Promotor sugere a senadores ampla análise social da prostituição infantil antes de legislarem



Durante a reunião da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pedofilia, o promotor de Justiça da comarca de Niquelândia (GO), Bernardo Boclin Borges, pediu que os parlamentares façam uma ampla análise social do problema da prostituição de crianças e adolescentes antes de legislar.

Para o promotor, não se pode dissociar a questão da prostituição infanto-juvenil de um contexto cultural. Na avaliação de Bernardo Borges, trata-se do reflexo de uma situação sociocultural que existe no Brasil de grande tolerância com a prostituição.

- Não adianta o Senado se mobilizar para criar um instrumento legal e depois não termos como aplicá-lo. Isso tiraria até a credibilidade do Congresso - disse.

Bernardo Borges exemplificou a atitude cultural do brasileiro diante da prostituição com dois exemplos: nos Estados Unidos, recentemente, o governador de Nova Iorque renunciou porque foi descoberto com prostitutas. Já em Niquelândia, contou, o prefeito, vereadores, secretários municipais e o motorista do prefeito se envolveram com prostitutas de 13 e 14 anos. As autoridades, segundo o promotor, foram à televisão dizer que as moças tinham vindo de outro município para "denegrir a imagem dos homens de bem de Niquelândia".

22/04/2008

Agência Senado


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