Quintanilha quer modelo hidrelétrico do Tocantins implantado em todo o Brasil



Primeiro a discursar na tribuna do plenário nesta sexta-feira (dia 6), o senador Leomar Quintanilha (PPB-TO) defendeu a adoção, no Brasil, do modelo hidrelétrico utilizado no Estado do Tocantins. Para ele, trata-se de um "modelo que vem ao encontro dos interesses do país". O senador informou que a privatização do gerenciamento do sistema energético local propiciou que fosse construída, no leito do rio Tocantins, a usina hidrelétrica Luís Eduardo Magalhães. A obra, assinalou, está sendo feita em tempo recorde.

- A usina terá capacidade de 850 Megawatts. A partir de dezembro, a geração de energia no estado será de cinco a seis vezes maior que a sua demanda - afirmou, observando que há ainda outros quatro projetos de plantas hidrelétricas no próprio leito do Tocantins.

De acordo com Quintanilha, a natureza foi generosa com o Estado que representa no Senado. O senador afirmou que, assim como o país, o Tocantins tem "mananciais ricos e extraordinários". O Estado, que segundo o parlamentar tem duas das principais bacias hidrelétricas do país, hoje produz cerca de metade de sua demanda, algo em torno de 145 Megawatts.

O senador lamentou que agora, quando o Brasil se prepara para um crescimento econômico continuado, após ter controlado a inflação e vencido "sérias metas fiscais", o "fantasma do racionamento de energia, que rondava os parques industriais do país", se tenha materializado. Quintanilha leu notícia do jornal O Globo, cujo teor afirma que o eventual fracasso do pacote de 33 medidas lançado pelo governo federal para economizar 10% da energia gasta no país poderá resultar no racionamento. O jornal afirma ainda que os primeiros consumidores afetados serão os consumidores domésticos e comerciais.

_ O país adotou um modelo energético superado. Os últimos governos, principalmente o governo Fernando Henrique, vêm tentando modificá-lo, com maior participação do setor privado na produção e no planejamento da energia elétrica - afirmou o senador.

De acordo com Quintanilha, seria leviano dizer que nada foi realizado no setor elétrico pelo governo, que tem "procurado fazer o que é possível". O senador lembrou que foi facilitado o ingresso de investimentos estrangeiros, basicamente na área de distribuição de energia, cuja participação do setor privado é hoje de aproximadamente 77%. Ele realçou, no entanto, que, na geração, ocorre o contrário: cerca de 70% da energia gerada no país é feita por empresas estatais.

Quintanilha observou ainda que a ameaça de racionamento tem causa pluviométrica, já que a capacidade de energia instalada é compatível com a demanda nacional, de mais de 72 mil Megawatts. Afirmou também que o país aproveita pouco seu potencial de geração de energia eólica, termelétrica e solar.

06/04/2001

Agência Senado


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