Raupp diz que governo precisa tentar aumentar a base de apoio no Senado em 2008



Em entrevista coletiva de final de ano, o líder do PMDB, senador Valdir Raupp (RO), disse que, no próximo ano, o governo precisa tentar aumentar a base de apoio no Senado em mais quatro ou cinco senadores, além de recuperar outros dois dissidentes. Ele assinalou que há muito tempo o governo vem encontrando dificuldades para aprovar matérias constitucionais, mas não considera que tenha havido uma guerra perdida ou ganha com o final da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira ( CPMF).

- Temos a reforma tributária no ano que vem e outras matérias que são de interesse do governo e do Brasil - afirmou.

Raupp disse que não haverá qualquer retaliação, por parte do partido ou do governo, aos senadores que votaram contra a prorrogação da CPMF. Para ele, não se deve desprezar quem vota contra, pois a negociação com a oposição será sempre necessária. O senador disse também que, se fosse possível voltar no tempo, teria cedido um pouco mais e mais rápido - "não teria esticado tanto a corda", disse.

O líder contou que o governo tomou a decisão de votar a prorrogação da CPMF, mesmo sabendo que iria perder, e que as últimas tentativas foram o acordo com o PSDB e a carta em que o presidente Lula se comprometia a destinar 100% da arrecadação da CPMF para a saúde. O senador revelou ainda que o governo já havia feito os cálculos da perda dos recursos e de como o crescimento da economia vai recuperá-los. Ele afirmou que o senador Romero Jucá (PMDB-RR) acertou ao separar a Desvinculação de Receitas da União (DRU) da CPMF. Caso contrário, a DRU também seria derrubada.

O senador também disse que ficou acertado com o governo que a indicação para a vaga de ministro das Minas e Energia é do PMDB do Senado e adiantou que não existe rejeição na bancada a uma possível indicação do senador Edison Lobão (PMDB-MA). Ele ressaltou que, no entanto, a escolha de um nome para o cargo é prerrogativa do presidente da República.

Raupp demonstrou otimismo em relação às eleições municipais no próximo ano. Ele acredita que o PMDB deverá continuar no comando de mais de mil prefeituras e com tendência a crescer, especialmente nos estados em que os governadores são do PMDB.

O líder do PMDB também revelou que é pessoalmente favorável ao ingresso da Venezuela no Mercosul e disse que foi convencido disso, pelo ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, após receber a informação de que o saldo comercial entre os dois países é favorável em R$ 4 bilhões ao Brasil. Em relação à resistência do senador José Sarney nessa questão, o líder disse que o presidente Lula e o ministro Celso Amorim devem conversar com ele.

- Nada dura para sempre. Os governantes vão e a Venezuela fica - concluiu.



20/12/2007

Agência Senado


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