NetSaber - Banco de Notícias

- Queremos que a verdade prevaleça. O Brasil precisa desses dados. Há acusações fortíssimas contra a honra e a dignidade de Palocci. Temos de averiguar a credibilidade do caseiro - justificou Tião Viana pouco antes de negar ter conhecimento de como informações sigilosas sobre Francenildo vazaram para a imprensa.

Recentemente, a revista Época publicou que o caseiro teria recebido, em 2006, mais de R$ 25 mil em depósitos em uma conta na Caixa Econômica Federal, o que fez representantes da base do governo levantarem a hipótese de que Nildo estaria sendo manipulado para atacar o ministro da Fazenda, Antonio Palocci. Em seu requerimento, Tião Viana pede que o Senado receba informações sobre movimentações bancárias de Francenildo desde o início deste ano. O senador foi apoiado em seu requerimento pelos colegas petistas Serys Slhessarenko (MT), Ideli Salvatti (SC) e Roberto Saturnino (RJ).

Logo depois que Tião Viana apresentou o requerimento, Antonio Carlos Magalhães também enviou requerimento à Mesa solicitando a quebra do sigilo bancário de Paulo Okamotto desde o início de 2001. O senador Arthur Virgílio (PSDB-AM) apoiou o requerimento do colega baiano.

- Não me oponho à quebra do sigilo de Francenildo. Mas vamos também abrir a caixa-preta do senhor Okamotto - avisou o líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio.

Minutos depois, Antero Paes de Barros afirmou "estar triste com a proposta de Tião". Antero disse que o caseiro devia ser condecorado por ser um "cidadão honrado". O parlamentar lamentou "a violência de setores do governo que invadiram o sigilo de Francenildo".

- Não dá para aceitar isso. Vou apresentar na CPI dos Bingos requerimento pedindo a quebra dos sigilos de Okamotto - prometeu Antero.

Antero acabou por apresentar também requerimento pedindo a quebra do sigilo bancário, dos últimos cinco anos, de Fábio Luiz Lula da Silva.

A líder do PT no Senado, senadora Ideli Salvatti (PT-SC), afirmou então que o vazamento de informações sigilosas "deve ser combatido sempre". Entretanto, Ideli afirmou que, em casos anteriores e similares, a oposição não teria feito "discursos inflamados".

- São dois pesos e duas medidas: quando é para atingir alguém do governo pode vazar, pode tudo, quando atinge o outro lado, não. A oposição está afoita em buscar atingir o PT - afirmou Ideli ao declarar apoio a Tião Viana.

Ideli considerou como um "procedimento afrontoso" e como uma "represália a Tião Viana" o pedido contra o filho do presidente Lula.

O senador Alvaro Dias (PSDB-PR), logo depois, lamentou que o sigilo do caseiro "já esteja quebrado". O senador defendeu a punição criminal dos responsáveis pelo vazamento das informações bancárias de Nildo à imprensa. Na avaliação de Alvaro Dias, o Plenário do Senado não seria o foro adequado para "propor a quebra de sigilo de ninguém". Para Alvaro Dias, tais proposições deveriam ser encaminhadas às comissões parlamentares de inquérito. O senador também apoiou a quebra dos sigilos de Okamotto.

- Esta Casa não pode se associar à violência contra direitos individuais, não temos nenhum motivo para quebrar o sigilo do caseiro - disse Alvaro Dias.

Todos os três requerimentos apresentados serão encaminhados para análise da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) e depois retornarão para serem apreciados e votados pelo Plenário do Senado Federal.

Artigos Relacionados