PT abre processo contra Diógenes







PT abre processo contra Diógenes
A Comissão de Ética do partido terá de 30 a 45 dias para dar seu parecer

Antes do final de novembro, nenhuma decisão será tomada pela direção do PT gaúcho com relação ao futuro do filiado Diógenes de Oliveira, presidente do Clube de Seguros da Cidadania e responsável pela arrecadação das doações financeiras na campanha de 1998.
Depois de cinco horas e meia de reunião, a executiva estadual do partido decidiu ontem encaminhar o caso à Comissão de Ética, que terá de 30 a 45 dias para dar seu parecer. A abertura de processo ético foi apoiada por todos os 17 membros da executiva numa longa reunião a portas fechadas.

– O PT não é um partido stalinista que faz execução sumária de seus filiados sem dar-lhes o direito de se explicar – disse o presidente do PT, Júlio Quadros.
Diógenes deverá ser punido por admitir ter se utilizado do nome do governador Olívio Dutra para pedir ao ex-chefe de Polícia Luiz Fernando Tubino para que não reprimisse os bicheiros de Porto Alegre. A pena poderá ser advertência, suspensão dos direitos políticos para disputar cargos internos ou a expulsão do PT.

Mesmo antes do início do trabalho da Comissão de Ética, que será definida no dia 9 com a posse do novo presidente do partido, David Stival, alguns integrantes da executiva e do diretório estadual já consideram remotas as possibilidades de a comissão determinar outra punição a Diógenes que não seja a pena máxima de expulsão.

A ligação de Diógenes com o jogo do bicho veio à tona na CPI da Segurança Pública da Assembléia Legislativa, na última sexta-feira, com a divulgação de uma gravação com o diálogo entre ele e o delegado Tubino. Na conversa, Diógenes afirma que o PT e o governo teriam “uma relação muito boa, muito estreita” com o pessoal do Carnaval e do jogo do bicho. A declaração, reconhecida pelo próprio Diógenes como sendo sua, foi reprovada pela maioria dos petistas, inclusive pelo governador.

Pelo estatuto do PT, somente filiados com funções no partido, cargos eletivos ou em governos são passíveis de responder a processo ético. Diógenes não se enquadra em nenhum dos casos, mas os desdobramentos de sua atitude justificariam tal procedimento.
Poucos foram os defensores de Diógenes na reunião, que se iniciou às 9h e se estendeu até as 15h. Alguns avocaram sua história dentro do partido, mas o grupo foi unânime ao concluir que a atitude de falar em nome de Olívio foi um erro irreparável. Ontem, na sede do partido, petistas definiam a atitude de Diógenes com a mesma expressão até agora usada apenas por políticos de oposição: tráfico de influência.

Visivelmente irritado com os partidos de oposição e com a imprensa, Júlio Quadros anunciou a decisão da executiva num tom de discurso e com a voz elevada. Informou que a Comissão de Ética do PT investigará apenas as declarações de Diógenes na conversa com Tubino, em 1999, e as afirmações na entrevista por ele concedida no último sábado.


Tarso quer que partido revise relações
O prefeito de Porto Alegre, Tarso Genro, considera que o PT deve rever suas relações com o Clube de Seguros da Cidadania.
A utilização da instituição para arrecadar recursos, na avaliação de Tarso, “não é um bom método”.
– O clube é legal, suas ações são legais, mas trouxe problemas políticos para o partido – afirmou Tarso.

Em entrevista à imprensa, no seu gabinete, o prefeito apresentou sua posição sobre as denúncias envolvendo o PT com o jogo do bicho:
– Nenhum partido é uma comunidade de anjos. O que distingue o PT em relação aos demais é que devemos ter instituições fortes para reduzir ao máximo os comportamentos irregulares, que não estejam dentro de normas éticas aceitáveis para um partido como o nosso.

Tarso salientou que os acontecimentos envolvendo o presidente do Clube de Seguros da Cidadania, Diógenes de Oliveira, devem servir como um “alerta positivo para o partido”:
– Temos de aprofundar a discussão sobre a relação entre o partido e o Estado, a relação entre o partido e o governo, e sobre os fundamentos éticos do nosso projeto e conduta de nossos militantes.

Durante os 45 minutos da entrevista, Tarso ressaltou várias vezes ser importante a investigação ética e moral dos fatos, mas alertou para o que considera um prejuízo para o debate político:
– O cerne da questão política regional e nacional está sendo encoberta por uma discussão ética. O que está em disputa não é se houve algum tipo de relação do governo com os bicheiros, se alguém falou com a contravenção. Duvido que algum de vocês aqui presentes não tenha falado um dia com um contraventor. Qualquer um de nós. O que está em disputa é o projeto político.


