PROPOSTA QUE CRIA RESERVA DE VAGAS PARA MULHERES NO STF ESTÁ PRONTA PARA VOLTAR À CCJ



A proposta de emenda constitucional do senador Ademir Andrade (PSB-PA) que estabelece a alternância de nomeações entre pessoas do sexo masculino e feminino para ocupar o cargo de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) está pronta para voltar à pauta da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ).
A matéria, que já tramitou pela CCJ e recebeu parecer favorável do relator, senador Lúcio Alcântara (PSDB-CE), teve uma emenda de plenário - motivo pelo qual deve retornar à apreciação da comissão. A emenda modifica o objetivo da proposta, pois não define a reserva de vagas para as mulheres, mas sim a exigência de idade mínima de 45 anos para o exercício do cargo de ministro do Supremo. A Constituição estabelece que a idade mínima deve ser 35 anos. O parecer do relator é pela rejeição da emenda de plenário.
Quanto à proposta de emenda constitucional, Lúcio Alcântara observa, em seu parecer, que apesar de não existir nenhum impedimento explícito a que as mulheres alcancem o mais elevado posto da magistratura nacional, o país não teve ou tem nenhuma mulher naquela corte.
- Sem um mecanismo de incentivo, como a reserva de vagas, as mulheres poderão chegar àquele posto apenas como decorrência de sua capacidade pessoal, e mesmo assim disputando com os homens, em condições desiguais - argumenta o senador.
Na justificação de sua proposta, o senador Ademir Andrade observa que o Congresso Nacional vem tendo a preocupação de oferecer ao país meios capazes de tornar mais efetiva a participação feminina nos quadros institucionais. Ele lembra que recentemente os parlamentares instituíram, em dispositivo da lei eleitoral, critério de reserva de candidaturas para cada sexo, "o que assegurará maior participação das brasileiras no Poder Legislativo".
Ademir ressalta também que a Constituição, ao impor as exigências de notório saber jurídico, reputação ilibada e aprovação da escolha dos ministros do Supremo pela maioria absoluta do Senado Federal, já prevê alguns critérios tendentes a afastar possíveis favorecimentos indevidos. O senador considera, no entanto, indispensável a inclusão no texto constitucional de critério que impeça a discriminação das juristas brasileiras, já que não se pode aceitar que as mulheres brasileiras continuem "injustificavelmente excluídas da mais alta corte do país".

18/08/2000

Agência Senado


Artigos Relacionados


CCJ VOLTARÁ A DEBATER PROPOSTA QUE CRIA RESERVA DE VAGAS PARA MULHERES NO SUPREMO

Proposta de segurança em boates está pronta para votação

PEC que cria Fundo de Combate à Violência está pronta para votação em primeiro turno

Proposta de redução da idade para dirigir está pronta para exame na CDH

Proposta que reduz recursos na Justiça está pronta para ser votada na CCJ

Proposta sobre inelegibilidades está pronta para votação em Plenário