"Ninguém tem autoridade para nos acusar de práticas desleais nessa campanha", diz Sérgio Guerra



O senador Sérgio Guerra (PSDB-PE) protestou, nesta terça-feira (19), diante da suposta tentativa de envolver o candidato do seu partido ao governo de São Paulo, José Serra, com o escândalo das ambulâncias, por meio de um dossiê que teria sido negociado por integrantes do Partido dos Trabalhadores.

Para Sérgio Guerra, trata-se de uma estratégia com o objetivo claro de impedir a vitória de Serra no primeiro turno e impedir o candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, de disputar o segundo turno com Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Sérgio Guerra, que é coordenador da campanha de Alckmin, disse que os tucanos foram surpreendidos pelas denúncias que estão na imprensa. Ele salientou que ninguém tem autoridade para acusar o partido de "práticas desleais".

- Fizemos desde o princípio uma campanha propositiva. Nosso candidato à Presidência é uma pessoa séria, responsável, competente, absolutamente íntegra - disse, acrescentando que Alckmin tem muitos anos de vida pública e nenhuma acusação relevante sobre sua capacidade de gestão ou honestidade.

Sérgio Guerra observou que "há muita coisa estranha nisso tudo" e citou o comentário feito por um amigo, que disse acreditar estar havendo uma "tentativa de despiste", para desviar a atenção do presidente Lula.

- Um dos presos entregou com muita facilidade o seu contato. Por quê? Petista, experiente, não precisou ter cuidado para entregar pessoas da intimidade do presidente. E vai aqui uma previsão: vão entregar mais gente importante, para tirar o foco de cima do presidente da República, que, por sinal, viajou - comentou.

Sérgio Guerra completou dizendo que "as mãos de Ricardo Berzoini [presidente do PT] estão sujas, mas os braços que seguram essas mãos certamente não são dele".

- Não venham agora entregar falsos responsáveis, para vitimá-los provisoriamente, para, no final, recebê-los, como receberam todos os anteriores de portas abertas. A responsabilidade é do Planalto e do presidente; o mesmo que está há uma semana jantando com empresários e que disse que, se o Congresso criasse muitas dificuldades, poderia fechá-lo; o mesmo que não tem nenhum respeito pelas instituições, pelas regras públicas, pela verdade, em nome de um sindicalismo precário -declarou.

Em resposta, o senador Sibá Machado (PT-AC) disse que entende que esse episódio deve ser contextualizado no cenário das discussões pré-eleitorais, mas ressalvou que "não se pode entrar no campo da paixão", pois a forma como os representantes da oposição se reportariam ao presidente Lula, muitas vezes, "foge do debate da política e até da disputa eleitoral " e carregaria uma "forte dose de preconceito".

Sibá aplaudiu a forma como a Polícia Federal está tratando o caso em questão e atentou para a necessidade de analisar os fatos com cuidado, fazendo referência a dossiês anteriores que vieram à tona às vésperas de eleições passadas. Ele disse acreditar que membros do PT e do governo que eventualmente estejam de fato envolvidos devem ser presos.

O senador Arthur Virgílio (PSDB-AM), por sua vez, observou que está claro que "o presidente Lula é o principal beneficiário dessa podridão toda".

19/09/2006

Agência Senado


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