Ramez Tebet considera absurda mudança da CLT







Ramez Tebet considera absurda mudança da CLT
O presidente do Senado, Ramez Tebet (PMDB-MS), afirma ser "um absurdo" o projeto de lei do Governo que pretende mudar a CLT. Para ele a medida "é incompatível com o regime de urgência solicitado pelo Governo no projeto que propõe alteração no artigo 618 da CLT, permitindo a flexibilização e desregulamentação dos direitos dos trabalhadores, criando a possibilidade de que "o negociado prevaleça sobre o legislado".

Tebet disse que está orientando os deputados peemedebistas a estabelecerem divergências com a proposta governista, de forma que possa ser realizado um "amplo debate" sobre a questão com os maiores interessados no assunto, "que são os trabalhadores brasileiros". Em seguida ressaltou que "essa mudança não pode passar em regime de urgência", afirmou o senador para uma platéia de sindicalistas, reunida sábado último, no Encontro Trabalhista do PMDB, em Campo Grande.

O presidente do Senado previu que a discussão "madura e racional" da matéria poderá gerar emendas positivas no projeto. Mas, garantiu, se a classe trabalhadora entender que a proposta, mesmo modificada, em nada contribui para a melhoria de vida dos brasileiros, "nós vamos votar e orientar o partido a votar contrariamente às mudanças".


PL lança candidatos ao governo e senado
O Encontro Estadual do PL, realizado ontem pela manhã no Clube Caixeiros Viajantes, lançou o capitão Haroldo Medina como candidato do partido ao governo do Estado para as eleições de 2002. Apesar da pouca densidade eleitoral, já que não ocupa nenhum cargo público pela sigla, Medina foi escolhido pelos conhecimentos na área de segurança pública.

Para a definição, o PL realizou uma pesquisa junto à população do Estado. "Descobrimos que a maior demanda do gaúcho é a segurança. Está acima, inclusive, de saúde e moradia", disse o presidente metropolitano do partido, vereador Valdir Caetano. Segundo o vereador, o capitão é um homem preparado para a função. "Ele é uma pessoa de boa vontade e de muito caráter", elogiou.
Para o Senado, os liberais lançaram Caetano. Também já está completa a nominata para deputados federal e estadual. "Não pretendemos fazer aliança", adiantou ele.

Sobre o programa de governo, Caetano explicou que o PL defenderá a atração de novos investimentos para o Estado. "O Rio Grande do Sul deve abrir as fronteiras para os outros estados e países, mostrando suas qualidades. Há uma timidez na busca de recursos", lamentou, lembrando que os investimentos geram emprego e renda, além da melhoria das condições sociais da população


Koutzii acredita que PT deve tirar lições dos problemas
O chefe da Casa Civil, secretário Flavio Koutzii, acredita que o PT deve assimilar as lições tiradas do episódio envolvendo o partido e o Clube da Cidadania, levantados pela CPI da Segurança Pública. Koutzii aposta que a parcela da sociedade que elegeu o governador Olívio Dutra, em 1998, compreenderá que as denúncias da CPI não podem ser generalizadas ao PT e ao governo da Frente Popular.
Para Koutzii, o patrimônio ético construído pelo partido em 22 anos de história, sem que nenhum parlamentar tenha sido envolvido em irregularidades, vai se sobrepor aos erros individuais. Koutzii rebate, também, as acusações feitas por Alceu Collares em entrevista exclusiva ao JC

Jornal do Comércio - Qual é o paralelo existente entre a CPI da Propina, no governo Collares, e a CPI da Segurança, na administração Olívio Dutra?
Flávio Koutzii
- A CPI da Propina tinha presidente e relator, diferente da CPI da Segurança, que teve um relator-presidente. Eu era o presidente e José Otávio Germano foi o relator, o que muitas vezes não é lembrado. Nós tínhamos outros padrões de conduta. O contexto político do Estado era diferenciado. Não havia, em 1991, quando começou o governo Collares, um bloco oposicionista compactado com cimento político-ideológico anti-esquerda e com um nível de contundência e hostilidade que o projeto democrático e popular, sobretudo o PT, vem enfrentando. Havia ampla oposição ao Collares, mas não de um bloco monolítico e de um grande nível de confronto ideológico como o de hoje. A composição política da CPIs também mostra uma grande diferença. Nesta, a maioria dos deputados sumiu atrás da figura do relator, o que não aconteceu na Comissão da Propina. Formamos várias subcomissões. Eu não era o dono da CPI. Havia um relator e isso não é um detalhe, porque quem faz o relatório é quem contextualiza. Não era a CPI do Koutzii. Esse é um cínico e mal-intencionado esquecimento do Collares. Isso é muito diferente do padrão ultra de concentração de poder, de unificação de mando e de ausência de outras autoridades fortes e de divisão de responsabilidades que marcaram essa CPI.