Bancada federal teme desgaste
A denúncia de um suposto envolvimento do governo de Olívio Dutra (PT) com o jogo do bicho foi o principal assunto da reunião da bancada do PT na Câmara, realizada ontem em Brasília.
Os líderes do partido no Senado também foram convocados para o encontro.
A maior preocupação é que o episódio possa ser explorado ao máximo pelos adversários na tentativa de enfraquecer não só a candidatura presidencial de Luiz Inácio Lula da Silva mas também dos candidatos a governador.

– A bancada está preocupada. Todo mundo sabe que isso terá repercussão política e que as denúncias servirão para instrumentalizar os adversários – revelou um deputado, enquanto deixava a sala por alguns minutos.
Durante três horas, parlamentares petistas conheceram os detalhes das investigações da CPI da Segurança Pública. Um primeiro relato foi feito pela senadora Emília Fernandes (RS), mas as discussões só se aprofundaram com a chegada do presidente nacional do PT, José Dirceu. A preocupação com o vazamento da discussão obrigou até mesmo os assessores mais próximos dos parlamentares a deixarem a sala. Na porta, um guarda impedia a aproximação de quem não era deputado ou senador.

A primeira preocupação é defender Olívio, afastando qualquer possibilidade de sua participação com o episódio. Ontem mesmo, Emília fez uma defesa do governo gaúcho na tribuna do Senado. Na opinião do deputado Marcos Rolim (RS), Diógenes de Oliveira, presidente do Clube de Seguros da Cidadania, tentou exercer “tráfico de influência” e ele deve responder por isso. A mesma opinião foi adotada pelo líder do PT na Câmara, Walter Pinheiro (BA):
– Foi uma ação pessoal, que não tem nenhuma ligação com o governo. O PT reafirma que quer a mais completa apuração, mesmo que ela envolva seus militantes, mas desafio quem encontrar algo contra Olívio.

Assim como o Piratini, os parlamentares petistas decidiram contra-atacar. De acordo com José Dirceu, o PT defende a apuração dos fatos, ao contrário da CPI, que teria deixado de investigar outras denúncias como a ligação de delegados de Polícia com a contravenção.


Comissão convoca viúva de motorista do governador
Compra de caminhonete será alvo de investigação

O próximo passo da CPI da Segurança Pública será investigar a compra de uma caminhonete Ford F-250 XLT, ano 1998, pelo ex-motorista do governador Olívio Dutra Celso Ruy Almeida, o Padre.
Duas pessoas foram convocadas para falar sobre o assunto, a pedido do vice-presidente da CPI, deputado Elmar Schneider (PMDB).
O parlamentar justificou a nova linha de investigação dizendo que chegou ao seu conhecimento informações desencontradas sobre como o negócio foi feito.
Padre morreu no dia 16 de maio do ano passado, aos 49 anos, num acidente no km 328 da BR-116, no município de Barra do Ribeiro. O motorista seguia de Porto Alegre para Rio Grande, num Omega do governo do Estado. Ele deveria pegar o governador na cidade e levá-lo para Santa Vitória do Palmar.

Para esclarecer a compra da caminhonete, realizada em março de 1999, a CPI convocou a viúva do motorista, Maria Dolores Aurélio, e o diretor da Ribeiro Jung (empresa que vendeu o veículo), Luiz Fernando Jung. O depoimento dos dois ainda não tem data marcada.
Celso Almeida era uma pessoa de absoluta confiança do governador. Operário aposentado, passou a trabalhar de graça como motorista de Olívio nas campanhas eleitorais. Emprestava sua caminhonete cabine dupla (um outro modelo) nas campanhas, e o PT pagava o combustível.

Quando Olívio se elegeu, Padre passou a ser seu motorista no Palácio Piratini. Mesmo nas férias, era ele quem conduzia o governador e a primeira-dama.
A caminhonete de cor branca, placas IIU-5239, está com Maria Dolores. A cotação de mercado para um modelo zero da F-250 XLT é de R$ 65,5 mil. Ontem, Maria Dolores explicou que o veículo está no inventário que está sendo feito dos bens de Padre. A caminhonete não está na casa de Maria Dolores, em Esteio. Ela foi levado para a casa de amigos, já que a viúva não sabe dirigir.
Maria Dolores é a chefe do almoxarifado do Parque de Exposição Assis Brasil, em Esteio. Ela disse que irá depor na CPI porque não aceita que fiquem dúvidas sobre o negócio feito por Padre.

O carro, explicou, foi comprado com o dinheiro que o ex-motorista recebeu ao se aposentar, depois de trabalhar por 27 anos numa empresa.
– Só porque é um petista não quer dizer que ele precise andar de bicicleta ou de macacão sujo de graxa – afirmou a viúva.
A CPI ainda pretende tomar os depoimentos de Diógenes de Oliveira, no dia 5 de novembro. Para hoje estão previstos novos depoimentos de doadores do Clube de Seguros da Cidadania, entre os quais o representante da Associação Municipalista Brasileira (Ambras), que teria repassado R$ 50 mil à entidade.


