QUINTÃO DESCARTA RISCO DE PRESENÇA GUERRILHEIRA NO BRASIL



O ministro da Defesa, Geraldo Quintão, afastou a possibilidade de o movimento guerrilheiro da Colômbia extrapolar para além das fronteiras com o Brasil, durante audiência pública realizada nesta quarta-feira (dia 22) na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional. Segundo o ministro, os maiores focos guerrilheiros e de narcotraficantes naquele país distam cerca de mil quilômetros da fronteira brasileira. De qualquer forma, afirmou, o governo tem aumentando a presença militar na Amazônia e hoje o Exército dispõe de um efetivo de 22 mil homens em uma área de 5 milhões de quilômetros quadrados - quase dois terços do território brasileiro.

Em depoimento de mais de três horas, o ministro expôs as preocupações do governo com o problemas colombianos, mas garantiu que é posição unânime entre os chefes de estado latino-americanos o entendimento que tanto a guerrilha quanto o narcotráfico são assuntos internos da Colômbia. Dessa forma, entende Quintão, o continente assume uma postura de repúdio a qualquer iniciativa norte-americana de intervenção na região.

- O Brasil acha que quem tem que resolver os problemas é o poder político colombiano - disse.

Também mereceu destaque na exposição do ministro as tentativas de cooperação entre os governos na área da Defesa. Segundo Quintão, como é praticamente impossível chegar a uma concepção única e abrangente de segurança unindo os hemisférios americanos, é fundamental valorizar a abordagem regional para que se chegue a um encaminhamento comum. Esse entendimento na área de segurança e defesa, na opinião de Quintão, pode ser impulsionado pelo Mercosul e pela Comunidade Andina. "O Brasil está comprometido com a integração e a solidariedade regional e com a intensificação do intercâmbio entre as forças armadas dos países americanos", afirmou.

O ministro reconheceu as dificuldades orçamentárias das Forças Armadas, mas salientou os esforços do governo para melhorar os salários da tropa. Segundo ele, em janeiro já deverá vigorar o estatuto de remuneração dos militares.

22/11/2000

Agência Senado


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