Punição de crime contra policiais e juízes pode ser ampliada



A Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) aprovou nesta quarta-feira (17), em decisão terminativa , projeto que tipifica a formação de quadrilha com o fim de cometer crime contra agente público que atua em investigação policial, processo penal ou processo administrativo. O texto também prevê que os condenados estarão sujeitos a penas de dois a seis anos de reclusão.

O projeto (PLS 276/11), do senador Pedro Taques (PDT-MT), recebeu o apoio do relator, Demóstenes Torres (DEM-GO). Para o relator, servidor público que combate a criminalidade ou a improbidade administrativa não pode ser intimidado por aqueles que são alvo da investigação.

Dessa forma, ele concorda que a lei penal ofereça tratamento mais rigoroso ao crime de quadrilha ou bando praticado contra representantes do Estado responsáveis por investigar e punir os ilícitos penais e administrativos. Na semana passada, em Niterói (RJ), a juíza Patrícia Acioli foi assassinada com 21 tiros. Ela cuidava de processos envolvendo membros de milícias e já havia determinado a prisão de policiais militares envolvidos com esses grupos.

Demóstenes lembra que crimes "contra juízes, promotores, delegados, fiscais e outros agentes públicos que apuram ilícitos atinge o núcleo do Estado", uma vez que esses agentes representam a autoridade pública. "Se vierem a ser vítimas de qualquer tipo de intimidação ou violência, é o Estado brasileiro o primeiro a ser atingido", observa o relator.

Demóstenes apresentou emenda para também prever agravamento de pena no caso de formação de quadrilha ou bando praticado por servidores públicos que se utilizam dessa condição. Ele também modificou o projeto para trocar a expressão "agente público" por "funcionário público", para adequá-lo à terminologia utilizada no artigo 327 do Código Penal.

Banco de DNA

Também nesta quarta-feira, o presidente da CCJ, Eunício Oliveira (PMDB-CE), adiou para a próxima semana o exame do PLS 93/11, que prevê a criação de um banco de DNA de condenados por crimes violentos, que alimentará a Rede Integrada de Bancos de Perfis Genéticos, como forma de agilizar o trabalho da Justiça na elucidação dos crimes.

Terreno de marinha

Na mesma reunião, foi aprovado requerimento do senador Flexa Ribeiro (PSDB-PA) propondo a realização de audiência pública para discutir a PEC 53/07, que extingue o instituto do terreno de marinha - faixa de terra ao longo da costa brasileira definida como bem da União conforme norma constitucional.



17/08/2011

Agência Senado


Artigos Relacionados


Audiência vai tratar de ameaças do crime organizado contra juízes

Plenário aprova julgamento por grupo de juízes em ações contra crime organizado

Lei ambiental pode ser modificada para ampliar punição contra pichador

Mudança na punição a crimes contra o meio ambiente pode agilizar licenciamentos ambientais

Plenário examina PEC que muda punição disciplinar a juízes

Gerson Camata pede punição para juízes corruptos