Barbosa responde a secretário Magnano
O ex-juiz e ex-prefeito de Sapucaia Luiz Francisco Corrêa Barbosa reagiu ontem a citação de seu nome em dossiê entregue na CPI da Segurança Pública.
Em resposta ao secretário substituto da Seguranaç, Lauro Magnano, Barbosa afirma que aplaudiu o gesto de doadores privados que possibilitaram, em 1993, o moderno isolamento do sistema de Raios–X do Hospital Getúlio Vargas, entre eles, pessoas ligadas ao jogo do bicho.
– Foi um ato público, com a presença da imprensa e, inclusive, do agente local do Ministério Público. Nada oculto, ilícito ou alvo de investigação de improbidade administrativa – declara o ex-prefeito.
No dossiê consta que Barbosa teria enfatizado a participação de bicheiros no custeio de obra do setor de radiologia do hospital de Sapucaia do Sul.


Abílio afirma que não liberou máquinas
O delegado Abílio Pereira foi citado no dossiê entregue pelo secretário substituto da Segurança, Lauro Magnano, à CPI da Segurança Pública, na terça-feira. Abílio teria sido um dos policiais denunciados por receber propina do jogo do bicho. O delegado esclarece que:
– Essas supostas propinas foram desmentidas por todas as pessoas que prestaram depoimentos.
Eu tenho o depoimento de um oficial da Brigada Militar que, inclusive na CPI, disse que nunca viu, mas apenas ouviu comentários de empregados de um suposto bicheiro sobre esse fato.
Em relação à acusação de que “ora liberava, ora apreendia máquinas de jogos eletrônicos”, o delegado diz que:
– Nunca mandei apreender ou liberei qualquer máquina. Todos sabemos que quem liderou o jogo eletrônico no Estado foi o governo atualmente instalado.


Gaúchos lançam Pratini
O PPB gaúcho formalizou ontem à noite a pré-candidatura do ministro da Agricultura, Marcus Vinícius Pratini de Moraes, à Presidência.
Um manifesto, intitulado “O PPB do Rio Grande do Sul quer Pratini presidente, para o bem do Brasil”, marcou o ato de lançamento do candidato, na Assembléia Legislativa.

No texto, os pepebistas destacam que o candidato “reúne, sabidamente, as qualidades culturais, intelectuais e morais que se exigem de um chefe de Estado, a competência política e o discernimento requerido de um governante, e a comprovada experiência que se deseja de um administrador”. O manifesto destaca ainda a importância do partido em ter uma candidatura própria.

“É a melhor forma de mostrar a identidade do partido, ajudar a democracia e querer um futuro melhor para o país é apresentar candidato a presidente da República”, diz o texto.
A maioria dos discursos feitos pelos líderes do PPB citou as denúncias de envolvimento do governo do Estado com o jogo do bicho. O partido deixou claro que pretende explorar os episódios apurados pela CPI da Segurança Pública na campanha eleitoral.
– Isso certamente será o nosso carro-chefe – disse o deputado estadual Marco Peixoto.


Célio pode ser vice de Lula
O prefeito de Belo Horizonte, Célio de Castro (PT), disse ontem que está em seus planos a possibilidade de ser o candidato a vice do PT à Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva.
Célio está no PT desde o início do mês, é tratado pela cúpula da legenda como um forte nome para puxar votos em Minas Gerais, mas sempre negou que estivessem ocorrendo entendimentos para que ele compusesse a chapa de Lula.
O prefeito – que saiu do PSB em janeiro devido a divergências com a cúpula nacional do partido – participa da administração de Belo Horizonte desde 1993, sempre em afinidade com o PT.
As declarações foram feitas durante uma visita de Célio a uma escola de Belo Horizonte. Célio disse aos estudantes que suas outras opções são disputar uma vaga no Senado ou o governo do Estado.
Após a visita, Célio afirmou, porém, que ainda não há decisão sobre uma possível candidatura sua em 2002 .


FH discursa na França contra protecionismo
Presidente defendeu ontem a criação de uma CPMF mundial

Aplaudido de pé por parlamentares e ministros franceses, o presidente Fernando Henrique Cardoso defendeu ontem em seu discurso à Assembléia Nacional francesa uma ordem mundial mais democrática e menos protecionista.
FH foi o primeiro presidente brasileiro e o 10º chefe de Estado e de governo a discursar no parlamento francês.

O presidente ocupou o mesmo palco que, há um ano, abrigou o primeiro-ministro inglês, Tony Blair, e há dois anos, o então presidente americano, Bill Clinton.
– Foi um discurso de conteúdo, equilibrado em suas posições – elogiou Jean Pierre Chevenement, candidato à presidência da República pelo Movimento pela Democracia, partido de esquerda que faz oposição ao presidente Jacques Chirac.
– Foi um discurso de esquerda – brincou Alain Tourraine.
Na platéia, estavam o primeiro-ministro francês, Lionel Jospin, o presidente do Partido Comunista, Robert Hue, e empresários, como Serge Dassault, ex-presidente da Dassault, parceira da Embraer.

