QUINTANILHA: ENCARGOS REDUZEM COMPETITIVIDADE AGRÍCOLA



Com bons índices de incorporação tecnológica à produção, a agricultura brasileira arca com encargos tributários da ordem de 37%, o que, segundo disse hoje (dia 12) o senador Leomar Quintanilha (PPB-TO), representa um dos principais fatores da baixa competitividade dos produtos agrícolas nacionais.

O senador deu o exemplo da Argentina e do Uruguai, onde o setor agrícola tem vantagens competitivas em relação ao Brasil por conta de encargos tributários de 16% e 14%, respectivamente.

Quintanilha abordou principalmente a produção de arroz, em que "o Brasil assumiu uma liderança pouco invejada, de maior importador do mundo", apesar de suas condições climáticas favoráveis, da sua área agricultável privilegiada e da necessidade de abrir oportunidades de trabalho à imensa legião de desempregados.

Em 1997, salientou o senador, o Brasil importou 1,7 milhão de toneladas de arroz e, para 1998, as previsões são de que as importações atingirão 2 milhões de toneladas, pois a produção nacional de arroz está estagnada em 10 milhões de toneladas.

Além da carga tributária, Leomar Quintanilha também apontou os altos juros dos financiamentos agrícolas, que, apesar da estabilidade monetária, têm alcançado patamares que inviabilizam novos investimentos produtivos e vêm provocando até mesmo o abandono das propriedades agrícolas, por falta de condições de pagamento.

Em aparte, o senador Edison Lobão (PFL-MA) considerou a informação de que o Brasil é o maior importador de arroz do mundo como uma denúncia. Ele afirmou que o Japão, com uma área quase igual à do estado do Maranhão e 70% de suas terras inaproveitáveis para fins agrícolas, produz tanto arroz quanto o Brasil. Para Lobão, a explicação para semelhante disparidade está na equivocada política agrícola do governo federal.



12/03/1998

Agência Senado


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