Proposta da Volkswagen é "remédio muito amargo para os trabalhadores", diz Sibá



Ao comentar a crise gerada pela possibilidade de fechamento da fábrica da Volkswagen em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, o senador Sibá Machado (PT-AC) observou, nesta quarta-feira (23), que a proposta colocada pela empresa como alternativa ao encerramento das atividades é "um remédio muito amargo para os trabalhadores", na medida em que prevê o corte de milhares de empregos e a redução dos benefícios para os funcionários que forem mantidos.

O parlamentar destacou que o fechamento estava previsto no plano de reestruturação da empresa e que o sindicato dos trabalhadores vem lutando contra essa medida há cerca de 10 anos. Os funcionários sugerem, segundo Sibá, que a fábrica do ABC passe a produzir outros modelos de veículos e que a multinacional altere a estrutura administrativa da unidade de São Bernardo, pois a má gestão seria, na visão do sindicato, a principal razão dos maus resultados obtidos.

A unidade do ABC conta com 12.400 funcionários. A Volkswagen prevê um corte imediato de 3.672 postos de trabalho, além do corte em benefícios no plano médico, na participação nos lucros, mudanças no sistema de banco de horas e na tabela salarial.

Em aparte, o senador Heráclito Fortes (PFL-PI) questionou que providências o governo já teria tomado em favor dos trabalhadores da Volkswagen, ao que o senador petista esclareceu que tratava do assunto em caráter pessoal, por considerar que teria a obrigação de fazê-lo. Frisou, no entanto, que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) já teria se colocado à disposição da empresa para contribuir com a solução do impasse.

Sibá também tratou da reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), que acontecerá nesta quinta-feira (24). A entidade tem a participação do governo, de entidades de classe - tanto patronais quanto de trabalhadores - e de diversas organizações da sociedade civil.

De acordo com o senador, no encontro, do qual deverá participar também o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, será debatido o documento "Plano Estratégico de Crescimento com Distribuição de Renda", elaborado pelo Banco Central, pelo Ministério da Fazenda e pelo BNDES.

Sibá explicou tratar-se de um conjunto de metas para a economia brasileira nos próximos 15 anos. A idéia, segundo ele, é crescer 6% ao ano a partir de 2008, o que seria alcançado mediante investimentos em infra-estrutura e no setor produtivo. O plano leva em consideração as possíveis oscilações nas taxas de juros e outras variáveis, sem perder de vista o foco na distribuição das riquezas.

- Este, no meu entendimento, é o caminho que permitirá ao Brasil alcançar sua verdadeira independência - observou o senador.



23/08/2006

Agência Senado


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