JC - Como avalia o relatório do deputado Vieira da Cunha (PDT) na CPI da Segurança?
Koutzii
- Essa CPI não tem provas. Os três indiciamentos do governador, do vice, da Casa Civil, do (secretário de Justiça, José Paulo) Bisol e do Arno (Augustin, secretário da Fazenda) são absolutamente inconsistentes. Houve três núcleos temáticos básicos: a segurança, que não foi desenvolvida, o governo e seus responsáveis principais e o Clube da Cidadania e o PT. Houve um corte entre as responsabilidades do governo e do partido. Não posso admitir que esses indiciamentos sejam feitos pelo fato de que assinamos um decreto. Sobre o indiciamento de Olívio, de Bisol e de delegados por prevaricação, porque não teriam reprimido o jogo do bicho com a devida severidade, eles acham que as 12 bancas estouradas ao longo de nosso governo não tiveram importância e se fixam em outras nove que não o foram. O relator pode achar o que quiser, mas é impossível pedir o impeachment do governador porque o julgamento dele diz que não combatemos com a devida contundência.

JC - Collares alega que os argumentos levantados contra o governo dele caíram por terra, pois nenhum foi endossado pela Justiça.
Koutzii
- As denúncias que deram lugar à CPI da administração Collares corresponderam a situações internas de governo, como o pagamento de propinas para a liberação de dinheiro ou serviços. Não foi o caso da CPI da Segurança, que se desviou dos fatos determinados. Não há nenhuma frase no texto do Vieira que demonstre que figuras do governo pegavam dinheiro do jogo do bicho, enquanto governo. Então, a CPI se deslocou para o partido e o Clube da Cidadania. Não há problemas com o governo. Há problemas com o Clube, que tem a ver com o partido que elegeu o governador, em uma dinâmica de campanha. O Collares disse ao Jornal do Comércio
que inventei, fraudei e caluniei, mas recordo minha trajetória, que ele não pode nem compreender. A CPI da Propina jamais considerou a hipótese de indiciá-lo, por um senso de medida e equilíbrio, mas o conjunto de situações irregulares que envolviam os recursos do Estado chegavam a US$ 50 milhões. Alguns assuntos da CPI da Propina foram considerados inconsistentes pelo Ministério Público que, dos 34 temas propostos, arquivou 12, mas mandou quatro para a Justiça. Os outros estão em andamento. Entre os judicializados, estão irregularidades com o programa "Nenhum Adulto Analfabeto", com o pagamento efetuado a empresas fantasmas e com o recebimento de diárias. Collares é que fez um governo fraudulento, com flancos por tudo que era lado.

JC - Qual a relação da CPI com o combate à banda podre da polícia?
Koutzii
- Provocamos um debate que cria enormes problemas na sociedade, que é o combate à banda podre. Não compraríamos uma super-guerra a mais, com a polícia, para nos comprometermos com o jogo do bicho. Os delegados que vão depor na CPI querem nos matar e não nos elogiar. O relatório final do (secretário substituto da Segurança, Lauro) Magnago apresentou nomes, o que desmontou a versão de que não combatemos a banda podre. Uma parte importante da estrutura que encontramos foi construída com valores muito diferentes dos nossos. Foram anos e anos de todo o mundo fechar o olho para todo mundo. É muito difícil combater isso, mas afastamos 214 policiais e demitimos 48, entre eles 15 delegados. Outros 37 ainda respondem a processo.

JC - Foi o surgimento da gravação da conversa entre Diógenes de Oliveira e Luiz Fernando Tubino que deixou o governo em situação delicada?
Koutzii
- Claro. Não foi coincidência que a fita do Diógenes apareceu no dia da acareação do Tubino com quatro delegados. Foi uma negociação escandalosa. Essa CPI trará problemas para o governo e para o partido, obviamente, mas saberemos enfrentar. Estão dizendo que recolhemos dinheiro para a campanha de uma fonte que não deveríamos. Mas nossa situação é muito diferente da do Collares, porque não se trata de roubar dinheiro público. A CPI da Propina foi um grande álibi para o Collares, porque seu governo foi fraco e inconsistente. Seria uma ingratidão ele não compreender isso, porque escondeu sua incompetência, arbitrariedade e gigantesco autoritarismo materializado, sobretudo, no calendário rotativo.