Um grupo de jogadores brasileiros, ciceroneados por Ronaldinho Gaúcho, do Paris Saint-Germain, esteve na Assembléia para cumprimentar o presidente.
– A oportunidade de estar lado a lado com o presidente é muito legal – disse Ronaldinho.
FH disse que o combate ao terrorismo vai ser um fato, no futuro, de polícia, muito mais do que um fato de mobilização guerreira. Segundo ele, tanto Blair quanto Jospin compartilham da mesma opinião, apesar de Blair estar envolvido neste primeiro momento no conflito bélico.

Referindo-se aos atentados terroristas nos Estados Unidos, em 11 de setembro, FH disse que o governo americano não pediu apoio militar aos países:
– O apoio necessário é de inteligência e de solidariedade política.
FH defendeu ainda a criação de uma CPMF mundial – uma taxa sobre transações financeiras que seria usada para ajudar países pobres ou em dificuldades econômicas – e que os países ri cos aceitem reduzir as dívidas dos países pobres. Proposta semelhante é defendida pela Ação pela Tributação das Transações Financeiras em Apoio aos Cidadãos (Attac) e foi aplaudida no Fórum Social Mundial.

O presidente falou que a questão das barreiras comerciais agrícolas, a que ele se referiu em seu discurso, não são só francesas, mas, sobretudo, americanas. Ele reafirmou a necessidade do fim dessas barreiras comerciais e disse que isso será discutido com os governantes franceses. Hoje, FH almoça com Chirac, na sua residência oficial, e, à tarde, volta para o Brasil.


Nicolau volta para a cadeia
A remoção do juiz aposentado foi determinada ontem

O juiz aposentado Nicolau dos Santos Neto foi transferido ontem de sua casa, no Morumbi, para a Casa de Custódia da Polícia Federal (PF).
Por unanimidade, o Tribunal Regional Federal (TRF) determinou a remoção do juiz. A decisão foi tomada pelos desembargadores Suzana Camargo, relatora do processo, André Nabarrete e Fábio Prieto, da 5ª Turma do TRF, acolhendo recurso da Procuradoria da República.
Nicolau foi encaminhado a uma cela comum, que dividirá com outros cinco presos. O juiz aposentado estava em regime de prisão domiciliar desde 29 de junho, por decisão do juiz da 1ª Vara Criminal Federal, Casem Mazloum, que preside duas ações penais contra o ex-presidente do Tribunal Regional do Trabalho (TRT).

Segundo Suzana, o fato de Nicolau contar com um quadro de depressão, “não permite concluir ser portador de doença grave, de modo a ser beneficiado com o recolhimento domiciliar”. A desembargadora disse que na PF, Nicolau “se encontrava gozando de todas as condições para receber o tratamento adequado”. Segundo ela, na PF, Nicolau “tem o privilégio de prisão especial em estabelecimento que oferece condições condignas”.
Acusado de comandar o desvio de R$ 169 milhões das obras do Fórum Trabalhista de São Paulo, Nicolau está preso desde 8 de dezembro. Ao conceder prisão domiciliar ao ex-presidente do TRT, Mazloum se baseou no artigo 117 da Lei 7.210/84, que prevê que esse tipo de prisão deve ser concedido a condenados com mais de 70 anos, bem como a pessoas acometidas de doença grave. Na época, uma junta médica indicou que o juiz padecia de “depressão grave”.

A Procuradoria da República recorreu da decisão de Mazloum. Além disso, foi solicitado laudo do Instituto de Medicina Social e de Criminologia de São Paulo (Imesc). Segundo os médicos do Imesc, “não está mais indicada formalmente, sob o ponto de vista mé.dico e médico legal, a permanência de Nicolau na residência, estando apto a continuar o tratamento em regime ambulatorial, mesmo nas dependências da Custódia”.
O advogado de defesa Alberto Toron disse que vai recorrer ao Superior Tribunal de Justiça.


Olívio abre encontro em Dacar
Reunião debate evento

O governador Olívio Dutra abriu ontem, em Dacar, no Senegal, o encontro do Comitê Internacional do Fórum Social Mundial (FSM), que estará reunido até quinta-feira.
O comitê trata das definições para o próximo Fórum Social Mundial, que ocorre em Porto Alegre de 31 de janeiro a 5 de fevereiro de 2002, e do momento político atual.
Em seu pronunciamento de abertura, o governador gaúcho defendeu que a segunda edição do evento seja um espaço para a humanidade se manifestar a favor da paz.
– Este será o principal acontecimento da humanidade depois dos atentados terroristas em Nova York. O terrorismo de organizações internacionais não pode ser substituído pelo terrorismo de Estado. Nós queremos globalizar a paz do mundo – afirmou Olívio em seu discurso.

