Raupp: Simon e Jarbas podem voltar desde que votem com a bancada



O líder do PMDB no Senado, Valdir Raupp (RO), disse por volta das 20h desta segunda-feira (8) que os senadores Pedro Simon (RS) e Jarbas Vasconcelos (PE) poderão ser reconduzidos à Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), desde que se comprometam a votar, naquele colegiado, "de acordo com a orientação da bancada". Raupp disse que está disposto a reunir a bancada de 19 senadores para deliberar sobre esse assunto, se puder ter uma reunião prévia com Simon e Jarbas ainda na manhã desta terça-feira (9).

- Sou capaz de ceder a minha vaga na CCJ, para não ter que retirar o senador Almeida Lima, se os dois aceitarem votar com a bancada - disse Raupp à saída de seu gabinete. Na quinta-feira (4), Simon e Jarbas foram substituídos por Almeida Lima (SE) e Paulo Duque (RJ), o que levou a críticas dentro e fora do partido - inclusive com a acusações de que a destituição fora ordenada pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), uma vez que Simon e Jarbas defenderiam a cassação do senador alagoano.

O líder do PMDB falou à imprensa depois de uma reunião com o senador Aloízio Mercadante (PT-SP), na qual conversaram sobre a crise no Senado. Segundo Raupp, o senador petista mostrou-se preocupado com os reflexos negativos do clima na Casa para as votações dos projetos de interesse do governo.

- O quanto antes essa crise for resolvida, melhor - disse Raupp.

Especificamente sobre o PMDB, o líder informou ter tido uma conversa pela manhã com o presidente do partido, deputado Michel Temmer (SP). Nesse encontro buscaram uma saída para o descontentamento gerado dentro do próprio PMDB em torno da saída de Simon e Jarbas da CCJ.

Embora mostrando-se aberto a um acordo com os dois senadores, Raupp reclamou da atitude deles, especialmente do parlamentar pernambucano, por "sistematicamente votar contra a orientação do partido".

- O que o Jarbas tem é um acordo com o DEM que ele trouxe da Câmara - criticou Raupp.

Para o líder, ao destituir os dois, o PMDB agiu como os demais partidos: afastou da comissão parlamentares que insistem em votar apenas de acordo com um orientação pessoal . Ele lembrou o caso de Jonas Pinheiro e Jayme Campos, senadores do DEM de Mato Grosso que tiveram de pedir autorização do partido para votarem a favor da indicação de Luiz Pagot para o Departamento Nacional de Infra-estrutura de Transportes (Dnit). Conforme Raupp, o PMDB pode ser mais flexível nas votações em Plenário, mas nas comissões, a orientação, quando houver, tem de ser seguida.

O líder do PMDB esclareceu ainda dúvidas sobre a informação contida na nota distribuída por seu gabinete na quinta-feira dando conta da decisão da bancada de retirar Simon e Jarbas da CCJ.

- Eu não reuni a bancada para tomar a decisão. Apenas fiz consultas informais, durante as quais colhi o ponto de vista de que os dois deveriam ser afastados. Eu não posso fazer uma reunião com todos os senadores do PMDB a cada vez que for adotar uma decisão desse tipo, sob pena de ser obrigado a me reunir com a bancada o tempo todo - explicou Raupp.



08/10/2007

Agência Senado


Artigos Relacionados


Raupp explica em nota que Simon e Jarbas não acompanham decisões da bancada

Raupp convida Simon e Jarbas Vasconcelos a voltarem à CCJ

Raupp poderá propor retorno de Simon e Jarbas à CCJ

Raupp anuncia retorno de Simon e Jarbas Vasconcelos à CCJ

Valdir Raupp diz que não tem nada pessoal contra Simon e Jarbas

Jarbas Vasconcelos aceita voltar à CCJ