PT quer explicações sobre inquérito do jogo do bicho arquivado em 94



Um inquérito policial de 1994 sobre o jogo do bicho foi o principal ponto de questionamento dos representantes do PT na CPI da Segurança Pública, durante o depoimento do delegado Alexandre Vieira nesta quinta-feira, dia 11 de outubro. Na avaliação do deputado Ronaldo Zulke, o delegado, que presidiu a investigação, não conseguiu explicar por que o inquérito foi arquivado pelo Ministério Público. “É, no mínimo, estranho que uma ação policial minuciosamente elaborada, cercada de todos os cuidados e que culminou com o estouro de 22 bancas do jogo do bicho tenha resultado em um inquérito considerado imprestável pelo Ministério Público”, avalia Zulke.

O petista lembra que a ação policial, comandada por Vieira, foi desencadeada a partir de solicitação da Chefia de Polícia da época e que envolveu, pelo menos, 12 delegados de polícia. “Trata-se da maior ação policial no Rio Grande do Sul com o objetivo de coibir a contravenção. Pessoas foram presas, provas foram recolhidas, mas o inquérito não deu em nada. Precisamos saber por quê?

Zulke quer que a CPI analise o inquérito, chamando, inclusive, os técnicos que foram encarregados de periciar os documentos recolhidos durante a ação policial. O deputado sugeriu ainda que a comissão ouça também o promotor que solicitou o arquivamento do inquérito. “Ou o problema está na elaboração do inquérito ou no Ministério Público, como sugeriu a testemunha. É preciso que esta dúvida seja esclarecida”, defende Zulke.

O delegado Vieira foi chamado a depor para explicar as denúncias de que teria recebido dinheiro do jogo do bicho para acobertar a contravenção no Estado. Ele foi denunciado, junto com outros três delegados de polícia, pelo capitão da Brigada Militar Airton Cardoso, em depoimento prestado a CPI. 




10/11/2001


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