O governador participou também de uma reunião com representantes do parlamento europeu, acompanhado do senador Roberto Saturnino Braga (PSB-RJ), que representa o Congresso. O encontro irá tratar da intervenção parlamentar no mundo em busca da paz, que será um dos principais eixos do segundo Fórum Parlamentar Mundial, que ocorre paralelamente ao FSM. Hoje o governador participa dos trabalhos em grupo que irão tratar dos temas a serem discutidos no FSM e terá encontro com a primeira-ministra do Senegal, Mame Madior Buye.


O pedetista Leonel Brizola foi homenageado com prêmio especial
eres e Vencedores destaca 13 personalidades no Estado

A Assembléia Legislativa e a Federação das Associações Empresariais do Rio Grande do Sul (Federasul) realizaram na noite de ontem a entrega do Prêmio Líderes e Vencedores 2001.
Na sétima edição da homenagem, 13 pessoas foram agraciadas nas categorias mérito político, sucesso empresarial, destaque comunitário e expressão cultural. O presidente nacional do PDT, Leonel Brizola, ex-governador, recebeu o prêmio especial.
– Em pleno episódio em que as correntes se enfrentam duramente, o que prevalece aqui no Rio Grande do Sul é a cordialidade – disse Brizola ao chegar ao Auditório Dante Barone da Assembléia.

O vice-governador Miguel Rossetto, um dos contemplados na categoria Mérito Político, destacou que o prêmio tem “muita credibilidade”. O presidente da Federasul, Humberto Ruga, lembrou que as indicações foram feitas por 40 jornalistas de todo o Estado:
– Eles escolheram também os jurados. Os resultados são auditados.
Diante de um auditório lotado e com a presença de representantes dos três poderes, o presidente da Assembléia, Sérgio Zambiasi (PTB), foi o primeiro a discursar.
– Todas as sociedades aspiram por paradigmas de conduta – ressaltou, afirmando que o prêmio visa a difundir experiências vitoriosas.

Em seu discurso, Zambiasi saudou Brizola tendo sido interrompido pelos aplausos da platéia. O presidente do Legislativo relembrou os 40 anos do Movimento da Legalidade, no qual Brizola desempenhou um dos papéis mais importantes.
Os premiados receberam uma obra do escultor Gustavo Nakle, artista plástico uruguaio radicado no Estado desde 1973. A obra – uma escultura em bronze polido – é baseada na ninfa e personagem da mitologia grega Dafne, nome grego do Loureiro. As folhas dessa árvore, segundo a mitologia, são destinadas à purificação e ao coroamento dos vencedores do seu talento, sua persistência e determinação. O músico Renato Borghetti se apresentou antes da entrega dos prêmios.


Artigos

É proibido cair para trás...
CÂNDIDO NORBERTO

Há tempos, lá na minha Bagé, um seleto grupo de amigos – pessoas inteligentes e cultas – resolveu criar simbolicamente um clube muito singular. Um clube que não tinha estatutos, nem sede, nem nada. Mas sua existência se explicava tão-só pelo nome que seus fundadores lhe deram: “É proibido cair para trás”.
Com tal designação eles queriam deixar bem claro que haviam atingido um estágio da vida e visto tantas e tantas coisas, que não mais se surpreendiam com fato algum, com qualquer mudança de comportamento, de conceitos, fosse lá do que fosse.
Lembrei-me desse clube ao ver recentemente na televisão e nos jornais as imagens dos presidentes da China, dos Estados Unidos e da Rússia confraternizando alegremente numa festiva reunião realizada em Xangai, após terem firmado alguns acordos de cooperação mútua.

Apesar disso, o joguinho mais popular do país resistiu. Como resiste até hoje

Detalhe especial: os três governantes vestiam trajes chineses típicos, de colorida e floreada seda chinesa – é o que parecia. Apesar do que li e vi sobre o encontro, segui o conselho dos fundadores do clube a que me referi de início: não caí para trás.
Em verdade, nada neste mundo me surpreende mais. Nem mesmo – para lembrar outros fatos igualmente surpreendentes – os pedidos de perdão feitos, em nome da Igreja Católica, pelo nosso bravo papa João Paulo II. De memória, cito estes: aos judeus e à igreja ortodoxa da Grécia. O mais recente foi apresentado à China, a cujo governo Sua Santidade enviou um buquê de folhas de oliveira ou algo parecido.

Este gesto do pontífice é uma demonstração eloqüente de que o Estado do Vaticano deseja atar, ou reatar, relações diplomáticas com o maior país comunista do mundo. Isto depois de já haver rezado missa em Havana.

Volta a ser manchete um assunto de barbas brancas e longas: o jogo do bicho. Eu era ainda um pequeno e trêfego moleque lá em Bagé e ele já dava muito pano pra manga. Considerado contravenção, de tempos em tempos se tornava centro do noticiário e alvo de algumas perseguições policiais, a maioria delas, pelo que se ouvia dizer, meras simulações. No fundo mesmo, o que seus autores desejavam era criar um clima de intranqüilidade entre os banqueiros para logo depois lhes vender tranqüilidade.