JC - Como justifica a posição do governador, que ameaça processar os deputados oposicionistas da CPI e não toma nenhuma atitude com relação a Diógenes de Oliveira, que foi seu grande algoz no episódio?
Koutzii
- A posição do governador foi entregar para seu partido a decisão sobre o tema. Olívio não quer se envolver nessa questão porque Diógenes era filiado do PT, que deve arbitrar isso. Tanto o faz que institui a Comissão de Ética e uma Comissão Política especial. O Diógenes se antecipou ao que acabaria em sua expulsão. A atitude dele resolve, em parte, a questão da responsabilidade partidária mas, como militante do partido, acredito que os símbolos da ruptura devem ser mais precisos e claros. A Comissão Política deve fazer uma manifestação clara sobre seu julgamento. A antecipação por parte dele é insuficiente do ponto de vista da resposta que o partido deve dar à sociedade. Não o governo, porque Diógenes não era membro do governo. O acerto de contas cabe ao partido a que ele pertenceu.

JC - Que destino deve ser dado ao prédio da sede do PT estadual, que está sendo utilizada pelo partido em comodato com o Clube da Cidadania?
Koutzii
- Deve ser devolvido ao Clube; e quanto mais rápido, melhor. Devemos tirar lições desse episódio. Uma delas vem do fato de que Diógenes, junto com Daniel Verçosa, cuidava do Clube da Cidadania. Isso não é controle partidário, que deveria ser mais rigoroso. Era alguma coisa que tinha a ver com o PT, mas não era controlado pelo partido. A idéia era interessante, mas o Clube acabou porque não é possível manter um Clube de Seguros com essa imagem.

JC - É correta a linha adotada pelo prefeito Tarso Genro de que o partido deve buscar uma correção de rota, pois ninguém é intocável ou impoluto?
Koutzii
- Do meu jeito, tenho falado também nessa direção. Nós conseguimos acumular, nesses 22 anos, um patrimônio fantástico. Constantemente temos que lidar com uma caricatura de nós mesmos, e temos alguma culpa nisso. A grande maioria dos partidos nem pretenderia somar à sua bandeira a imagem de uma grande lisura. Todos os grandes partidos têm escândalos permanentes, anuais, em todos os cantos do Brasil. São muito mais heterogêneos, exigem muito menos e geram uma cultura muito mais concessiva. Devemos ter humildade, mas não muita. Nesse tempo de história, não tivemos nenhum parlamentar envolvido em coisa nenhuma. Moro há treze anos em Porto Alegre e não faltou esforço da oposição. Temos um patrimônio gigantesco, mas não podemos construir um partido nacional com amplo espectro sem que, em algum lugar, as coisas não entornem. Temos que tirar as lições dessa questão, mas não aceito a idéia difundida pela oposição de que todo mundo é igual. Não tem essa!

JC - Como avalia o desgaste provocado pela CPI?
Koutzii
Reconhecemos que há um certo desgaste. Uma parte daqueles que confiaram em nós ficaram com dúvidas e inquietudes legítimas, mas precisam olhar para o lado. A autocrítica e o aprendizado com os erros deve ser muito bem calibrado, porque um gigantesco cinismo tomou conta da CPI. Agem como se alguns delegados fossem fontes de virtude, enquanto o pecado mora aqui: o Olívio, com um apartamento de 60 metros quadrados na Assis Brasil, e a dona Judite, que deve ser uma perigosa figura da contravenção. Os caras que estão empulhando a opinião pública devem ser denunciados. Há uma enorme inquietude da direita sobre a possibilidade de vencermos de novo. Eles associam isso a uma espécie de fantasma chamado "Síndrome de Porto Alegre", que é não paramos mais. Precisamos corrigir uma série de coisas e progredir em outras, mas temos um padrão de conduta que não está relativizado e um padrão de um programa político e uma luta que continua valendo para nós.

