QUINTANILHA ABRE SEMINÁRIO SOBRE PRODUTOS TRANSGÊNICOS



Ao abrir, nesta terça-feira (dia 08), o seminário "Clonagem e Transgênicos: impactos e perspectivas", o senador Leomar Quintanilha (PPB-TO) destacou os "avanços notáveis" alcançados na área de biotecnologia. O seminário, promovido pela Comissão de Assuntos Sociais (CAS), está sendo realizado no auditório Petrônio Portella e termina na próxima quinta-feira. Participaram da solenidade de abertura o vice-presidente da República, Marco Maciel, os ministros da Agricultura, Francisco Turra, e da Ciência e Tecnologia, Bresser Pereira, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Carlos Velloso e o vice-reitor da Universidade de Brasília, Timothy Mulholland. Autor do requerimento para a realização do seminário, Quintanilha lembrou que o símbolo da grande conquista transgênica - a ovelha Dolly, primeiro mamífero clonado no mundo - já nasceu envelhecida, arrefecendo o mérito da conquista. Mas, se Dolly envelheceu, isso não pode obscurecer os progressos "incalculáveis" obtidos no setor, disse o senador.O presidente da CAS, senador Osmar Dias (PSDB-PR), falou sobre a importância do seminário na formação de uma base técnica para a discussão. O parlamentar lembrou que os países em desenvolvimento precisam aumentar em 3% ao ano sua produção de alimentos, para nutrir cerca de 830 milhões de pessoas que não consomem o mínimo diário de calorias necessárias.Osmar Dias parabenizou Quintanilha pela realização do evento e levantou quatro questões que, em sua opinião, têm de ser respondidas antes da utilização de produtos transgênicos. Para ele, é preciso antes saber se o produto causa danos à saúde, se é prejudicial ao meio ambiente ou se provoca erosão genética, com a transfiguração das características originais da planta ou do animal, e ainda se há interesse comercial para o uso do produto no Brasil.Representando o presidente Fernando Henrique Cardoso, o vice-presidente da República lembrou o Papa João Paulo II, para quem "toda tecnologia deve corresponder a uma ética e toda ciência deve corresponder a uma consciência". Para Maciel, o Sumo Pontífice quis dizer que "não é fácil, mas é possível compatibilizar o progresso científico com demandas que não são apenas morais, mas também envolvem questões religiosas".Já o ministro da Ciência e Tecnologia narrou problemas enfrentados por outros países com relação a produtos transgênicos. BIOTECNOLOGIAA primeira manhã do seminário foi dedicada à biotecnologia no Brasil e no mundo. O presidente da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Alberto Duque Portugal, afirmou que esse segmento da ciência é fundamental para os negócios agrícolas no Brasil.Portugal disse que, ao contrário da produção de veículos automotores, o Brasil é competitivo em produtos de genética tropical. Ele defendeu o direito de escolha do consumidor, a partir da identificação dos produtos transgênicos no rótulo de sua embalagem, e chamou a atenção para a forte concentração na área produtiva: apenas cinco empresas produzem a quase totalidade (93%) das sementes de milho no Brasil.

08/06/1999

Agência Senado


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