Renan Calheiros diz que está "com a alma lavada"
Absolvido pela segunda vez no Plenário do Senado, o senador Renan Calheiros (PMDB-AL), em entrevista à imprensa pouco depois de computados os 48 votos que mantiveram o seu mandato - 29 senadores votaram pela cassação e três se abstiveram - disse que se sentia "com a alma lavada".
- Acho que a honra é o grande valor que nós temos para defender, e quando você perde a honra, perde o sentido da própria vida - declarou.
Renan renunciou à Presidência do Senado, cargo do qual estava afastado desde outubro, no início da sessão, e os debates para sua sucessão já se iniciaram. Ele justificou que, quando há um "problema circunstanciado" - referindo-se à Presidência, que classificou como "um cargo do Plenário" - devolve-se o cargo.
- Agora, meu mandato, concedido pelo povo de Alagoas, não. É um mandato sagrado, legítimo, do qual tenho muito orgulho - frisou.
O parlamentar afirmou que se sente honrado por ter presidido o Senado Federal por quase três anos e por ter vencido por duas vezes consecutivas a disputa pelo cargo. Ele disse acreditar que deverá sucedê-lo um nome que una tanto a bancada do PMDB quanto o restante da Casa. A escolha do novo presidente será feita na próxima semana, após reunião do PMDB, marcada para esta quinta-feira (6), e reunião de líderes, que ocorre na terça (11).
- O povo brasileiro sabe que não quebrei decoro, que não tenho culpa nenhuma. O que houve comigo foi uma luta política pelo cargo - disse.
Mais cedo, Renan Calheiros (PMDB-AL) disse que o relatório do senador Jefferson Péres (PDT-AM) recomendando a perda do seu mandato por quebra de decoro parlamentar era "equivocado, para não chamar de indigno". Renan era acusado de utilizar terceiros para se tornar sócio de empresas de comunicação em Alagoas. O parlamentar classificou as acusações de "suposições e ilações" de alguém que quis prejudicá-lo.
Fúnebre
O relator do processo contra Renan no Conselho de Ética, senador Jefferson Péres (PDT-AM), classificou a absolvição com uma "grande derrota para a instituição", tanto o Senado Federal quanto o Congresso Nacional, e declarou que este foi um dia "fúnebre" para a Casa, que está "desmoralizada há tempos":
- Receio que isso tenha uma conseqüência a longo prazo para o desprestígio cada vez maior da classe política - disse.
04/12/2007
Agência Senado
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