Apesar disso, o joguinho mais popular do país resistiu. Como resiste até hoje, malgrado o Brasil – o país no qual a lei tem a hipocrisia de proclamar que é proibida a prática de jogos de azar –, continua se mostrando a mais sólida instituição brasileira. Por ele já passaram variegadas Constituições democráticas e ditatoriais, distintas formas de governo e, não obstante, aí o temos forte e rijo, guapo e atrevido. Concorrendo com esse universo de jogatina explorada pelo próprio governo, como as loterias tradicionais, as lotos e as lotecas de mil caras, mais os bingos e as maquinetas caça-níqueis... E, como se essa competição não bastasse, vemo-lo agora, pela milionésima vez, acusado de ter como cúmplices autoridades policiais e correntes político-partidárias.

A distância, a toda essa reprise contemplo sem me escandalizar, sem cair para trás... E continuo me perguntando: afinal, o que é mais feio, explorar o jogo do bicho ou extorquir dinheiro de seus banqueiros?


Colunistas

ANA AMÉLIA LEMOS

Protecionismo e alienação
Nenhum governo terá condições de lidar com políticas públicas daqui para diante ignorando o contexto internacional. Quando fez essa afirmação, o chanceler Celso Lafer tinha um destinatário: a oposição. O responsável pela política externa brasileira não esconde a mágoa pelo comportamento da oposição, que, segundo seu ponto de vista, não avalia o empenho dessa ação política do governo que projetou o país como influente protagonista nas grandes questões mundiais. Além de suscitar dúvidas sobre as posições do PT no âmbito externo, o chanceler também criticou a declaração do candidato oposicionista Luiz Inácio Lula da Silva, que, depois de um encontro com o primeiro-ministro Leonel Jospin, no início deste mês, defendeu o protecionismo agrícola, que na União Européia se constitui no principal entrave ao acesso dos produtos agrícolas do Mercosul.

Enquanto o chanceler exercia o contorcionismo diplomático para considerar medíocre o papel da oposição na análise da atual política externa brasileira, FH, mais direto, concentrou suas baterias sobre as relações comerciais entre o Mercosul e a União Européia, no discurso que proferiu perante a respeitável Assembléia Nacional da França e quando respondeu perguntas de jornalistas brasileiros e franceses. O presidente deve ter surpreendido muita gente quando disse, em resposta a uma pergunta feita pela Rádio Gaúcha, que “é injustiça achar que a França é o empecilho, no setor agrícola, a um acordo Mercosul e União Européia”. O presidente atacou os Estados Unidos, que, segundo ele, praticam o maior protecionismo comercial, não só no setor agrícola, mas também em outras áreas. O próprio chanceler lembrou, a propósito, o caso da soja brasileira, que é duramente penalizada por causa dos subsídios que o governo americano paga aos produtores norte-americanos. O ministro da Agricultura, Pratini de Moraes, que já pensou em levar o caso à OMC, fez os cálculos e chegou à conclusão de que os produtores de soja brasileiros perdem, por ano, US$ 1 bilhão por causa da barreira protecionista dos Estados Unidos. Vale lembrar que, em novembro, FH terá um encontro com George W. Bush, em Washington. Ontem, na concorrida cerimônia da Assembléia Nacional francesa, quando FH foi aplaudido entusiasticamente, deu para se ver que não são só as barreiras comerciais que atrapalham o aumento da cooperação bilateral.

Há também uma barreira representada pela desinformação. O presidente da Assembléia Nacional, deputado Raymund Forni, elogiou o Fórum Social Mundial de Porto Alegre, como se fosse uma iniciativa do governo FH. O fórum, como se sabe, foi organizado pelo PT, portanto pela oposição, que dá duro combate à globalização e à política econômica do atual governo.


JOSÉ BARRIOUEVO – PÁGINA 10

Governo Olívio ganha as manchetes
Os mais importantes jornais do país também abriram espaço ontem à gravação que liga uma figura importante do PT, Diógenes de Oliveira, amigo pessoal de Olívio, ao jogo do bicho. Folha de S. Paulo, O Globo, Jornal do Brasil, Estado de S. Paulo e Valor Econômico deram destaque à crise que envolve o governo gaúcho como principal notícia de política, todos como abertura de página. Por isso fica difícil entender a nota da executiva do PT que no item cinco aponta o que imagina ser uma “brutal manipulação de determinados meios de comunicação tentando atingir o patrimônio ético e político do PT”.
Seriam Jairo Carneiro e Diógenes de Oliveira jornalistas?

Prejuízos para a reeleição de Olívio
Interessante a análise do jornalista Sérgio Bueno, do jornal Valor Econômico, ontem, que analisa desdobramentos na sucessão interna no PT. Depois de contar detalhes da gravação do encontro entre o ex-chefe de Polícia e o principal responsável pelas finanças da campanha de Olívio, o correspondente em Porto Alegre chega a projetar desdobramentos na sucessão estadual:
“A cúpula petista tenta colocar panos quentes, mas aumenta a quantidade de quadros intermediários que aderem à tese da candidatura do prefeito de Porto Alegre, Tarso Genro, pois entendem que o governador, lançado pessalmente no epicentro da crise, não terá como evitar o desgaste na campanha eleitoral.”

