RELATOR ACHA QUE MARKA E FONTE-CINDAM TINHAM INFORMAÇÃO PRIVILEGIADA



O relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Sistema Financeiro, senador João Alberto (PMDB-MA), está convencido de que houve informação privilegiada aos bancos Marka e Fonte-Cindam no episódio da desvalorização cambial, em janeiro deste ano. Durante depoimento dos ex-presidentes do Banco Central (BC) Gustavo Loyola e Gustavo Franco, o senador elencou as razões por que acredita que a relação entre o BC e os dois bancos não era a prevista nas normas: as mudanças de posição do Marka e do Fonte-Cindam no mercado futuro de dólar e a venda da moeda estrangeira às duas instituições a preços abaixo do mercado logo depois da desvalorização.- Me custa a crer que não houve informação priivilegiada - disse João Alberto em resposta às opiniões de Loyola e Franco sobre as circunstâncias em que houve a desvalorização e a ajuda àquelas instituições.Os dois ex-presidentes usaram a mesma expressão - "benefício da dúvida" - para inocentar o também ex-presidente Francisco Lopes da acusação de favorecimento ao Marka e ao Fonte-Cindam. O relator inquiriu Franco especificamente sobre se optaria pela cisão dos bancos com recursos do Programa de Reestruturação e Fortalecimento do Sistema Financeiro (Proer), em vez da venda de dólar aos bancos.- Diante da situação difícil e dos riscos que poderiam advir de uma decisão radical (a liquidação extrajudicial ou o uso do Proer) tenho que dar o benefício da dúvida (a Francisco Lopes) - disse Franco. Loyola afirmou que conhece Lopes e sua dedicação ao BC.O relator insistiu na mudança de posições no mercado futuro e indagou de Loyola por que razão um banqueiro mudaria sua posição no mercado futuro antes da data prevista para o fim dos contratos.- O senhor admite que ele tem uma bola de cristal? - questionou João Alberto.

24/08/1999

Agência Senado


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