JC - Ainda há condições para a realização de prévias para escolher o candidato ao governo ou a decisão deverá ser por consenso?
Koutzii
- Tenho uma enorme convicção de que seria melhor que não houvessem prévias e pudéssemos obter o consenso. Não acho impossível. Estamos recém saindo do enfrentamento de um ataque desmensurado e estou com aqueles que pensam que, se forem realizadas, as prévias devem acontecer no ano que vem.

JC - Quem será o candidato mais forte da oposição na disputa pela sucessão do governador Olívio Dutra?
Koutzii
- O Britto (ex-governador Antônio Britto). Ele complicou enormemente sua candidatura com o racha do PMDB, mas apetite é ali mesmo. Nós estamos garantidos no 2º turno e ganharemos, ou não, dependendo da nossa capacidade de fazer compreender a grande conspiração que a CPI representou.


Escolha de novo diretório divide tucanos gaúchos
O processo de escolha do futuro diretório estadual do PSDB, que acontecerá dia 15 de dezembro, está provocando uma divisão interna no partido. O líder da bancada na Câmara Municipal de Porto Alegre, vereador Antônio Hohlfeldt, criticou, ontem, o lançamento da primeira chapa ao diretório, apoiada pelo deputado federal Nelson Marchezan. Marchezan, por sua vez, acusa Hohlfeldt de não querer ouvir as bases partidárias, "montando regras para conduzir a um resultado satisfatório para a atual direção".

Segundo Hohlfeldt, o lançamento da chapa provocará um racha no PSDB. "Chapa fora de consenso é traição ao partido, porque advogará princípios e idéias que fogem ao que foi fixado pelo Congresso", justificou.
Lembrou ainda que a executiva estadual estava tentando o consenso, apesar da contrariedade do correligionário. "Marchezan assume a idéia de que é contra a chapa própria para o governo do Estado e, por conseqüência, assume o risco de acabar com o PSDB no próximo ano, já que prejudicará as candidaturas proporcionais", acusou. Para Hohlfeldt, a divisão levará o partido a diminuir no Estado.

Conforme Marchezan, a comissão responsável pela definição das regras de escolha do diretório privilegia filiados que já ocupam funções partidárias. "Além de eles não nos deixarem debater, aqueles que não aderirem tornam-se inimigos. É uma conhecida técnica que Hohlfeldt ainda não esqueceu", condenou.
Marchezan acrescentou que a candidatura própria ao governo independe da discussão sobre a formação da executiva. "A convenção decidirá sobre as eleições de 2002. Não sou contra a candidatura do PSDB, mas devemos discuti-la nos contextos local e nacional", defendeu.


Artigos

O petróleo está em queda
Décio Pizzato

Ao contrário do que deveria estar acontecendo como em anos anteriores, pela aproximação do inverno no hemisfério norte, o preço do barril de petróleo tem caído acentuadamente. Neste segundo semestre, caiu 35,2%, atingindo, no dia 21, na Bolsa de Nova Iorque, o valor de US$ 18,47. Analistas conceituados de instituições financeiras internacionais e brasileiras têm afirmado que o preço do barril chegará a menos de US$ 15 no final deste ano. A OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) afirmou não ter mais o controle do mercado mundial de petróleo, dizendo que a questão não é mais a de querer segurar a queda dos preços, mas de poder fazê-lo.

A alternativa apresentada aos seus membros é a de diminuir a produção e, por conseqüente, a oferta de modo a tentar segurar os preços. Países como o México, Noruega e Rússia, não pertencentes a essa organização, não estão nenhum pouco interessados em diminuir a sua produção, querem mais é ocupar os espaços que estão começando a se abrir. O presidente da Rússia, Vladimir Putin, esteve nos EUA, onde o objetivo do encontro foi o de preparar um tratado de redução das armas nucleares existente em ambos países. Mas, o que mais lhe interessava era fechar contratos de fornecimento de petróleo da Rússia para os EUA. O que conseguiu, pois precisa fazer caixa, para manter a recuperação da economia interna russa pós-moratória de agosto de 1998.

Os EUA estão começando, assim, a voltar as costas para seus aliados árabes, e também para outros, ditos pela imprensa mundial como participantes no financiamento de organizações aliadas ao terrorismo mundial. Países estes que estão vendo diminuírem as suas receitas. O economista Paul Krugman, em artigo no New York Times, prevê um período de incertezas com esta queda nos preços internacionais, para em seguida haver uma alta acentuada. Baseia-se em ciclos anteriores na economia mundial. O que não concordo, pois o que temos agora é uma nova era para o mundo e os paradigmas dos últimos 30 anos estão cada vez mais ruindo por terra.

