Quintanilha diz que prazos de conclusão de processos contra Renan dependem de relatores
O presidente do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, senador Leomar Quintanilha (PMDB-TO), afirmou nesta quarta-feira (10), em entrevista à imprensa, que, embora não descarte a possibilidade de votar no colegiado até o dia 2 de novembro todos os processos contra o presidente a Casa, Renan Calheiros, a fixação desse prazo cabe somente aos relatores das representações e não pode ser uma decisão unilateral da presidência do Conselho.
- Os relatores têm-se empenhado ao máximo para dar agilidade aos processos. Por isso, os senadores da Casa vão entender, caso os relatores precisem de um prazo maior - explicou Quintanilha.
A afirmação de Quintanilha foi uma resposta à decisão anunciada em Plenário, nesta terça-feira (9), pelo líder do DEM, senador José Agripino (RN), de que várias lideranças políticas decidiram fixar a data de 2 de novembro como prazo final para que o Conselho de Ética aprecie todos os processos que tramitam no colegiado contra Renan. Segundo Agripino, caso o prazo não seja cumprido, os senadores prometem obstruir a pauta de votações para impedir a votação de projetos.
O presidente do Senado responde a três processos por quebra de decoro parlamentar no Conselho de Ética. O primeiro apura denúncias de ele teria comprado, em parceria com o usineiro João Lyra, e por meio de laranjas e sem declarar à Receita Federal, duas emissoras de rádio e um jornal em Alagoas. O senador Jefferson Péres (PDT-AM), confirmado nesta quarta-feira como relator da matéria, afirmou que vai "fazer o possível" para entregar seu relatório até o próximo dia 2.
Uma outra representação contra Renan solicita investigação para apurar denúncias de que ele e o empresário Luiz Garcia Coelho teriam montado um esquema para desviar recursos de ministérios comandados pelo PMDB. O relator da matéria é o senador Almeida Lima (PMDB-SE). Já o relator do processo que apura se Renan utilizou tráfico de influência para favorecer politicamente a cervejaria Schincariol é o senador João Pedro (PT-AM).
Nesta terça-feira (9), O DEM e o PSDB entraram com uma nova representação para apurar denúncias de que Renan estaria envolvido num suposto esquema para vigiar e chantagear os senadores Demóstenes Torres (DEM-GO) e Marconi Perillo (PSDB-GO). Antes de ser encaminhada ao Conselho de Ética, a denúncia tem de ser analisada pela Mesa do Senado.
Unificação
Quintanilha admitiu a possibilidade de unificar em um só processo essa nova denúncia, de espionagem, com a que trata da compra de empresas de comunicação.
-Vamos avaliar, em reunião do colegiado, a possibilidade de unificação desta quinta representação com a terceira, já que ambas são de autoria do DEM e do PSDB - anunciou o presidente do colegiado, sem, contudo, anunciar a data da próxima reunião do conselho.10/10/2007
Agência Senado
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