Renan Calheiros: Brasil deve ser porta-voz de países pobres



O Brasil se transformou em uma espécie de porta-voz dos países menos favorecidos junto às maiores potências mundiais, afirmou o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) em pronunciamento sobre os resultados da reunião da Organização Mundial do Comércio (OMC), realizada na semana passada, em Cancún, no México. Apesar de reconhecer um fracasso nas negociações sobre o livre comércio, o senador comemorou a união dos países que integram o G-22 - grupo de nações em desenvolvimento - pelo fim dos subsídios praticados pelos Estados Unidos e pela União Européia.

- Nos quatro dias do encontro os subsídios agrícolas dos países ricos estiveram no centro do debate. O texto final propunha o fim dos subsídios de forma gradual e apenas para uma lista de produtos, enquanto o Brasil e outros países prejudicados por barreiras internacionais pleiteavam a eliminação rápida e completa dos incentivos. Por isso, o documento acabou ficando de lado - disse o líder do PMDB.

Renan Calheiros reafirmou o direito de os países emergentes adotarem políticas agrícolas e industriais adaptadas às suas realidades, com objetivos não puramente econômicos.

- Isso significa flexibilidade para exigir dos outros países um dado tipo de compromisso - disse.

No entanto, afirmou o senador, tem acontecido justamente o contrário. Ele disse que as práticas desleais de comércio continuam comprometendo as perspectivas de desenvolvimento dos países pobres.

- O fracasso desta vez [do encontro da OMC] pode ter sido decorrência inevitável do poder. Mas não poderá ser assim para sempre. Um dia o mundo terá de acordar para a realidade dos países menos favorecidos e tratar de igual para igual quem ainda não tem força, mas quer caminhar firmemente na direção do desenvolvimento - sustentou.

Brasil sem armas

Autor de projeto que proíbe o comércio de armas no país, Renan Calheiros comemorou a realização da passeata Brasil sem Armas, que reuniu cerca de 45 mil pessoas, neste domingo, no Rio de Janeiro. Ele disse acreditar que o movimento terá efeito positivo na tramitação do Estatuto do Desarmamento na Câmara dos Deputados.

- A legislação vigente é muito permissiva e, mesmo que fosse cumprida, pouco faria para conter o tráfico de armas. Sem as mudanças propostas, o descontrole vai continuar, com seu rastro de sangue por todo o país - disse Renan.



15/09/2003

Agência Senado


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