RELATÓRIO DA CPI VAI ACUSAR EX-DIRETORES DO BC DE MENTIREM
Em seu relatório preliminar, o relator da CPI do Sistema Financeiro, senador João Alberto (PMDB-MA), vai acusar Francisco Lopes, Cláudio Mauch e Demósthenes Madureira de Pinho Neto, ex-presidente e ex-diretores do Banco Central, de terem mentido à Polícia Federal e à comissão de inquérito. Já a diretoria da Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F;) será acusada de falsidade ideológica, informou o senador nesta segunda-feira (dia 14), em entrevista à imprensa.Conforme o relator, os ex-diretores do BC mentiram ao afirmar que "a diretoria" do Banco Central decidiu vender dólares, a preços favorecidos, aos bancos Marka e FonteCindam argumentando que uma carta da BM&F; alertara para uma possível quebradeira de bancos, caso nada fosse feito. "Os depoimentos mostram que a carta da BM&F; só foi pedida depois que os diretores decidiram pela venda dos dólares", disse João Alberto.Já os diretores da BM&F; serão acusados de cometer falsidade ideológica por terem reescrito a carta ao BC, a pedido do próprio BC, alterando os termos do primeiro documento. "Eles enviaram a carta como queriam os diretores do Banco Central", assinalou o senador.O relator reafirmou que proporá a nulidade da venda dos dólares ao Marka e ao FonteCindam e pedirá que o Banco Central seja ressarcido do prejuízo pelos ex-diretores do BC e pelos ex-presidentes e controladores dos dois bancos privados. João Alberto irá ainda sugerir aos senadores da CPI que o Tribunal de Contas da União (TCU) faça uma tomada de contas especial no BC para verificar o valor do prejuízo do Banco Central com a operação Marka-FonteCindam.O senador espera até esta quinta-feira (dia 17) que o senador Eduardo Siqueira Campos (PFL-TO) e a senadora Emilia Fernandes (PDT-RS) apresentem os resultados das investigações que vêm fazendo nos documentos obtidos pela quebra de sigilo bancário e telefônico dos envolvidos no caso Marka-FonteCindam. Também no relatório parcial, envolvendo apenas o caso Marka-FonteCindam e a desvalorização cambial de janeiro, João Alberto afirmará que não foram conseguidas provas de que teria havido vazamento de informações. Ele disse ainda à imprensa que, se necessário, pedirá prorrogação dos trabalhos da CPI, que terminarão oficialmente nos últimos dias de agosto.
14/06/1999
Agência Senado
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