RAMEZ TEBET CRITICA POSSIBILIDADE DE REGIONALIZAÇÃO DO SALÁRIO MÍNIMO



A possibilidade do salário mínimo ser regionalizado no Brasil foi criticada pelo senador Ramez Tebet (PMDB-MS), que fez um apelo ao presidente Fernando Henrique Cardoso e aos líderes dos partidos que dão sustentação ao governo para que não aprovem a sugestão. Ele disse que a medida poderá ampliar as desigualdades regionais no país e provocar o êxodo dos trabalhadores dos estados mais pobres para os estados mais ricos da federação.
- Um salário diferenciado para as regiões significa aumentar o fosso, a distância entre os pobres e os ricos. Será fazer com que haja um êxodo de pessoas dos estados pobres para os estados ricos, o que implicará num inchaço dos grandes estados e das maiores cidades. Temos que estipular um salário mínimo que não discrimine ninguém, que seja igual para os trabalhadores de todas as regiões - opinou Ramez Tebet.
O senador comentou que o Brasil não teve uma boa experiência no período em que cada região tinha seu salário mínimo. Ele criticou a idéia de que seja estabelecido um piso nacional de R$ 150 com a possibilidade de cada estado acrescentar um valor de acordo com sua capacidade. "Seria condenar o aposentado e o inativo a uma injustiça cada vez maior, fixando os seus vencimentos num patamar menor do que os trabalhadores da ativa", comentou.
Em aparte, o senador José Alencar (PMDB-MG) disse que o governo divulga sempre que cada real concedido de aumento para o salário mínimo implica em um rombo na Previdência, mas esconde que uma diminuição de 1% na taxa Selic (utilizada para a rolagem da dívida) "seria suficiente para pagar um salário menos vil aos trabalhadores". Já o senador Arlindo Porto (PTB-MG) salientou que regionalizar o salário mínimo é instituir cidadãos de primeira, segunda e terceira classe.

23/03/2000

Agência Senado


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