Debate saudável
O secretário da Fazenda de Porto Alegre, José Eduardo Utzig, protagonizou um saudável debate na Câmara de Vereadores, antecipando-se à apreciação do projeto que institui o imposto progressivo. Diante da complexidade da matéria, permaneceu por mais de quatro horas respondendo a perguntas e recebendo críticas dos vereadores, que terão a tarefa de alterar, aprovar, ou simplesmente rejeitar o projeto.
Por uma proposta do vereador Sebastião Mello (PMDB), deferida pelo presidente da Comissão de Finanças, vereador Antônio Hohlfeldt (PSDB), o secretário deverá encaminhar à Câmara a relação com os 500 mil imóveis e o respectivo imposto a ser cobrado a partir do próximo ano.

Estaduais apóiam Rigotto
Reduzida pela metade, a bancada estadual do PMDB esteve reunida ontem com o deputado federal Germano Rigotto, assegurando apoio ao caxiense a uma das vagas da nominata majoritária (governador ou senador). Os peemedebistas constatam uma grande mobilização das bases em torno da elaboração de um projeto para retomar o Piratini. Presentes João Osório, José Sartori, Alexandre Postal, Jair Foscarini e Elmar Schneider.

Um por todos, todos por um
Quatro nomes ganham destaque no acordo firmado entre a prefeitura e as empresas permissionárias de transportes coletivos, reunidas na ATP, em março de 1990. Olívio era o prefeito, Tarso o vice, Flávio Koutzii, o secretário de governo, e Diógenes de Oliveira, o secretário dos Transportes, ao final da desastrada intervenção nos ônibus decretada no dia 14 de fevereiro de 1989, menos de um mês e meio após a posse. Exatamente 10 anos depois, no início de outra experiência, então no governo do Estado, Olívio expurgou a Ford, que será responsáv el por dobrar a arrecadação da Bahia em 10 anos.
Em 22 de abril de 1999, foi publicada a decisão que obrigava o município a pagar R$ 25 milhões pelo estrago provocado pela intervenção no transporte coletivo.

Aniversário
Olívio Dutra completa hoje em Dacar (Senegal) dois anos e 10 meses como governador. Ou seja, 1.032 dias como inquilino do Piratini. Faltam 426 dias para o término do mandato, se permanecer no cargo até o final. Se for candidato à reeleição, deixa o governo dentro de 151 dias.

Divulgação
O Fórum Social Mundial merece melhor divulgação (desde que não seja com verbas públicas). O presidente FH foi cumprimentado ontem em Paris pelo presidente da Assembléia Nacional francesa pela realização do evento em Porto Alegre. Mal sabia ele que é uma promoção do PT, pelo que relata Ana Amélia Lemos em sua coluna de hoje.

Mitologia
Matreiro, o delegado Tubino deve ter tido a mesma cautela em outras conversas com ilustres próceres do PT. Todas gravadas para evitar problemas com um governo que, na mesma época, estava mandando a Ford embora. Não deve ter ficado apenas com a versão de quem é colocado hoje como mandalete. O nosso Diógenes não tinha luz própria quando procurava empresários. Utilizava uma lanterna cedida pelo Piratini.

Resposta
A executiva do PFL se reúne hoje para analisar declarações de Miguel Rossetto sobre o partido. O presidente da sigla, Germano Bonow, estranha que o vice no exercício do governo não tenha o mesmo respeito pelo PFL que tem o titular do cargo, o que seria recíproco em relação ao PT.

Lanterna
Executiva do PT, presidida pelo jornalista Júlio Quadros, usa a mesma tática que serviu para se livrar do ex-tesoureiro Jairo Carneiro. No caso presente, Diógenes é muito mais importante do que Jairo, e a fita do presidente do Clube da Cidadania foi ao ar. A de Jairo ainda não.

Mirante
• Simon e Brizola tiveram um encontro ontem no aeroporto Salgado Filho. Foi casual e cortês.
• Brizola foi o mais cortejado ontem à noite entre os ganhadores do prêmio Líderes e Vencedores.
• O ministro do STJ, Ruy Rosado de Aguiar Júnior, os professores Ovídio Baptista da Silva e Judith Martins Costa, todos gaúchos de renome, participam com mais 15 especialistas internacionais do 2º Fórum de Direito do Seguro, de amanhã à noite a 4 de novembro, no Sheraton.
• Com a aposentadoria do desembargador Saulo Brum Leal, assume Breno Pereira Vasconcellos.


