Promoção 'post mortem' para Vinícius de Moraes



O poeta Vinícius de Moraes pode ser promovido post mortem a Ministro de Primeira Classe da carreira de Diplomata, assegurando-se a seus atuais dependentes os benefícios da pensão correspondente ao cargo. A decisão deve ser tomada, nesta quarta-feira (17), pela Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), mediante a votação de projeto (PLC 05/10) de iniciativa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Depois de votada na CCJ, a matéria segue para o plenário.

Relator da iniciativa, o senador Marco Maciel (DEM-PE) acatou o projeto como veio da Câmara dos Deputados, com uma única emenda de redação. Ele disse que a promoção se justifica por ter Vinícius de Moraes, conhecido como o poetinha, "marcado indelevelmente a música popular brasileira, elevando o seu prestígio para além das nossas fronteiras, tornando-se um verdadeiro embaixador da cultura brasileira, conforme atesta a exposição de motivos enviada pelo governo".

Disse ainda Marco Maciel:

- O relevante papel exercido por Vinícius de Moraes na cultura literária e musical brasileira justifica, plenamente, a sua promoção post mortem como forma de reparar a desventura de ter sido demitido do cargo público de diplomata. Com essa medida, o Estado brasileiro eleva a memória de Vinícius de Moraes à grandeza que os brasileiros sempre lhe atribuíram.

Segundo o biógrafo José Castello, autor de "Vinícius de Moraes - o poeta da paixão", Vinícius ingressou na carreira diplomática em 1943. Em 1946, assumiu seu primeiro posto diplomático, o de vice-cônsul do Brasil em Los Angeles (Califórnia), seguindo depois para outras missões. Em 1964, quando eclodiu a crise em que os militares assumiram o poder no Brasil, Vinícius retornou ao país. Em 1969, foi exonerado do Itamaraty.

Dez anos depois, ele participou, a convite do então líder sindical e atual presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva, de uma sessão de leitura de poemas promovida pelo Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo (SP). Morreu no dia 9 de julho de 1980, de edema pulmonar.

No dia 08 de setembro de 2006, numa iniciativa do governo Lula, Vinícius foi reintegrado post mortem aos quadros do Ministério das Relações Exteriores, ocasião em que foi inaugurado o "Espaço Vinícius de Moraes" no Palácio do Itamaraty, situado no Rio de Janeiro.



12/03/2010

Agência Senado


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