Quintanilha pede maior atenção do governo para assentados pelo Incra



O senador Leomar Quintanilha (PFL-TO) alertou o Ministério do Desenvolvimento Agrário, nesta sexta-feira (29), sobre a multiplicação dos acampamentos às margens das rodovias em todos os estados, particularmente em Tocantins. Segundo o senador, quando o governo anuncia que dará prioridade aos acampados, o que se vê é o aumento do número de acampamentos, formados por pessoas que esperam receber um quinhão de terra, muitas das quais sem a menor aptidão para lidar com ela.

Quintanilha disse também que somente no Tocantins há mais de 100 assentamentos que precisam ser objeto de imediata atenção por parte do governo federal. Milhares de famílias, disse, são localizadas em determinada região mas recebem uma -assistência mitigada-, o que as leva a reclamar condições mínimas para uma existência condigna.

- O que se vê é um desordenamento enorme - acrescentou Quintanilha, para afirmar que, se o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) tiver o cadastramento original dos assentados, verá que a maioria já deixou a terra, depois de enfrentar muitas dificuldades no desenvolvimento da atividade agrícola, sobretudo por falta de assistência técnica adequada.

O tratamento dado à questão agrária, segundo o senador, tem provocado intranqüilidade no campo e até mesmo a prática de ilícitos, apesar de não ser esse o interesse do governo federal. Quintanilha propôs que se democratize a discussão sobre a reforma agrária, com a participação dos governadores, a fim de que se encontre uma boa solução para a questão.

O senador condenou a forma pela qual o Incra faz os assentamentos, levando para um determinado município, às vezes, até 1000 famílias, sem perguntar ao prefeito se no orçamento há recursos para o atendimento a tais pessoas. Ele lembrou que a grande maioria dos municípios enfrenta uma situação de penúria e defendeu uma melhor distribuição dos recursos públicos entre União, estados e municípios.

Quintanilha defendeu ainda uma análise minuciosa, pelos senadores, da reforma da Previdência. Observou que o modelo atual não atende às necessidades da sociedade brasileira. E disse que a reforma não poderá passar -em brancas nuvens- pelo Senado que, em sua opinião, poderá fazer alterações no texto, se julgar necessário. -Não importa se irá demorar mais, porque a sociedade está mais interessada na justiça social do que no açodamento-, disse ele. Quintanilha foi aparteado pelo senador Mão Santa (PMDB-PI).



29/08/2003

Agência Senado


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