Regra de correção é mais importante que o próprio salário mínimo, diz Vanessa Grazziotin




Para a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), a aprovação da regra de correção do salário mínimo é até mais importante que a aprovação do salário mínimo de R$ 545. Ambas as medidas estão previstas no projeto de lei aprovado pela Câmara na semana passada - e que deve ser votado na quarta-feira (23) pelo Senado.

- O importante é a política de valorização do salário mínimo. Será a primeira vez que teremos uma regra clara para isso - declarou ela nesta segunda-feira (21) ao discursar em Plenário.

Além do mínimo de R$ 545 para este ano, o projeto transforma em lei - com validade até 2015 - um acordo firmado em 2007 entre o governo federal e as centrais sindicais. O pacto vem sendo cumprido desde então, mas sem que houvesse uma lei que o garantisse formalmente.

Pelo acordo, o salário mínimo é calculado a partir de dois fatores: a inflação do ano anterior e o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos antes. Por essa fórmula, o mínimo de 2012, por exemplo, considera a inflação de 2011 mais o crescimento do PIB de 2010.

- Se fosse outro presidente que não a presidente Dilma, não sei se teríamos a oportunidade de votar isso. Aliás, dou minha opinião política: não estaríamos votando isso - disse a senadora.

Ao reiterar que "o importante é a política de valorização do salário mínimo", Vanessa Grazziotin comentou que "o capital financeiro não está nem um pouco satisfeito com essa regra". Ela lembrou que o candidato do PSDB à Presidência da República, José Serra, havia prometido um mínimo de R$ 600 para este ano.

- Eu acredito que ele elevaria o piso para R$ 600 se tivesse vencido. Mas como ficaria o mínimo em 2012? E em 2013? E em 2014? E em 2015? - questionou ela.

Desafios para Dilma

Ainda nesse discurso, a senadora apontou desafios que, segundo ela, terão de ser enfrentados pela presidente Dilma Rousseff. Um deles seria a "inversão da lógica da política macroeconômica, principalmente no que se refere às altas taxas de juros e ao câmbio sobrevalorizado". Outro desafio seria o aprofundamento das relações internacionais do país, nos moldes definidos na gestão de Luiz Inácio Lula da Silva.

Vanessa Grazziotin avaliou que, "enquanto Fernando Henrique Cardoso priorizava a relação com os Estados Unidos, Lula buscou alargar nossas relações políticas, culturais e comerciais com países do mundo inteiro, especialmente os emergentes".

- Daí nossa maior proximidade com a China, a Índia, os países árabes, os países do continente africano e, sobretudo, os países vizinhos de nosso continente - ressaltou ela, destacando o papel do Mercosul nesse processo.



21/02/2011

Agência Senado


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