Renan anuncia novas regras para apreciação de vetos



VEJA MAIS

O presidente do Senado, Renan Calheiros, anunciou nesta quarta-feira (10) novas regras para apreciação de vetos presidenciais. As mudanças foram acertadas em reunião com lideranças do Senado e da Câmara dos Deputados.

Conforme informou Renan, A Mesa do Senado Federal deve apreciar nesta quinta-feira (11) uma proposta de projeto de resolução do Congresso Nacional, encaminhada pela Câmara, que trata da apreciação dos vetos. Aprovado pela Mesa do Senado, o projeto de resolução será pautado para deliberação pelos deputados e senadores ainda na quinta-feira. Seus efeitos serão aplicados a todos os vetos publicados desde 1º de julho.

A proposta prevê que o prazo para deliberação dos vetos passa a ser contado a partir da sua publicação. Esgotado o prazo de 30 dias, a pauta do Congresso Nacional fica trancada para qualquer outra deliberação. Renan também informou que ficou acordado que a apreciação dos vetos ocorrerá em sessões do Congresso Nacional a serem convocadas, preferencialmente, para a terceira terça-feira de cada mês. Assim, com uma sessão por mês, os vetos presidenciais serão constantemente examinados.

- Eu acho que o Legislativo teve dois grandes avanços recentes: a decisão do Supremo de que não há controle preventivo [em relação ao PLC 14/2013] e a de que o Congresso Nacional deverá obrigatoriamente apreciar os vetos dentro de 30 dias - afirmou Renan.

Unanimidade

O líder do PT, senador Wellington Dias (PT-PI), destacou que o acordo foi aprovado por “unanimidade e com aplausos”. O senador disse que serão designados relatores, alternadamente, da Câmara e do Senado, para apreciar os vetos.

Em relação aos vetos anteriores a 1º de julho, segundo o senador, será aplicada a regra atual. Na prática, os vetos ficarão aguardando consenso para serem votados.

- Havendo entendimento, será votado. A modificação acertada é para o futuro – disse o senador.

Na visão de Wellington Dias, as novas regras trazem mais responsabilidade para os membros do Congresso Nacional – que terão de pesar, em cada projeto, a constitucionalidade do texto e seu impacto sobre as contas públicas – e para o governo – que terá de se abrir aos entendimentos e negociações, pois cada veto não apreciado poderá “paralisar as atividades no Parlamento”.

- É um avanço importante no trabalho do Legislativo. Volta o papel importante de dar a palavra final no processo legislativo, apreciando os vetos – afirmou o senador.

O senador Jorge Viana (PT-AC), relator do projeto na Mesa do Senado, afirmou que o acordo entre os líderes é um grande avanço no processo legislativo e resgatará uma prerrogativa do Congresso Nacional. O senador ainda defendeu a simplificação da tramitação dos vetos que, segundo ele, poderiam seguir diretamente para o Plenário.

Autonomia

O líder do DEM, senador José Agripino (RN), acrescentou que os líderes também tomaram a decisão de, no caso de os vetos não serem apreciados, não indicar nenhum membro para compor as comissões especiais que apreciam as medidas provisórias remetidas pelo Executivo ao Congresso.

- Na medida em que não existam comissões especiais compostas, as medidas provisórias, do ponto de vista da eficácia, deixarão de existir. Não haverá comissão especial para recebê-las, nem apreciá-las, nem relatá-las, nem submetê-las a voto. Elas vão caducar – explicou.

Agripino ressaltou que a decisão conjunta da Câmara e do Senado recupera para o poder Legislativo “uma boa fatia” de suas prerrogativas. Para ele, a decisão confere maior autonomia e desempenho ao Congresso Nacional.



10/07/2013

Agência Senado


Artigos Relacionados


Para Ana Amélia, novas regras para apreciação de vetos pelo Congresso são um avanço

Congresso votará regras para apreciação de vetos nesta quinta

Renan convoca reunião de líderes para decidir apreciação de vetos

Renan: critério para apreciação de vetos será definido de forma coletiva

Novas regras para vetos garantem a palavra final do Congresso na elaboração das leis

BC anuncia novas regras para débitos de produtor rural