Quintanilha: crise na Venezuela é um alerta para democracias da América do Sul
Ao comentar a tentativa frustrada de golpe de estado na Venezuela, o senador Leomar Quintanilha (PFL-TO) disse que essa grave crise institucional é um alerta para a fragilidade das democracias da América do Sul. O que ocorreu na Venezuela, afirmou o senador, reforça o sentimento de que é essencial a consolidação da democracia no continente, "pois os regimes de força não podem mais ter espaço na sociedade contemporânea".
Quintanilha ressaltou que, contrapondo-se à situação de golpe militar na Venezuela, o Brasil deu ao mundo um grande exemplo de amadurecimento democrático no episódio do impeachment do ex-presidente Fernando Collor de Melo - comprovadamente envolvido em esquema de corrupção - que transcorreu em clima de absoluta tranqüilidade.
Sobre a notícia divulgada pela imprensa de que os Estados Unidos teriam apoiado os golpistas venezuelanos, o parlamentar disse que há indícios da participação americana no episódio, uma vez que a Casa Branca admitiu que alguns dos seus funcionários tiveram encontros com líderes golpistas venezuelanos antes da tentativa de derrubar Hugo Chávez.
Quintanilha citou a participação dos Estados Unidos, nos bastidores, para a derrubada de outros governos da América Latina, como os de Salvador Allende, no Chile; de Isabelita Perón, na Argentina, e de João Goulart, no Brasil. Esses fatos, afirmou, reforçam as suspeitas de que os EUA realmente tenham tido participação no episódio venezuelano. Se for comprovada, acrescentou, a postura norte-americana deve ser repudiada por todos aqueles que têm compromisso com a democracia e com o estado de direito.
- A solução das questões internas envolvendo disputas político-partidárias da Venezuela são de sua exclusiva responsabilidade. Às outras nações do mundo, especialmente as mais importantes e vizinhas, como o Brasil, cabe apoiar e trabalhar pela consolidação da democracia no nosso continente, único regime capaz de promover o desenvolvimento e de distribuir riquezas - concluiu.
25/04/2002
Agência Senado
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