Aqui no Brasil, as importações brasileiras de petróleo foram de US$ 4,76 bilhões, entre janeiro e setembro de 2001, e de US$ 642 milhões de gás natural, ou seja, foram despendidos US$ 5,402 bilhões, no período. Esta queda ajuda em muito a nossa balança comercial, por conseqüência na balança de pagamentos, e também diminui a pressão sobre necessidade de dólares, o que ajuda o câmbio a se manter em baixa. Enfim, como ficam os preços dos combustíveis e gás de cozinha para os consumidores? Como os preços são fixados para um trimestre e os últimos foram fixados ainda no 3º trimestre, em razão da alta do dólar e também que o preço do barril de petróleo não ter caído na mesma proporção da desvalorização do real frente ao dólar, a tendência é que continue assim até dezembro. Mas, para o próximo trimestre haverá espaço para a diminuição dos preços nas bombas e nas distribuidoras de gás.


Colunistas

Cenário Político - Carlos Bastos

Britto, Zambiasi e Tarso beneficiados
Os números das pesquisas estão indicando que a mudança de partido não afetou a posição do ex-governador Antônio Britto, que continua em vantagem em algumas simulações. No lado do governo, os números apontam uma colocação incômoda para o governador Olívio Dutra e indicam que o prefeito Tarso Genro é o nome melhor situado, hoje, para a disputa das eleições de 2002. Não só pelo fato de perder no segundo turno apenas para Zambiasi, como pelo número baixo de sua rejeição. E a grande revelação dos resultados é a situação excepcional do presidente da Assembléia, deputado Sérgio Zambiasi (PTB), na hipótese de disputar o segundo turno com qualquer dos candidatos do PT. A boa classificação do peemedebista Pedro Simon fará aumentar a pressão de seus correligionários para que venha a disputar o pleito aqui no Rio Grande do Sul.

Diversas

O presidente da Câmara dos Deputados, deputado Aécio Neves (PSDB), participa, dia 10 de dezembro, da reunião-almoço promovida pela Fecomércio, em parceria com a Fiergs e a Farsul. O tema de sua palestra será "O Futuro do Brasil", e terá como local o Plaza São Rafael.

O secretário Adão Villaverde, do Planejamento, está em Veneza, onde mantém um encontro com o megaempresário italiano da área da vitivinicultura, Perluigi Bolla. Na pauta, investimentos na Região da Campanha, na Metade Sul, com a implantação de vinhedos nos arredores de Bagé.

Villaverde segue para Bruxelas, onde busca US$ 20 milhões da União Européia para programas gaúchos de inclusão social.

O PTB gaúcho promove sua quinta convenção estadual nos dias 30 de novembro, 1º e 2 de dezembro. O evento será no Hotel Beira Mar, em Tramandaí, e será concomitante ao seminário estadual do partido, que terá um painel para discutir o desempenho do PTB no comando da Mesa Diretora da Assembléia Legislativa.

A Associação dos Prefeitos e vice-prefeitos do PDT, presidida pelo prefeito Flávio Lammel, de Victor Graeff, indicou o nome do vereador José Fortunati para concorrer ao governo em 2002. Os prefeitos pedetistas defendem o lançamento de uma candidatura trabalhista à Presidência da República. Os prefeitos pleiteiam também uma maior participação na composição do diretório estadual.

O governador Olívio Dutra participou, no sábado, da caravana popular do Orçamento Participativo, visitando os municípios serranos de Guaporé, Bento Gonçalves, Farroupilha, Carlos Barbosa, Veranópolis, Nova Prata, Caxias do Sul e Antônio Prado.

O PPB e seu candidato Celso Bernardi começaram, neste final de semana, em Erexim, uma série de seminários para verificar as prioridades com relação aos investimentos, para o seu plano de governo.

O deputado federal Alceu Collares (PDT) lança, às 18h de hoje, seu primeiro CD, intitulado "Poemas para Amigos". O local da solenidade é o Teatro Cultural Vereadora Tereza Franco, na Câmara de Vereadores de Porto Alegre. Entre as obras, estão: "O Voto e o Pão", "Zumbi", "Chimarrão", "Bochincho", "Duas Almas", "Che Guevara", "A Força do Pensamento", "O Perdão" e "O Mar".

