Projeto inédito da Educação apóia filhos de dekasseguis na rede escolar



Programa prevê adaptação de alunos com o auxílio de tradutores e professores

A Secretaria de Estado da Educação iniciou, na semana passada, projeto inédito no Brasil, que prevê cuidados especiais para adaptação de pequenos imigrantes. Em parceria com o Instituto de Solidariedade Educacional (Isec), a pasta irá identificar e atuar na adaptação de filhos de dekasseguis – brasileiros que vão ao Japão para trabalhar e tentar mudar de vida.

Aproximadamente 40 mil brasileiros moram no Japão, segundo estimativa da secretaria. Destes, cerca de 7 mil retornam anualmente para o Brasil, sendo 5 mil para o Estado de São Paulo, com família constituída e filhos nascidos no Japão. A idéia da secretaria é facilitar a adaptação destes pequenos japoneses, que anualmente entram na rede estadual de ensino. Parecer do Conselho de Educação dispõe que, mesmo sem visto ou histórico escolar, o aluno estrangeiro tem o direito e deve ser matriculado na rede estadual. Movimentos de imigrantes encontram hoje acesso à rede pública mesmo sem a documentação regularizada.

O projeto é direcionado para alunos japoneses e brasileiros que passaram algum tempo no Japão. A secretaria determinará um profissional de cada Diretoria de Ensino (são 91 no total, por todo o Estado) para identificar crianças e adolescentes nessas situações. Depois, a secretaria capacitará os professores destes alunos, para que fiquem atentos a questões culturais e de idioma. Os profissionais dos 78 Centros de Estudos de Línguas (CELs), que ensinam japonês, alemão, italiano, entre outros na rede pública, irão tratar da tradução das aulas e esclarecer dúvidas dos estudantes.

Intercâmbio – Há também a proposta de estabelecer intercâmbio entre professores: brasileiros irão ao Japão e japoneses virão a São Paulo. Um grupo de trabalho é responsável pelo cronograma para o desenvolvimento do projeto. O Isec cuidará do atendimento aos familiares, além de providenciar materiais necessários para os alunos e elaborar eventos de congregação das famílias e estudantes. A parceria é de dois anos, prorrogável por mais dois. O projeto tem estimativa de gasto de R$ 150 mil por ano com transporte, estadia, alimentação, produção de materiais específicos e equipamentos.

"As crianças muitas vezes não dominam a língua portuguesa e não conhecem a cultura brasileira. A partir de agora iremos identificar estes alunos para atuar na adaptação deles. Temos a estrutura e iremos contar com profissionais específicos para este trabalho", afirma a secretária de Estado da Educação, Maria Helena Guimarães de Castro.

Da Agência Imprensa Oficial

(M.C.)



06/17/2008


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