Relatório aponta diferença no preço da carne suína vendida em supermercado



Um relatório de 36 páginas elaborado pelo Sindicato das Indústrias de Produtos Suínos do Rio Grande do Sul (Sips) aponta que redes de supermercado têm vendido carne suína e derivados com mark up - diferença entre o preço do produto comprado da indústria e o vendido ao consumidor - de até 138,9 %. O estudo foi entregue ontem à tarde pelo presidente do Sips, Aristides Vogt, ao deputado Vilson Covatti (PPB), durante audiência pública da subcomissão da suinocultura.

O relatório, realizado entre setembro de 1999 e julho de 2002, aponta por exemplo, que a mortadela foi vendida por um valor 64,6% acima do cobrado pelas indústrias no período. O salsichão teve um acréscimo de 66,5%, o presunto gordo, 70.9%, e o presunto magro foi comercializado com margens de lucro de 138,9%. “É um verdadeiro acinte contra a inteligência e o bolso do consumidor”, indignou-se Covatti, relator da subcomissão.O documento não apresenta, no entanto, nenhum dado sobre custos, o que poderia explicar a larga margem constatada.

Segundo Vogt, o objetivo do relatório é estimular a redução de lucros abusivos na cadeia produtiva e contribuir para o aumento da conscientização sobre a necessidade da adoção de campanhas de incentivo ao consumo da carne suína. “O objetivo é iniciar uma discussão séria sobre o problema para que possamos buscar novos consumidores”, afirmou. Atualmente, o criador enfrenta perdas de em média R$ 0,50 por quilo vivo produzido devido aos altos custos dos insumos como o milho, farelo de soja e premix (vitaminas) e ao excesso de oferta.

O presidente da Associação Gaúcha de Supermercados, João Carlos Oliveira, não compareceu à audiência por estar na abertura da Feira da Associação Brasileira de Supermercados, no Rio de Janeiro. Covatti deve convocar nova reunião para a semana que vem.


09/24/2002


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