Última

O presidente Fernando Henrique Cardoso será atração do espaço regional do PSDB, esta noite, em rádio e televisão. O presidente vai falar da Rede de Proteção Social, da Bolsa Alimentação, Bolsa Escola, Pronaf e o novo Aeroporto Salgado Filho. Também participam do programa tucano gaúcho os deputados estaduais Jorge Gobbi e Adílson Troca, os deputados federais Nelson Marchezan e Yeda Crusius, o ex-vice-governador Vicente Bogo, o prefeito de Barra do Ribeiro, César Albuquerque, e o presidente da Associação de Vereadores, Gilberto Cunha, de Pelotas.


Começo de Conversa - Fernando Albrecht

Barba, cabelo e bigode

A 4ª Ronda da Cidadania, promoção do Poder Judiciário, teve o apoio do STS através da empresa Tinga, que colocou à disposição dos moradores um ônibus-barbearia e salão de beleza, que serviu para produzir as 36 noivas do casamento coletivo realizado pelo evento. Além do bolo gigante, os pombinhos também ganharam um cheque-motel, com tudo incluído: suíte, champanhe e café. Serviço completo.

Cláudio Bergmann

Novidades imobiliárias

O mercado de imóveis de alto padrão não está nem aí para a falta de dinheiro. Na Carlos Gomes, proximidades do Novotel, vai ser construído um condomínio horizontal, com cada unidade na casa de R$ 3 milhões. No Moinhos de Vento serão três novos prédios - Morro Ricaldone, outro na Marquês do Herval e o terceiro na Santo Inácio, todos a um custo entre R$ 800 mil a R$ 1,2 milhão. Outra novidade: um aristocrático apartamento em prédio do Ricaldone está à venda por R$ 3 milhões.



Novo grupo

Apareceu uma nova entidade na praça, cuja bandeira é reunir os que se dizem perseguidos políticos pelo atual governo gaúcho. Chama-se HelpAnistia Já no RS e pode ser contactado p elo www.anistiaja.bol.com.br. "Somos mais de mil, principalmente excluídos do Banrisul", anunciou Rony Corrêa, ex-presidente da Banrisul Processamento de Dados.

Nico Fagundes

Para a alegria dos fãs e amigos, o tradicionalista Nico Fagundes melhorou sensivelmente da isquemia cerebral de que foi vítima. Já saiu da CTI do Ernesto Dornelles e está no quarto, animado com os progressos da fisioterapia a que se submete.

As pesquisas eleitorais...

As últimas pesquisas devem ter acendido pela enésima vez a luz amarela no Palácio Piratini. Não só pela continuidade do prestígio eleitoral de Antônio Britto como pela posição ruim de Olívio Dutra em contraposição a Tarso Genro. Sérgio Zambiasi também surpreende. O PT está sentindo a truta porque terá que optar cedo ou tarde entre os dois ou um tertius

...e a campanha das prévias

As diferenças são observáveis até nos programas de divulgação da prefeitura e do Piratini, conforme se viu ontem de noite na TV. O Cidade Viva, agora sob nova direção, encaixa até críticas à Administração Popular. Já no Palavra de Gaúcho, é a louvação de sempre. Dá até para se dizer que a prévia do PT que vai escolher seu candidato já tem campanha no ar.

Consórcio de plástica

A propósito de pesquisa feita pela Arca Consórcios, na qual cirurgiões-plásticos seriam a favor do consórcio na área, médicos esclarecem que realmente receberam correspondência solicitando posição. Mas, segundo eles, como a resposta foi quase nula, a empresa estabeleceu a regra de que aqueles que não respondessem ao questionamento seriam considerados favoráveis ao sistema. Ainda segundo os médicos, o Banco Central não teria abraçado a idéia.

Consciência negra

Apesar de inúmeros testemunhos é difícil acreditar que o ex-prefeito Raul Pont tenha chamado o deputado Alceu Collares duas vezes de "negro sujo" no intervalo do programa do jornalista Armando Burd na Rádio Guaíba, semana passada. Quem garantiu isso foi o deputado Pompeo de Mattos (PDT), que ao ouvir a frase teria instado Pont a repetir isso na frente de uma testemunha, o vereador Beto Moesch (PPB). Bem no meio da Semana da Consciência Negra...não, Pont não deve ter dito isso.

