação na CDH



O projeto de lei que permite o acesso - por meio da internet - a informações sobre pessoas condenadas por pedofilia e crimes relacionados aguarda votação na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa do Senado (CDH). O banco de dados em questão apresentaria o nome do condenado, sua fotografia, endereço residencial, endereço do local de trabalho ou estudo, data de nascimento e o crime que praticou.

Se for aprovado nessa comissão, onde receberá decisão terminativa, o projeto (PLS 338/09) deverá ser enviado diretamente à Câmara dos Deputados.

A autora da proposta - que acrescenta um capítulo ao Estatuto da Criança e do Adolescente - é a senadora Marisa Serrano (PSDB-MS), que apresentou o texto no ano passado. A versão que tramita na comissão foi modificada por emenda do senador Magno Malta (PR-ES), relator da matéria. Ele é presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pedofilia.

De acordo com o projeto, somente estarão disponíveis informações sobre pessoas já condenadas em processo judicial transitado em julgado - ou seja, em sentença definitiva.

Os dados sobre cada condenado seriam atualizados por ele próprio, "salvo se já alcançado pela reabilitação" (em respeito ao artigo 93 do Código Penal). A pena para aquele que não fizer a atualização é de um a dois anos de detenção, mais multa.

Além disso, a proposta determina que quem fizer a consulta a esse banco de dados precisa antes se cadastrar no respectivo site, "com informações capazes de assegurar a correta identificação e localização" de quem faz a pesquisa.

Segundo Marisa Serrano, sua iniciativa visa dotar o Brasil de um recurso "de defesa social" já utilizado nos Estados Unidos. No texto original do projeto, ela afirma que "o objetivo é simples: permitir aos pais tomar conhecimento da existência de pedófilos condenados residindo próximo à sua própria residência ou à escola de seus filhos, com a possibilidade de identificá-los fisicamente". A senadora argumenta que o acesso aos dados é necessário porque a pedofilia "não desaparece com a punição ou a repressão penal".

Modificações

Em seu relatório, Magno Malta defende a aprovação da matéria, mas com alterações. Por meio de emenda, ele acrescentou vários itens ao dispositivo que contém a lista de crimes que justificariam o banco de dados. Segundo o senador, essa medida foi necessária para adaptar o projeto à Lei nº 12.015, de 7 de agosto de 2009.

Em outra modificação, acrescentou-se a possibilidade de pesquisa por nome (no projeto original, previa-se a pesquisa de condenados apenas por código postal ou base geográfica).

A emenda determina ainda que não apenas os condenados que já cumpriram sua pena terão de atualizar seus dados (conforme previa o texto inicial), mas também terão de atualizá-los aqueles que ainda estejam cumprindo a pena.

Antes de chegar à CDH, essa matéria tramitou na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania do Senado (CCJ), onde também recebeu parecer favorável - elaborado pelo senador Alvaro Dias (PSDB-PR).



05/07/2010

Agência Senado


Artigos Relacionados


Projeto que cria banco de dados sobre pedófilos na internet será votado na CDH

CPI desenvolve proposta para agilizar acesso a dados sobre pedófilos que atuam na Internet

TIM, OI e Brasil Telecom assinam acordo sobre acesso a dados de pedófilos que usam a Internet

Projeto que cria tributo sobre bebidas alcoólicas aguarda votação na CAE

Projeto de Maria do Carmo sobre PNAE aguarda votação na Câmara

Embaixador da Índia receberá dados sobre pedófilos daquele país que atuam no Orkut