Rejeitados requerimentos de informações sobre finanças do Sistema S



A Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle (CMA) rejeitou nesta terça-feira (9) dois requerimentos do senador Ataídes Oliveira (PSDB-TO) que solicitam ao Tribunal de Contas da União (TCU) informações financeiras sobre entidades sindicais ligadas ao Sistema "S".

Segundo informou o presidente da comissão, senador Blairo Maggi (PR-MT), a legalidade de ambos foi questionada tanto pelo TCU quanto pela Consultoria Legislativa do Senado. Argumentos contrários à aprovação dos requerimentos também foram apresentados pelos senadores Armando Monteiro (PTB-PE), ex-presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), e Kátia Abreu (PSD-TO), atual presidente da Confederação Nacional da Agricultura (CNA).

Armando Monteiro apontou a "impertinência da matéria" e justificou sua posição alegando perceber em seu autor uma disposição que não lhe pareceu construtiva na discussão do assunto.

Muitas informações são jogadas ao ar de maneira desconectada, em vez de induzir à boa compreensão do tema, que não se ajusta à competência da comissão. Essas entidades sindicais, CNI, CNA, Confederação Nacional do Comércio (CNC),Confederação Nacional do Transporte (CNT) e Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), não são entes jurisdicionados do TCU – sustentou o petebista.

As considerações feitas pelo ex-presidente da CNI foram reforçadas por Kátia Abreu, que acusou os requerimentos de ferirem a autonomia sindical.

– A competência para pedir a prestação de contas desses recursos é somente da própria categoria. A Constituição veda ao poder público a interferência e a intervenção na organização sindical. As contribuições dirigidas ao sistema sindical, ainda que tributos, não constituem assunto de interesse do Estado ou objeto de fiscalização do Poder Legislativo – sustentou a presidente da CNA

Assim como Kátia Abreu, o senador Flexa Ribeiro (PSDB-PA), que foi vice-presidente da CNI, assegurou que os dirigentes dessas entidades não recebem qualquer remuneração pela atividade. E ponderou que só a aprovação de uma proposta de emenda à Constituição (PEC) possibilitaria que as representações sindicais de nível superior, como as confederações, passassem a ser fiscalizadas pela administração pública

Ao sair em defesa dos requerimentos, Ataídes Oliveira se ateve ao argumento de que a Constituição Federal obriga qualquer cidadão ou entidade que recebe ou administra recursos públicos de prestar contas de sua atuação ao Estado.

Esse dinheiro que vai para as confederações é tributo e, em se tratando de tributo, esta comissão tem atribuição de buscar informação - afirmou o senador pelo Tocantins.



09/04/2013

Agência Senado


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