Chateação

Quem programou a propaganda de um laboratório farmacêutico na sexta-feira à noite, no Teatro do Sesi, antes do show de João Gilberto, não entende o espírito quase religioso dos shows do pai da bossa-nova. Ganhou vaias e apupos dos espectadores com o quase infindável vídeo laudatório. Também nunca ouviu uma definição sobre o grande João Gilberto, feita por outro baiano, Ceatno Veloso: "Melhor do que a música só João Gilberto, melhor do que João Gilberto, só o silêncio".


Procurador-geral de Justiça do RS, Cláudio Barros Silva, inaugura hoje a sede do MP em Vacaria e amanhã a de Marau.

Prédio da Meta receberá os convidados na inauguração, dia 28, do Pólo de Informática de São Leopoldo.

A TV3 Vídeo, completa 15 anos com reforma da sua loja da Venâncio Aires,1016.

Francisco Turra recebe homenagem do Fórum Nacional de Secretários de Agricultura dia 5.

GM lança dia 27 uma nova marca no mercado gaúcho, a Siga Seminovos Qualificados.

Amaral de Souza é palestrante hoje do Repensando o RS, às 18h30min na Amrigs, promoção do Sindaf.

Abigraf apresenta às 19h o Programa Extensão Empresarial, coordenação da PUC.

2ª instância do TRT julgou até outubro 36.963 processos, contra 30.543 do mesmo período 2000.

Hospital Moinhos de Vento recebe pelo segundo ano o Top Hospitalar.


Conexão Brasília - Adão Oliveira

O café da manhã
O apartamento parecia impecável, um típico lar de velhinhos. A mesa do café da manhã estava posta. Para dois. O pão estava ali, mas a faca para cortá-lo não estava na mesa. Eurídice, no entanto, jamais tomaria aquele café da manhã. Ela estava deitada na cama do quarto do casal, de pijama azul, inerte. Morta. Eurídice, casada com Rubem, havia sido assassinada pelo marido. Aos 74 anos, Rubem - sem motivo aparente - matara sua companheira, de 73, com uma faca de cortar pão. A mesma faca que não estava na mesa posta para o café da manhã. Não tremeu e nem errou a pontaria. Foi certeiro. Num único golpe acertou a jugular da mulher com quem ficou casado por 53 anos. Rubem do Carmo, conhecido pelos vizinhos como um bom velhinho, nunca tivera passagem pela polícia.

Isso aconteceu no último sábado, em Taguatinga, uma cidade que integra o Distrito Federal.
Rubem, passou a engreossar a estatística de violência contra a mulher, um dia antes de o mundo comemorar o Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra a Mulher.
Um levantamento do Movimento Nacional dos Direitos Humanos, realizado entre 1995 e 1996, demonstrou que 75% dos homicídios noticiados pela mídia apontavam mulheres como vítimas.
Como se vê, é flagrante o quadro de injustiça contra a mulher no mundo! Por isso, mais uma data foi criada com vistas a mobilizar a sociedade contra a dependência, a exploração e o desrespeito moral e cultural delas.

As Nações Unidas - ONU - instituíram, em 1975, o 8 de março como o Dia Internacional da Mulher. Foi num dia 8 de março - em 1857 - que centenas de trabalhadores das fábricas têxteis de Nova Iorque iniciaram uma marcha de protesto - violentamente dispersada - contra os baixos salários, a jornada de doze horas e as más condições de trabalho.
O que fez Rubem, o bom velhinho, contra Eurídice - a violência doméstica e agressões no próprio seio da família estão entre as manifestações mais nojentas contra a mulher. Aqui no Brasil, segundo o IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - 63% das vítimas de agressões físicas domésticas são mulheres.
Lá fora, a situação não é diferente. Na Ásia e África, três quartos da população analfabeta é constituída por mulheres. Em média, o salário é quase 40% mais baixo do que aquele pago aos homens por idêntico trabalho.

E o pior: lá, cerca de dois milhões de mulheres são anualmente submetidas a mutilação genital.
No Brasil, o Estado, hoje, têm mecanismos para combater a violência doméstica. A Legislação Constitucional permite que o Estado envolva-se no combate à violência intrafamiliar. As delegacias especializadas no atendimento às mulheres, criadas a partir daí, são instrumentos para possibilitar a denúncia e alertar as consciências ante essa tragédia social que a sociedade, aos poucos, reconhece.

