Projeto de resgate de córrego da cidade está exposto até dia 16



Prudente participa da Bienal Internacional de Arquitetura

O projeto Parque das Águas: Serviços, Esportes e Lazer, idealizado por alunos do curso de Arquitetura e Urbanismo da Faculdade de Ciências e Tecnologia (FCT), câmpus de Presidente Prudente, foi selecionado no Concurso Internacional de Escolas de Arquitetura para participar da 7ª Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo (7ª BIA), considerada, ao lado das Bienais de Veneza e da Ibero-Americana, uma das maiores mostras mundiais do setor.

Organizado pelo Instituto de Arquitetos do Brasil e pela Fundação Bienal de São Paulo, o evento, que tem como tema “Arquitetura: o público e o privado”, é realizado no Prédio da Bienal, em São Paulo (SP), no Parque do Ibirapuera, até 16 de dezembro. Participaram 68 escolas de vários estados brasileiros e também do exterior. Entre elas, apenas 32 foram selecionadas para concorrer aos três prêmios principais e integrar a exposição que ocupa parte do primeiro pavimento do prédio.

A equipe da FCT é composta pelos estudantes Adriana Loureiro Junquer, Anna Marina Alonso y Alonso Guazzelli, Délcio Marques do Carmo Júnior, Diego de Souza Verri e Juliana Ruffato Resende, sob orientação dos docentes Cristina Maria Perissinotto Baron Okimoto, Alessandra Martins Navarro e Claudemilson dos Santos

O desafio estabelecido pela organização era propor idéias e soluções que pudessem contribuir para a qualidade espacial das cidades de origem dos participantes. Os alunos de Prudente se debruçaram sobre o trajeto de um córrego subterrâneo desde a  sua nascente, que se prolonga por 1.380 m de uma área de 82.152 m2 dentro da malha urbana do município, que conta com 200 mil habitantes.

“O córrego, eixo central do projeto, encontra-se atualmente suprimido da paisagem urbana e, conseqüentemente, do imaginário coletivo da população, que apreende do local somente vias, vazios e equipamentos esportivos do atual complexo, cujo uso não têm seu uso potencializado”, afirma a docente Cristina.

O projeto pretende resgatar o imaginário da população em relação ao córrego. Para isso, a idéia é implantar no percurso equipamentos que estimulem o uso e a convivência social por meio de atividades como esporte, lazer e serviços a comunidade. “Haverá espaços abertos e fechados onde o elemento água integra o público ao privado. A união se dá por um grande eixo de circulação que acompanha e se confunde com o curso d’água e recria novas identidades para os lugares”, conta a aluna Adriana.

O projeto foi imaginado em três momentos: A Nascente, o Caminho das Águas e o Encontro das Águas. No primeiro, o espelho d’água surge como um marco da paisagem urbana. Resgata a origem do córrego e envolve um novo Centro Esportivo, que inclui quadras poliesportivas, piscinas, salas de exercícios aeróbicos, salão de jogos de mesa, playground e áreas de estar.

No Caminho das Águas, o curso d’água dialoga com espaços públicos, como o Centro de Cidadania, composto pela Casa dos Conselhos e o Centro de Referência Alimentar, onde prevalecem os serviços que relacionam os interesse público e privado. “O Centro, por exemplo, tem como objetivo reduzir o desperdício de alimentos das entidades privadas que processam, distribuem e comercializam mantimentos”, comenta a co-orientadora Alessandra.

No Encontro das Águas, o córrego se desvincula da rigidez da lâmina d’água e se encontra novamente com o solo. Formado pelo Mercado Municipal e Teatro de Arena, esse setor é envolvido por um grande espaço que se abre para a Praça das Águas, superfície formada por uma grande lâmina e um totem que, segundo o descritivo do projeto, resgata no imaginário da população a convivência harmoniosa do ser humano com o ambiente. “Esse espaço proporciona a conveniência de vários usos – comercial, serviços e cultural – com a utilização do espaço público como efetiva área de lazer”, diz a estudante Anna Marina.

Para os orientadores e os estudantes, foi importante participar do concurso. “É uma chance de aplicar os conceitos e metodologias de se planejar arquitetura e urbanismo a partir de uma problemática complexa e eventualmente real”, afirma o aluno Délcio Marques do Carmo Júnior.

Os integrantes do grupo também destacam a necessidade de uma sinergia positiva para a elaboração do projeto mostrado no prédio da Bienal. “Formamos uma equipe heterogênea que aplica seus repertórios e suas habilidades particulares na produção de soluções integradas e integradoras. Esse processo prefacia o exercício profissional, onde equipes interdisciplinares devem analisar e propor soluções para uma demanda real”, avalia o docente Claudemilson.

Um ponto destacado pela equipe é que a comissão de avaliação dos projetos levou em conta soluções de comunicação quase que exclusivamente visuais, sem a argumentação verbal de uma apresentação e nem a argumentação escrita de uma monografia, como acontece geralmente nos concursos, principalmente os de nível mais elevado. “Os painéis e a maquete tinham que comunicar toda a complexidade da problemática e das soluções para os avaliadores e para o público, como os projetos de qualidade devem fazer”, assinala Cristina.

Sobre o concurso - O Concurso de Escolas de Arquitetura é realizado desde 1951, antes mesmo de a Bienal de Arquitetura se tornar um evento independente da Bienal Internacional de Artes de São Paulo. “Desde então, o evento vem cumprindo o importante papel de revelar futuros profissionais”, afirma o arquiteto João Honório de Mello Filho, curador dessa edição do Concurso.

SERVIÇO:

7ª Bienal de Arquitetura de São Paulo;

Fundação Bienal de São Paulo;

Avenida Pedro Álvares Cabral s/n° - Parque Ibirapuera, portão 3. Até 16 de dezembro de 2007

Horário: terça e quinta, das 12h às 22h; sextas, sábados, domingos e feriados, das 10 h às 22 h/ Tel.: 11 – 3259-6866.

Entrada: R$ 12 (Crianças até seis anos não pagam. Estudantes, crianças de 7 a 12 anos, maiores de 65 anos e associados do IAB pagam meia-entrada).

Da Unesp



12/08/2007


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