ROSANE DE OLIVEIRA

Temporada de fitas
As fitas estão para o governo gaúcho como o antraz para os americanos. A partir da confirmação de um caso verdadeiro, disseminaram-se os boatos sobre a existência de novas gravações. Ontem a Assembléia Legislativa fervilhava em especulações sobre o surgimento de novas gravações, todas envolvendo a cúpula do governo, que seriam apresentadas à CPI a qualquer momento. Ora as fitas estariam com o delegado aposentado Wilson Müller, ora com o delegado Luiz Fernando Tubino, ora depositadas no cofre de um banco uruguaio.
Tubino disse na CPI que não é o autor da gravação. Diógenes garantiu que ele também não foi – porque não seria louco de se incriminar. Como só estavam os dois na sala de estar da casa de Diógenes, e ninguém acredita em fantasma, a essas alturas muita gente deve estar tentando reconstituir mentalmente conversas tidas há quase três anos. Quantas conversas mais podem ter sido gravadas? E com que objetivo?

A forma como o CD chegou à CPI relembra o episódio das fitas que derrubaram o ministro das Comunicações, Mendonça de Barros, e atormentaram o governo Fernando Henrique Cardoso. Em outubro de 1998, o general Alberto Cardoso, chefe da Casa Militar da Presidência da República, contou ao país uma lorota sobre como conseguira duas fitas cassete com trechos das conversas telefônicas do então presidente do BNDES, André Lara Resende, com Mendonça de Barros sobre o leilão das teles. As fitas teriam sido recolhidas debaixo da pilastra de um viaduto, a partir de um telefonema anônimo.

Pela versão oficial apresentada na CPI da Segurança Pública, um alto funcionário da Secretaria da Segurança Pública entregou a gravação a Müller, que a repassou ao relator, Vieira da Cunha. Se esse “alto funcionário” tem ou não outras fitas na cartola é o que se saberá nos próximos capítulos – ou na CPI que sucederá a da Segurança.
O governo federal viveu esse drama em 1999, quando apareceram 46 fitas como produto de grampos telefônicos. À época especulava-se que haveria outras tantas. A partir do episódio, meio mundo passou a tomar mais cuidado com o que fala ao telefone. Depois da fita revelada na CPI, ninguém poderá ter certeza de que uma conversa cara a cara não está sendo gravada ou transmitida, via satélite, para uma central de gravações.


Editorial

Tragédia em andamento

A Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) lançou recentemente um alerta dramático sobre a situação de 7,5 milhões de afegãos civis, que, encurralados pela guerra, poderão ser vítimas da primeira das grandes tragédias deste milênio. A fome e o frio poderão matar 6 milhões de afegãos dentro de seu país e 1,5 milhão nos campos de refugiados no Paquistão, no Irã e nos demais países fronteiriços. Segundo a FAO, esses milhões de pessoas necessitam “desesperadamente” de alimentos que só podem ser levados nos próximos dias, antes que o inverno torne inacessíveis algumas regiões do Afeganistão.

A tragédia afegã – que, segundo os dados da organização mundial, atingirá um de cada três habitantes do país – pode se constituir no mais catastrófico efeito da guerra iniciada pelos atentados de 11 de setembro. Se antes dessa data o país já sofria os efeitos de duas décadas de guerra brutal, primeiro contra a antiga União Soviética e mais recentemente pela conflagração civil entre talibãs e antitalibãs, agora, com os ataques norte-americanos e a chegada do inverno, as imensas multidões arrancadas de suas cidades e de suas casas poderão ter que enfrentar a falta de alimentos e o frio abaixo de zero nos precários acampamentos das fronteiras ou escondidos nas montanhas.

Milhões de refugiados só sobreviverão se a ajuda humanitária dos organismos internacionais chegar antes do inverno

O mundo começa a tomar consciência dessa situação. Não se trata apenas de uma estatística. São homens, mulheres e principalmente milhões de crianças e velhos que, empurrados pela guerra, só poderão sobreviver se os organismos internacionais conseguirem chegar antes que a neve ou as bombas. Neste sentido, é dever da comunidade mundial dar atenção para os apelos do Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (Acnur), da FAO e da Cruz Vermelha. É dever das autoridades dos países que protagonizam a guerra ouvir os pedidos no sentido de fornecer todas as condições para evitar que à tragédia dos bombardeios e dos combates se some um desastre humanitário de proporções incalculáveis. Como tem ficado claro nas preocupações da ONU, é preciso que tanto o Afeganistão quanto os aliados respeitem o trabalho de socorro em curso. A perseguição aos terroristas de Osama Bin Laden e da Al Qaeda ou o combate contra os obscurantistas do Talibã não podem ser a qualquer preço nem macular a comunidade humana com o pecado da omissão.

O interesse legítimo da humanidade é de se ver livre das ameaças representadas pelo terror, especialmente porque elas ainda estão vivas e ativas. Mas, da mesma maneira que deplora as vítimas inocentes das torres gêmeas de Nova York, o mundo não pode tolerar que os refugiados afegãos paguem uma conta que não é deles.


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10/31/2001


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