O Congresso Nacional, por sua bancada feminina, está mobilizado para ampliar a legislação em defesa da mulher. O que a sociedade quer, e o Congresso precisa entender isso, é uma legislação moderna, progressista, capaz de impdir que a discriminação sexual incentive a violência.
A banalização da violência contra a mulher é uma realidade. Só isso poderia ter levado um velhinho septuagenário a matar sua companheira de vida por 53 anos com uma faca de cortar pão.
A mesma faca que cortaria o pão que, naquela manhã, mais uma vez, Rubem e Eurídice comeriam juntos.
No café da manhã que os dois jamais voltarão a tomar.


Editorial

Pólo de Informática diferencia São Leopoldo

Neste 28 de novembro, São Leopoldo terá o seu Parque Tecnológico, dentro do Pólo de Informática da progressista cidade da Região Metropolitana. Na mesma data, haverá o anúncio de um novo prédio, visando abrigar a segunda etapa do Parque Tecnológico, área a ser construída de 29 mil metros quadrados. O sucesso do empreendimento certamente se deve, em muito, à parceria com a Unisinos, cuja Unidade de
Desenvolvimento Tecnológico, Unitec, deu início ao projeto do Pólo de Informática e que funciona como incubadora de empresas. Pelos próximos cinco anos, o Pólo de Info rmática terá 50 empresas, gerando de três a cinco mil empregos diretos, uma bênção nestes tempos de agruras.

A ampliação do Pólo de Informática tem projeto desenvolvido pela Polosul Investimentos Ltda., com módulos para locação e área específica para a infra-estrutura. As obras serão iniciadas em março do ano que vem, concluídas ao final de 2003 e o Pólo de Informática de São Leopoldo será uma referência nacional. Coladas umas às outras, as empresas desenvolverão programas de software, na busca da criação de novas tecnologias e modelos de informática. As empresas estão divididas em incubadas, de condomínio e do Parque Tecnológico. Embora iniciativa semelhante tenha sido alardeada desde alguns anos aqui em Porto Alegre, na verdade pouco de concreto saiu do imaginário dos técnicos e tornou-se realidade.

E a Capital tem a experiência de laboratórios de pesquisas da Ufrgs e da Pucrgs, que poderiam tocar novas parcerias, além das existentes, ainda tímidas. O trabalho conjunto entre universidades, empresas e poder público é que fez o desenvolvimento de várias comunidades em diversos países, sendo que o símbolo maior é o Vale do Silício, nos Estados Unidos, considerado o berço da chamada Nova Economia, para onde são drenados os melhores cérebros não apenas dos EUA mas também de outros países, inclusive do Brasil.

Montar distritos industriais próximos de universidades ou agregar a capacidade acadêmica ao lado de plantas empresariais, como fez a Unisinos com o Pólo de São Leopoldo, é tendência salutar e que vem até mesmo tarde para o Brasil, que tanto necessita da ciência e tecnologia para ver-se livre da exagerada dependência externa em diversos setores. Dar um salto de qualidade via educação maciça primária e secundária é fundamental, caso queiramos ter a capacidade para queimar etapas de progresso. Afinal, o Japão e os agora Tigres Asiáticos começaram, nos anos 50, copiando para produzir, produzindo para competir e competindo para vencer, o que acabaram conseguindo em três décadas.

O Japão, arrasado na II Guerra Mundial, teve a humildade para recomeçar e prometer a si mesmo que passaria do PIB da Rússia e da Alemanha, desiderato obtido, sendo hoje a segunda maior economia do planeta, embora a recessão que o vem assolando há anos, queda contínua do PIB, bancos falidos e desemprego generalizado. A situação econômica global para 2002 vem sendo pintada com tintas cinzas pelo Banco Mundial, muito pior na América Latina, não excluindo o Brasil dos problemas. A desaceleração nas principais economias, a queda dos fluxos de capitais e a bancarrota da Argentina são os fatores negativos externos.

Todos aliados, pelo BM, ao déficit fiscal crônico brasileiro - aí só se forem incluídos os juros da dívida pública, porque existe superávit primário há três anos, R$ 41 bilhões até setembro de 2001 - e à falta das reformas tributária e previdenciária, além da crise energética, com o que o PIB crescerá menos de 2% este ano e em 2002, o que é contestado pelo ministro Pedro Malan e pelo presidente Fernando Henrique Cardoso. Por isso o Pólo de São Leopoldo e sua ampliação trazem alento e indicam uma direção forte no rumo do crescimento.


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11/26/2001


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