Quebra de sigilo de procurador suspeito não foi autorizada, relata deputado
Um dos casos analisados pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro do esquema de corrupção na Secretaria de Fazenda do estado, segundo relato do deputado estadual Paulo Mello (PDT) à CPI do Banestado, nesta quinta-feira (7), foi o do procurador do estado aposentado Geraldo Moreira Barbosa, que comprou um apartamento de R$ 500 mil na capital fluminense com cheque de uma empresa off-shore das Ilhas Virgens Britânicas.
Segundo Mello, o procurador não negou, perante a comissão, ser o dono da empresa, mas omitiu qualquer outra informação. O deputado disse que o acusado está com seus bens bloqueados, pois existem provas de que está envolvido no esquema de lavagem de dinheiro. O cheque utilizado para a negociação do apartamento não pode ser melhor rastreado, informou ele, porque o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coafi) e o Banco Central não autorizaram a quebra do sigilo sobre a operação da conta CC-5 da empresa off-shore .
- O procurador tem participação comprovada e é um dos mentores do esquema de corrupção da Secretaria de Fazenda do estado - declarou o deputado.
Outra linha de investigação, contou ele, recaiu sobre a atuação do perito em informática Davi Birman, que era subsecretário da Receita à época de funcionamento do esquema. Conforme o deputado, Birman prestava serviço para Silveirinha, a quem teria conhecido em Niterói, na área de informática. Os cruzamentos telefônicos provaram as diversas conversas telefônicas entre os dois.
- Eles chegavam a falar mais de dez vez ao dia pelo celular. O sigilo telefônico de todos os fiscais de renda envolvidos foi quebrado e nada parecido foi verificado. Eles tinham uma parceria no esquema que ficou clara para a CPI - revelou Mello.
Em resposta ao deputado federal Robson Tuma (PFL-SP), que atuou como relator na reunião desta quinta-feira, Paulo Mello disse que não houve pressão política para que a CPI encerrasse seus trabalhos, pois, segundo afirmou, a comissão já havia cumprido seu papel.
07/08/2003
Agência Senado
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