REFORMA AGRÁRIA PODE GERAR MAIS EMPREGOS, AFIRMAM OSMAR E SUASSUNA



Os presidentes das Comissões de Assuntos Econômicos (CAE), senador Ney Suassuna (PMDB-PB), e de Assuntos Sociais (CAS), senador Osmar Dias (PSDB-PR), ressaltaram a importância da implementação da reforma agrária para o crescimento do nível de emprego no meio rural, durante a audiência pública conjunta das duas comissões, realizada nesta quarta-feira (dia 23). Osmar Dias disse que a agricultura é responsável por 18 milhões de empregos no país e que esse número pode aumentar com o avanço da reforma agrária, diminuindo a pressão por postos de trabalho nos grandes centros urbanos.Ney Suassuna afirmou que a geração de um emprego na área agrícola custa apenas US$ 10 mil, enquanto na área urbana custa cerca de US$ 100 mil. "A reforma agrária é um assunto muito importante na área econômica e social, pois ela gera emprego e pode ser a solução para muitos dos problemas sociais do país", afirmou o senador pela Paraíba.O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) falou sobre a situação do Paraná, que considera "grave", e leu trechos de reportagens sobre invasões dos acampamentos dos sem-terra no estado por policiais especializados, e conflitos armados envolvendo as famílias do meio rural e a polícia. O senador quis saber do presidente do Incra, Nelson Borges Gonçalves, se o governo federal está dialogando sobre o problema com o governador do estado, Jaime Lerner, e solicitou também um balanço do programa de reforma agrária e do nível de concentração de terra no país.Gonçalves disse que o programa de reforma agrária tem avançado a partir de 1995. Acrescentou que ainda estão sendo concluídos os últimos dados sobre o atlas fundiário do país, mas admitiu que há informações extra-oficiais de que a situação piorou nos últimos anos. "A situação é mais cruel hoje, pois há uma concentração maior de terra".O senador Carlos Bezerra (PMDB-MT) disse que a reforma agrária é "eminentemente econômica" e não política ou ideológica. Ele defendeu uma política agrícola mais eficiente e a concessão de subsídios para os agricultores, e criticou o corte linear de recursos para o setor, sem levar em conta o estado com maior ou menor número de assentamentos.A senadora Emília Fernandes (PDT-RS) também criticou o programa do governo e a situação de conflito vivida em alguns estados devido à luta pela posse da terra. Disse que atualmente existe uma "aparente reforma agrária", que dá ênfase à simples distribuição de terra, sem levar em conta a infra-estrutura necessária para manter as famílias produzindo no meio rural.O presidente do Incra concordou com os senadores em que a reforma agrária não pode ser um caso de polícia, observando, entretanto, que não poderia responder pelas ações do governo do Paraná. Suplicy chegou a sugerir que um grupo de senadores visite o Paraná e fale com o governador, na tentativa de pôr fim aos conflitos no estado.Osmar Dias disse que se recusa a aceitar argumentos que tem ouvido, tanto do governo como do Movimento dos Sem-Terra, de que a reforma agrária vai caminhar com a desvalorização da terra no país. "Me arrepio quando ouço essa afirmação, pois isso é um erro, é condenar os proprietários de terra, que não têm culpa das ações de ineficiência do governo na área agrícola", afirmou. O senador concluiu dizendo que condena "com veemência a proposta de desapropriar a terra primeiro para, depois, se fazer a reforma agrária".

23/06/1999

Agência Senado


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