Relatório de Cafeteira vai ser votado nesta sexta-feira Matéria alterada devido a mudança no horário da reunião



O Conselho de Ética e Decoro Parlamentar volta a se reunir nesta sexta-feira (15), às 11h, para votação do relatório que sugere o arquivamento da representação do PSOL contra o senador Renan Calheiros, presidente do Senado, por suposta quebra de decoro parlamentar. O relatório, de autoria do senador Epitácio Cafeteira (PTB-MA), foi apresentado nesta quarta (13) ao conselho. Após discussão da matéria pelos parlamentares, o presidente do colegiado, senador Sibá Machado (PT-AC), concedeu vista coletiva do relatório por 48 horas.

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Em entrevista à imprensa, Cafeteira disse estar com a consciência tranqüila em relação à analise da representação, encaminhada pelo PSOL em razão de denúncias publicadas pela revista Veja. Segundo a publicação, Renan teria as despesas pessoais pagas por um funcionário da empreiteira Mendes Júnior, Cláudio Gontijo, que seria o responsável pelo pagamento de aluguel e pensão alimentícia à jornalista Mônica Veloso, com quem Renan tem uma filha de três anos.

- Examinando todos os documentos da denúncia, em nenhum encontrei consistência. É tudo naquela base da dedução. Acho que o senador, o vereador e qualquer homem público têm o mesmo direito do cidadão, ou seja, se não houver prova em contrário, ele é inocente - afirmou.

Cafeteira também disse não temer a apresentação de voto em separado, ou até mesmo a apelação ao Supremo Tribunal Federal pela oposição, caso a representação seja arquivada pelo Conselho de Ética. Ele afirmou que o tribunal "não aceita notícias de jornal como prova".

- Vão recorrer a quem? Em um assunto desse, de tamanha magnitude, onde está se discutindo a honra do presidente do Congresso Nacional e do Senado Federal, não deve haver oposição nem governo. Deve haver justiça. O papel do conselho não é condenar nem absolver. É julgar. E foi o que eu fiz - disse.

O senador disse concordar com a realização de perícia na documentação encaminhada ao Conselho de Ética, mas fez questão de ressaltar que faltam provas contra Renan e que não há necessidade da tomada de depoimento de Cláudio Gontijo e de Mônica Veloso pelo órgão.

- Acho que deve periciar. Se estão faltando provas é porque não existem provas e ele [Renan] é inocente. Quem vou ouvir ? O Gontijo já foi ouvido pela Corregedoria. E a Mônica diz o que o Renan diz. Não há controvérsias - assegurou.

Cafeteira também acha desnecessário a tomada de depoimento dos responsáveis pela publicação da denúncia, mas apontou que "há muito interesse em que esse drama continue, fazendo sangrar o Senado", embora o próprio Renan Calheiros tenha demonstrado que retirou dinheiro do banco para quitar as despesas a que se refere a matéria de Veja.

- Essa Casa não merece isso. O ônus da prova é do acusador. Acho que não precisa ouvir a revista. Se ele [Renan] quiser processar, que processe. A mim não competia isso, mas apenas julgar. A imprensa cria dificuldades, levanta suspeitas. Isso é ruim para qualquer um que exerça a vida pública - avaliou.

Ao ser indagado se o voto pelo arquivamento da representação poderá comprometer a credibilidade de que goza junto ao eleitorado do Maranhão, Cafeteira mais uma vez disse estar com a consciência tranqüila e que não teme modificações no relatório.

- Não estou nem de um lado nem de outro. Estou do lado da Casa e da verdade. Se quiser mudar, que mude. Eu cumpri o meu dever. Meu estado confia em mim. Tanto que me mandou para cá. Fui quatro vezes deputado federal, prefeito da capital, governador e senador duas vezes. Não perco credibilidade. Aqui na Casa, recebi congratulações até dos que vão apresentar voto em separado - afirmou.



14/06/2007

Agência Senado


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