Projeto ensina inclusão social e educação ambiental
Campeão brasileiro de surfe dá aulas a alunos do ensino fundamental e médio da Baixada Santista
Crianças e jovens à procura da onda perfeita. Esse é o cenário que se repete todas as quartas e sextas-feiras na Praia de Itararé, na Baixada Santista. Esses surfistas participam do Educando na Água, um programa social realizado em São Vicente, litoral sul de São Paulo, pela Escola de Surf Daniks Fischer/Suprema, em parceria com a Sociedade Unida em Prol do Esporte e Meio Ambiente (www.suprema.org.br) e apoio da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp).
“O surfe é mais do que pegar morra nos lugares mais famosos, é ferramenta de inclusão social e educação ambiental”, avalia Daniks Fischer, coordenador do projeto e campeão brasileiro open.
O Educando na Água visa a conscientizar e agregar valores como cidadania, respeito ao próximo, ao meio ambiente e a preservação da água. Raul Cristiano, superintendente de comunicação da Sabesp, informa que a iniciativa já atendeu mais de mil crianças e jovens. “O Educando na Água forma bons cidadãos e, além disso, aumenta a auto-estima da garotada. Muitos que entraram para o projeto eram rebeldes e desmotivados. Com a ajuda do Danisk e dos monitores, esses garotos mudaram seu comportamento e tornaram-se agentes multiplicadores de boas práticas de cidadania”.
Para conseguir controlar todos os bros, Daniks conta com a ajuda de quatro monitores: Alex Costa, Rodolfo Sousa, Rodolfo França e Douglas Noronha. Os rapazes são surfistas amadores e participaram de diversas competições estaduais e nacionais. As aulas são gratuitas e os materiais utilizados pelos alunos, como pranchas e roupas especiais (feitas de tecido de lycra para evitar a exposição excessiva ao sol e à água do mar) são doados.
“A água é o elemento mais importante do cotidiano das pessoas e o surfe é um dos esportes mais praticados em São Vicente. A procura dos jovens para a prática desta atividade é intensa e sua iniciação, de forma disciplinada, elimina qualquer risco negativo que leve o jovem às drogas e à criminalidade”, explica o monitor Alex, praticante de surfe há mais de 15 anos. No Brasil, há outros três milhões de adeptos.
Treinamento – Os monitores oferecem treinamento intensivo para a garotada, para que fiquem no rip. As aulas ocorrem duas vezes por semana: às quartas e sextas-feiras, de manhã e à tarde.“Durante duas horas, as ferinhas recebem treinamento físico para a prática do esporte e lições de cidadania. Nosso objetivo é agregar valores morais como respeito ao próximo e ao meio ambiente. Durante as gincanas ecológicas que acontecem durante os torneios internos, os participantes ajudam a recolher o lixo abandonado nas praias. O grupo que conseguir mais material é o campeão”, diz Daniks.
No dia 18 de janeiro foi realizada, na Praia do Itararé, a Gincana Ecológica referente às atividades da terceira etapa do surfe treino interno do Projeto Educando na Água. Durante a atividade sócio-ambiental, divididos em três times (Porta do Sol, Itararé e Parque Xixová) os alunos coletaram microlixos em dez minutos.
O objetivo é chamar a atenção dos jovens para os cuidados com a preservação do meio ambiente. Ao término da brincadeira, todos receberam diplomas de participação e brindes oferecidos pelo voluntário Carlos Capelinni.
Durante as duas horas de aula, aprendem a proteger o meio ambiente, assistem a vídeos educativos e participam de palestras sobre diversos temas. “Além disso, também aprendem a pegar onda logo na primeira aula, assim “deixam de ser prego”, brinca o monitor Rodolfo.
Sonho realizado
“A vida é como uma big wave. Você deve encará-la com coragem e jamais desistir dos seus sonhos. Quando comecei a surfar, sonhava em pegar ondas lá no Havaí. Lutei pelo meu objetivo e o sonho concretizou-se. Pela 15ª vez, surfei nas praias havaianas”, relata Daniks aos seus alunos.
Eliana Silva, mãe de Klyeert, de 8 anos, é fã do projeto. “É uma iniciativa interessante. Uma oportunidade para que os garotos e garotas saiam das ruas e aprendam cidadania e um esporte que eu sempre quis praticar e não tive oportunidade”. Klyeert, que está na segunda aula, consegue fazer pequenas manobras e já não toma mais caldo. “Fiquei sabendo do projeto por causa de um amigo. Falei com os meus pais e agora estou aqui pegando onda, diz satisfeito.
A Praia de Itararé, segundo Daniks, é excelente para aprender a surfar porque tem ondas gordas e isso facilita o aprendizado dos garotos. Nem as intempéries ou ressacas afastam os alunos do local. Nesses dias, os monitores substituem as aulas por recreações.
Maria Lúcia Zanelli
Da Agência Imprensa Oficial
03/25/2008
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